João 15:1-9

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O mundo que há de vir

A IGREJA EM SARDES


APOCALIPSE 3 : 1- 6

Temos visto que durante o tempo dos apóstolos havia o comportamento dos nicolaítas. Vimos também que após o comportamento dos nicolaítas, Pérgamo pecou grandemente introduzindo o mundo na igreja. Depois dos nicolaítas veio Jezabel, e na mesma época os ídolos foram introduzidos na igreja. Mas há um ponto positivo aqui: em Tiatira vemos o julgamento de Jezabel, seu confinamento em uma cama para que ela não se mova; também vemos que os seus seguidores um dia serão mortos. Essas profecias ainda não foram cumpridas, mas o serão na época da queda da Babilônia, registrada no capítulo 17 de Apocalipse. A história de Tiatira começou desde o tempo em que Jezabel impropriamente introduziu ídolos na igreja, e continuará até que ela receba julgamento. Devemos ver uma coisa: quando a igreja, na sua continuada queda, passa dos nicolaítas para o estágio de Jezabel, Deus não pode mais tolerá-la. Assim, aqui vemos o surgimento de Sardes. Sardes quer dizer os remanescentes. A igreja de Sardes é a reação de Deus a Tiatira. A historia de reavivamento nas igrejas pelo mundo todo indica uma reação divina. Sempre que o Senhor inicia uma obra de reavivamento, Ele esta reagindo. A reação de Deus é a restauração do homem. Devemos conservar em mente, com firmeza, este principio. Porque o Senhor viu a condição de Tiatira, Sardes apareceu.
Em Apocalipse, várias igrejas estão aos pares. Sardes está junto com Éfeso, Filadélfia está com Esmirna e Laodicéia com Pérgamo. Apenas Tiatira permanece só. Em Sardes o Senhor diz que Seu nome é: “Aquele que tem os sete espírito de Deus, e as sete estrelas”. A epístola a Éfeso diz que a mão direita de Cristo segura sete estrelas, enquanto em Sardes Ele diz que tem as sete estrelas. Éfeso é o enfraquecimento depois dos apóstolos, ou seja, a mudança de algo bom para mau; Sardes é a restauração de Tiatira, ou seja, a mudança de algo mau para bom. Ter obras, mas não amor é Éfeso; vivos no nome, mas mortos na realidade é Sardes. Portanto, estas duas são um par. Aqui o Senhor manifesta-se como Aquele que tem os sete Espíritos. Os sete Espírito de Deus são envidados de Deus ao mundo para trabalhar, e isto se refere à obra de vida. As sete estrelas em Éfeso refere-se ao mensageiro; aqui elas se referem à iluminação. A obra de restauração é parte no Espírito e parte na luz.
Sardes é similar a Esmirna no que diz respeito a representar um longo período na história, desde as igrejas reformadas até o Senhor voltar. Embora Sardes não seja tão longa quanto Tiatira, ela se refere não apenas à igreja durante a reforma, mas também á história da igreja após a reforma.
Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives; e estás morto. Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois de como tens recebido e ouvido, guarda-o, e arrepende-te, portanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti”. Creio que ninguém duvidará que Martinho Lutero foi um servo de Deus e que a Reforma foi obra de Deus. A reforma foi uma grande obra e foi uma reação divina. Certamente o Senhor usou Lutero como porta voz; ele foi um homem especialmente escolhido por Deus. Quando Lutero principiou, era totalmente sardes. Seu propósito era unicamente restaurar. O Senhor não disse que a obra de Lutero não era boa; mais apropriadamente, Ele disse que não era perfeita. Era boa, mas não o suficiente. Aos olhos do Senhor, Ele não encontrou nada perfeito: houve um começo, mas sem um final. O Senhor é de perfeição; portanto, Ele exige perfeição. Por essa razão, devemos pedir ao Senhor para ver.
Com Lutero, o problema da justificação foi solucionado. A justificação é pela fé, e ter paz diante do Senhor é pela fé. Lutero não somente nos mostrou a justificação pela fé, mas também nos legou a bíblia aberta. Em Tiatira, a autoridade está nas mãos de Jezabel – em outras palavras, nas mãos da igreja. A questão é o que a igreja diz, não o que o Senhor diz. Tudo depende daquilo que a igreja-mãe diz; todas as pessoas da igreja católica romana ouvem a igreja-mãe. Por isso, o Senhor diz que ele matará seus filhos. Você diz “mãe”, mas o Senhor diz “filhos”. Lutero mostra-nos o que o Senhor e a Bíblia dizem. Os homens podem ler a palavra de Deus e ver por si mesmo o que Deus realmente diz, não o que Roma diz. Quando a bíblia aberta chega, a igreja toda é iluminada.
