
Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
(Colossenses 1:17, NVI)
Então,2 Cristo o Sustentador. O versículo 17 diz: “Ele é antes de todas as
coisas, e nele tudo subsiste”. E Hebreus 1:3 diz: “O Filho é o resplendor da glória
de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra
poderosa”. Enquanto a doutrina de Cristo como Criador enfatiza sua
transcendência, a doutrina de Cristo como Sustentador coloca a ênfase sobre sua
imanência. Em outras palavras, como Deus ele é outro e maior que a criação, mas
por seu poder e sabedoria ele sustenta e regula ativamente a existência dessa criação
e tudo o que acontece nela. Essa doutrina ensina que Deus não somente cria, mas
também mantém e controla o que ele cria. E visto que ele criou todas as coisas, ele
também mantém e controla todas as coisas.
Isso completa o ensino bíblico sobre metafísica,3 de forma que agora temos
uma firme posição tanto sobre a origem como sobre a continuação da criação. Isto
é, a criação não contém dentro dela o poder e a sabedoria para sustentar e regular a
si mesma. Ela foi feita por Deus, mas não se tornou em Deus, e isso nem mesmo era
possível; assim, ela depende dele para sua existência e operação contínua. “O ponto
não é que Ele deixa o mundo existir, mas que Ele faz existir”. E porque o mundo
depende de Deus para sua existência e operação “momento a momento” – agora o
assunto é a idéia de continuidade, e não a expressão precisa pela qual deveríamos
designar essa continuidade – um momento na criação (a totalidade de seu conteúdo
e configuração) não é a causa metafísica do próximo momento, de forma que na
criação em si um momento não carrega nenhuma relação necessária com o
próximo. Antes, é Deus quem sustenta diretamente – ou como alguns dizem, cria
continuamente – sua criação momento a momento. A continuidade não é inerente
na criação, mas é estabelecida na mente de Deus.
Novamente, essa posição bíblica, racional e necessária sobre metafísica
também envolve que Deus é o autor metafísico do pecado. A implicação é quase
sempre negada pela tradição e preconceito sem nenhum argumento. Por exemplo,
Jonathan Edwards afirmou a criação contínua, e então imediatamente negou essa
implicação necessária, mas não pôde oferecer uma causa para a negação. Assim,
uma declaração esplêndida sobre a providência exaustiva de Deus é estragada pela
falsa piedade e tradição. Se formos corajosos a ponto de tomar a espada de Golias,
cuidemos para não cortar a nossa própria cabeça com ela. Vamos até o final na
consistência teológica! Deus não faz nada errado, e ele não precisa que nos
envergonhemos por ele.
A doutrina da providência divina vem sob essa seção de Cristo como
Sustentador. E isso é freqüentemente dividido em providência ordinária (todos os
eventos, pensamentos e ações) e especial (tais como os milagres). Não discutiremos
a doutrina inteira aqui. Em nosso contexto, a ênfase é que Cristo sustém e controla
tudo – cada detalhe de todo objeto e pessoa. Por causa de seu poder abrangente e
preciso, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).
Cristo dirige tudo da história, e governa sobre todas as nações e culturas. Em todas
as coisas ele tem a supremacia.
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