Contudo, aqui surge um problema: o protestantismo não nos deu uma igreja adequada. Como resultado, aonde quer que fossem a doutrina da justificação pela fé e a bíblia aberta, uma igreja estatal era estabelecida.  A seita Luterana tornou-se a igreja estatal em muitos países. Mais tarde, na Inglaterra, a Igreja Anglicana veio a existir, a qual é também uma igreja estatal. Começando com Roma, a natureza da igreja mudou. E na época da justificação pela fé e do retorno à bíblia aberta, as igrejas protestantes ainda não tinham visto o que deveria ser a igreja. Embora houvesse a justificação pela fé e a bíblia aberta, as igrejas protestantes ainda seguiam o exemplo de Roma e não retornaram a igreja do início. Durante a reforma, o problema da igreja não foi solucionado. Lutero não reformou a igreja. O próprio Lutero disse que não deveríamos achar que “justificação pela fé” fosse suficiente; há muito mais coisas a serem mudadas. Contudo, as pessoas nas igrejas protestantes pararam exatamente aqui. Lutero não parou, mas eles pararam e disseram que estava suficientemente bom. Embora tivessem voltado à fé do inicio, a própria igreja permaneceu sem mudanças. Outrora era igreja internacional de Roma; agora ela mudou para igreja estatal da Inglaterra, ou igreja estatal da Alemanha – isso é tudo.
A reforma não trouxe a igreja de volta à condição inicial; ela apenas fez com que a igreja do mundo se tornasse às igrejas estatais. Tiatira é condenada por colocar a igreja no mundo; da mesma forma, Sardes é condenada por colocar a igreja nos Países. “Tens nome de que vives, e estás morto”. A reforma foi vivia, mas havia ainda muitas coisas mortas.
Mais tarde, muitos dissidentes desenvolveram-se, tal como a Igreja presbiteriana entre outras. Aqui vemos que, por um lado, há a igreja católica romana, por outro, há as igrejas protestantes. Entre as igrejas protestantes, paralelamente às estabelecidas de acordo com os países, há também igrejas instituídas de acordo com diferentes opiniões e doutrinas. Os dissidentes são aqueles que não tomam o país como limite, e, sim, a doutrina. Portanto, há dois tipos de igrejas protestantes: as estatais e as privadas. Hoje, vemos na Alemanha e na Inglaterra a união do Estado com a igreja. Roma tem a igreja do mundo, enquanto a Inglaterra, a Alemanha etc., têm a igreja estatal. Os reis e os chefes de Estado não deveriam ouvir o papa; contudo, eles querem que os outros os ouçam. Em política, eles querem ser os reis; na religião, eles também querem ser os reis. Como resultado, as igrejas estatais vieram à existência. As pessoas nunca levantaram a questão: como deve ser a igreja de acordo com a bíblia? Eles não se voltaram para a bíblia para ver se é adequado ter igrejas estatais. Mais tarde, as igrejas privadas também vieram a existir. O estabelecimento de igrejas privadas foi devido à exaltação de certa doutrina; então elas se separaram daquelas que não tinham a mesma doutrina. A igreja Batista foi estabelecida porque alguém viu o batismo; a igreja presbiteriana foi estabelecida porque alguém viu o sistema de presbitério na igreja – a igreja foi estabelecia não porque alguém viu o que a igreja é; em lugar disso, a igreja foi estabelecida de acordo com um sistema. O Senhor diz que estes dois tipos de igrejas protestante e privada – não voltaram ao propósito inicial. Esta afirmação é significativa demais.
Se vigilante, e consolida o resto que estava para morrer”. Isso se refere à justificação pela fé e à bíblia aberta e à vida que se recebe de ambos. Em toda a história de Sardes, estas coisas estão à beira da morte; assim, o Senhor diz: “Fortalece as coisas que estão para morrer”. Hoje, nas igrejas protestantes, embora a bíblia já esta aberta, os regulamentos dos homens ainda têm força; portanto, o Senhor diz: “Não tenho achado integras as tuas obras na presença do meu Deus”. “Até mesmo o que você já tem não é perfeito. Algumas das suas coisas não são perfeitas; elas não têm sido perfeitas desde o principio”. Lembra-te, pois, de como tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te.
A história das igrejas protestantes terminou desta maneira? Não! A historia das igrejas protestantes é uma história de avivamentos. Quando Lutero começou, quantos foram salvos, reavivados e grandemente restaurados! Uma característica das igrejas protestantes é a “restauração”. Você não sabe até que ponto o Espírito Santo trabalhará. Lutero reformou alguma coisa; então a igreja Luterana apareceu. A verdade do presbitério foi vista; então a igreja presbiteriana foi organizada. Wesley apareceu então a igreja metodista foi estabelecida. Hoje no mundo, há ainda muitas igrejas menores. Em 1945, já havia mais de 1.500 igrejas. Graças ao Senhor, Sardes foi freqüentemente abençoada por Deus. Mas uma vez que haja a bênção do Senhor, os homens organizam algo para conter a bênção. Embora a bênção do Senhor ainda esteja ali, a esfera permanece somente daquele tamanho. As igrejas protestantes são como uma taça. No inicio do reavivamento, onde quer que haja água viva, as pessoas irão; naquela direção. Como resultado os homens usaram vantagem de se agir assim é que isso preserva a graça, e a desvantagem é que é apenas uma taça de bênção, a taça estava apenas pela metade, e começou a nebulosidade. Na terceira ou quinta geração a água se foi e restou apenas uma taça vazia. Então começaram a contender com as outras denominações sobre de quem era a melhor taça, apesar de todas as taças serem imprestáveis para beber. Qual foi o resultado? Deus reagiu de novo, e apareceu outra Sardes. Toda a historia de reavivamento é assim. Quando a graça de Deus vem, os homens imediatamente levantam uma organização para preservá-la. Como resultado, a organização permanece, mas o conteúdo se vai. Todavia, a taça não pode ser quebrada; há sempre os que são zelosos em manter a taça continuamente. Aqui há um principio: os estudiosos de Wesley nunca podem ser iguais a Wesley, nem os estudiosos de Calvino podem igualar-se a Calvino. As escolas de profetas raramente produzem profetas – todos os grandes profetas foram escolhidos por Deus no Deserto. O Espírito de Deus desce sobre quem Ele quer. Ele é o Cabeça da igreja, não nós. Os homens sempre acham que a água vivia é valiosa e tentam guardá-la pela organização, mas ela sempre diminui gradualmente por meio das gerações até secar completamente. Após secar, o Senhor nos dá novamente água viva no deserto.
Por um lado, há reavivamento – louvado seja o Senhor! Por outro, este deve ser reprovado pelo Senhor porque nunca retornou ao principio. As igrejas protestantes têm continuamente reavivamento, mas o Senhor diz que elas não são perfeitas, elas não retornaram ao principio. Você deve lembrar-se do que havia no princípio. O problema não é como você recebe e escuta agora; o problema é como você recebeu e ouviu no principio. Em Atos 2, muitos foram salvos, e o Senhor diz que eles permaneciam unânimes na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Não é dito que eles permaneciam no partir do pão e nas orações dos apóstolos, mas na doutrina e na comunhão; Ele considera apenas a doutrina dos apóstolos como doutrina. Não podemos inventar uma comunhão nem podemos inventar uma doutrina. O erro de Tiatira foi que ela manufaturou seu próprio ensinamento, uma vez que Jezabel estava lá. Deus  não quer que inventemos Ele apenas quer que recebamos. No século vinte qualquer coisa pode ser inventada, mas não a doutrina. No Espírito podemos falar sobre descobertas, mas quanto a doutrina não pode haver qualquer invenção.  Você deve examinar o que tem recebido, o que tem ouvido, e guardar e arrepender-se.
“Virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei” (VRC). “Vir” é vir descendo. “Em cima” ou “sobre” em grego é epi; desse modo, a frase significa: “eu descerei ao seu lado, e não virei sobre você, mas separado de você. A vinda de um ladrão é uma vinda de epi. Estamos aqui, e ele espreita-nos ao nosso lado. O modo de escrever do Senhor é muito sábio. Você pode traduzir assim: “virei e passarei por você, contudo você não saberá”.
O ladrão não vem par roubar coisas sem valor; ele sempre rouba o melhor. O Senhor também roubará o melhor da terra. O melhor está em Suas mãos, não fora Dele. Estamos na casa: um será arrebatado, e outro será deixado. Por isso o Senhor diz que se você não vigiar, Ele virá e passará por você como um ladrão. Muitos filhos de Deus sentem que o Senhor Jesus estará voltando em breve. O dia está aproximando-se. Devemos ser preciosos suficiente par sermos “roubados” pelo Senhor!
Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas (nomes – lit) que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas “. Jacó levou setenta almas para o Egito (Ex. 1:15). Comumente as Escrituras dizem muitos homens, muitas almas. Mas o Senhor diz aqui que há poucos nomes; o Senhor presta atenção especial ao nosso nome. Ele diz: “Você tem uns poucos nomes que não contaminaram suas vestiduras”. Esta vestidura são nossos atos de justiça. Quando permanecemos diante de Deus, vestimos Cristo, pois Cristo é nossa veste branca. Contudo, aqui  não estamos diante de Deus, mas diante de Cristo, diante do trono do julgamento (Rm 14:10). Portanto, aqui não vestimos Cristo, mas o que Apocalipse 19 diz é “Linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos”. A palavra justiça em grego está no plural. Há uns poucos nomes que não contaminaram suas vestes; isso quer dizer que seu comportamento é limpo. Eles andarão com o Senhor, pois eles são dignos.
O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.” A questão aqui não é se o nome está registrado, mas se o nome será confessado. Aqueles que o Senhor confessa participarão de algo; aqueles que o Senhor não confessa não participarão.  Todo os nomes estão registrados no livro da vida, mas aquele que não é confessado pelo Senhor é como se tivesse assinalado, e ele não participará. O problema aqui não é de vida eterna na eternidade, mas se poderemos reinar ou não com o Senhor. É uma infelicidade ser registrado e, todavia, não ser capaz de participar. Que o Senhor seja gracioso conosco para que venhamos a vestir a veste branca diante Dele. Você tem a veste branca para vestir diante de Deus. Mas, e diante do Senhor?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

À PROCURA DE DEUS



    
A Primeira Questão
Veremos a fé cristã desde a sua fundação. A primeira questão com a qual nos confrontamos é a existência de Deus.
Vejamos alguns versículos da bíblia. No Antigo Testamen­to, o Salmo 14:1 diz: "Diz o insensato no seu coração: Não há Deus”.Esta sentença também pode ser traduzida para: "O insensato pensa que não há necessidade de um Deus”.O resultado de falar assim é a segunda sentença do mesmo versículo: "Corrompem-se e praticam abominação".
Tomemos também uma passagem do Novo Testamento. Hebreu 11:6 diz: "É necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe".

Três Tipos de Pessoas
Não importando se você diz ser cristão, incrédulo ou alguém que está buscando a verdade, começaremos nossa discussão examinando o resultado da própria existência de Deus. A esse respeito, o mundo está dividido em três campos. O primeiro é o dos ateus, que não crêem em um Deus. O segundo é formado pelos agnósticos. Eles não têm conhecimento seguro sobre a Deidade. Por um lado eles não ousam dizer que não existe um Deus, mas por outro lado não estão claros a respeito da existência de Deus. A terceira categoria, à qual pertencemos, são os que crêem em Deus.

Libelo
Não tentarei aqui reivindicar a existência de Deus. Em vez disso, farei deste lugar um tribunal. Peço que você seja o juiz e eu serei o promotor. O trabalho de um juiz é tomar decisões, aprovar ou desaprovar a verdade das afirmações, ao passo que o trabalho do promotor é apresentar todas as evidências e provas que ele possa reunir.
Antes de prosseguirmos, temos de concordar com um fato: todos os promotores não são testemunhas oculares dos crimes. Eles não são os policiais. Um policial pode ter testemu­nhado pessoalmente um acontecimento, ao passo que um promotor obtém suas informações apenas indiretamente. Ele coloca diante do juiz todas as acusações, evidências e argu­mentos reunidos. Da mesma forma, apresentarei diante de você tudo o que puder encontrar. Se me perguntar se eu vi Deus ou não, dir-lhe-ei que não. Estou meramente lendo ou demonstrando-lhe o que reuni. Meu serviço é pesquisar fatos e convocar testemunhas. Você chegará a uma conclusão por si mesmo.
                
Qualificações
Muitas pessoas afirmam que Deus não existe. Como um promotor, quero primeiramente pedir-lhe para conferir as qualificações dessas pessoas. Será que elas estão qualificadas para fazer tal afirmativa? Serão elas suficientemente responsá­veis no aspecto moral para fazer tais afirmativas? Não ouça simplesmente seus argumentos. Qualquer pessoa pode propor uma tese e dela fazer uma causa. Até mesmo ladrões e trapaceiros têm suas causas. Não se pode, entretanto, crer na integridade deles. O tema de suas argumentações pode ser muito nobre; eles podem falar da situação das nações e do bem-estar social, mas suas opiniões não podem ser levadas a sério. Eles não são dignos de emitir tais julgamentos. A credibilidade da afirmação de um homem somente pode ser baseada no seu próprio padrão de integridade. Isso é verdade especialmente quando diz respeito à questão da Deidade. É interessante notar que os padrões morais dos homens estão diretamente relacionados aos seus conceitos a respeito de Deus. Os que admitem sua própria ignorância, têm um padrão razoável, ao passo que os ateus invariavelmente têm um baixo padrão de responsabilidade moral. Não afirmo conhecer todos os ateus, mas dos poucos milhares que conheço, nenhum deles possui uma moral notavelmente recomendável.
                  
Ateísmo e Moralidade
Certa vez, numa reunião na Universidade de Nanquim, afirmei que nenhum ateu é moral. Havia muitos estudantes no campus que não criam em Deus; eles ficaram muito ofendidos por essas palavras. Enquanto eu falava, eles batiam os pés no chão tentando distrair a mim e a audiência. No dia seguinte, ao voltarem, eles zombaram de mim e continuaram a fazê-lo durante toda a minha palestra. No quarto dia, o Vice-Presiden­te da Universidade, Dr. Williams,veio a mim e disse: "É melhor mudarmos o lugar da reunião. Esses alunos estão furiosos com o que você disse no primeiro dia. Hoje eles não vão usar apenas os pés e a boca; vão usar os punhos. Ouvi dizer que eles estarão esperando na entrada do salão e que pularão em você quando entrar." Aceitei a sugestão e convoquei a reunião para outro lugar. A caminho da reunião, andei juntamente com os alunos. Da conversa deles, descobri que embora muitos se tivessem sentido incomodados com minha pregação, ainda queriam voltar. Um dentre eles disse: "O Sr. Nee disse que as pessoas que não têm Deus não têm senso de responsabilidade moral. Isso é corretíssimo. Como é que alguém com decência moral poderia bater os pés e gesticular enquanto os outros estão dando uma palestra? Ontem eles causaram tal confusão na reunião e hoje estão vindo para brigar. Isso certamente não é o que faria uma pessoa honrada. Vamos à reunião, não importando o que eles planejem fazer”.
Uma vez alguém disse a um pregador: "Quando jovem eu cria seriamente em Deus. Mas agora estou na faculdade. Não  posso mais crer Nele." O pregador, de cinqüenta anos, deu um tapinha no ombro do jovem e disse: "Meu filho, você não crê mais em Deus! Deixe-me perguntar-lhe uma coisa: Desde que se tornou um ateu, o ateísmo ajudou-o a tornar-se melhor? Ele o fez mais nobre e mais puro? ou ocorreu-lhe o oposto?" Aquele jovem sentiu-se envergonhado. Admitiu que, desde que negara a Deus, moralmente desceu a ladeira. O pregador continuou: "Sinto muito que esteja alegando que Deus não existe. Você simplesmente desejaria que isso fosse verdade”.

Não Julgar Segundo a Esperança
Muitas pessoas não estão verdadeiramente convencidas de que Deus não existe; elas simplesmente gostariam que fosse assim. Elas prefeririam que não houvesse um Deus no universo. Ser-lhes-ia bem mais conveniente no que se refere a muitas coisas.
Eu próprio era uma dessas pessoas. Quando estudante, também dizia que Deus não existe. Embora fosse extrema­mente forte em minha afirmação, parece que havia Alguém protestando em meu interior. No fundo do meu coração eu sabia que Deus existe. Mas meus lábios recusavam-se a admiti-lo. Por quê? Para que eu tivesse uma desculpa para pecar. Declarando a não existência de Deus, tornava-se-me justificável ir a lugares pecaminosos. Assim, tornei-me ousado para pecar. Quando crê em Deus, você não ousa fazer determinadas coisas. Ao pôr Deus de lado, você se sente livre para cometer os piores pecados sem nenhum temor. Se ao afirmar a não existência de Deus você espera sinceramente elevar seu padrão moral, então seus argumentos ainda são plausíveis. Entretanto, a única razão para o homem reivindicar a não existência de Deus é gerar uma desculpa para a ilegalidade, imoralidade e licenciosidade. Por essa razão, toda sua argumentação não é digna de consideração. A questão agora passa a ser: "Estará você qualificado para afirmar que Deus não existe?" Se o que alguém espera é meramente escapar da justiça, esse já perdeu sua posição.



O Homem é o Maior
Um dia, um jovem veio a mim e disse: "Não creio num assim chamado Deus. O homem é o maior. Ele é a mais nobre das criaturas. Não há Deus além do homem."
Estávamos sentados um de frente para o outro. Após ouvir o que ele disse, levantei-me, fui para um lado da sala, curvei-me e olhei atentamente para ele. Disse-lhe: "Você realmente é o máximo!" Então, fui para o outro lado da sala e olhei-o de outro ângulo. "É verdade", eu disse deliberada-mente, "você é o máximo! Na província de Kiangsu há trinta milhões de pessoas como você, e pelo menos outros quaren­ta milhões da sua espécie na China. E, imagine, o mundo contém apenas dois bilhões dos que são iguais a você. Você percebe que nos últimos dias houve uma enchente no sul? Os diques ao longo do rio estavam ameaçados. Toda a popula­ção de Hsing Hwa, com mais de duzentos mil habitantes, foi recrutada e conduzida a toda pressa e em pânico para os diques, carregando terra para reforçar as margens. As obras de reparo ainda estão em andamento."
"Suponha agora que o mundo seja recrutado para esca­var o sol. Cava-se um buraco na superfície e todos carregam uma carga do interior. Supondo que ninguém se queimará até tomar-se cinzas, você crê que eles conseguirão fazê-lo? Mesmo que todas as pessoas entrassem no buraco, elas não consegui­riam encher o sol. E isso não é tudo. Ainda que colocasse vários planetas Terra no buraco e agitasse o sol, você desco­briria que aquele grande globo ainda está vazio por dentro. Diga-me agora, quantos sóis há no universo? Você percebe que o número de sistemas solares é de centenas de milhões?"

Quão Vasto é o Universo
Então, disse ao jovem: "E eis aqui você! Ainda não andou por toda a terra, mas se considera maior que todo o universo. Deixe-me perguntar-lhe o seguinte: você sabe quanto mede o universo? Tome, por exemplo, a luz. Ela viaja a trezentos mil quilômetros por segundo. Tente calcular a distância de dois objetos que estão a um ano luz um do outro. Há algumas estrelas cuja luz demora três mil anos para alcançar-nos. Descubra quão longe elas estão de nós! E você pensa que é tão grande! Eu aconselharia, portanto, a todos os ateus e pretensos jovens eruditos a igualmente admitirem sua incompetência como homem, não apenas moralmente, como também inte­lectualmente ."
 
Pode o Homem Estender-se Além dos Limites do Tempo e Espaço?
Nessa ocasião, quando estava em Kaifem, encontrei outro desses jovens ateus. Caminhei até ele e, dando um tapinha em suas costas, disse-lhe: "Hoje eu vi Deus!" Ele olhou-me com curiosidade e exigiu uma explicação. Respondi: "Você é Deus! Se sabe que Deus não existe, então você mesmo deve ser Deus." Ele pediu-me uma explicação. Eu disse: "Já que está convencido de que Deus não existe, você deve ter viajado por toda a terra. Se Deus não está em Xangai Ele pode estar em Nanquim. Você deve ter estado em ambos os lugares. Isso não é tudo. Deve ter estado também em Tientsin e Pequim. Ainda assim você não pode tirar essa conclusão estando simples­mente na China. Por isso, você deve ter viajado por todo o mundo. Nunca se sabe se Deus está escondendo-se no Pólo Norte ou no Pólo Sul ou em alguma floresta ou em algum deserto. Assim, você também deve ter esquadrinhado todas essas regiões. E, para que sua conclusão seja idônea, você deve ter viajado pelo espaço, até a lua, o sol e as demais galáxias”.
"Isso não é tudo. Você sabe que Deus não existe em Xangai hoje. Mas, e ontem? e no ano passado? E mil anos atrás? Muito bem, você, então, deve ser alguém eterno e que conhece todas as coisas do passado e do futuro. Você tem de ser alguém além do tempo e do espaço. Deve ser alguém onipresente e onipotente. Quem mais você poderia ser senão o próprio Deus ?"

 

A Evidência

Alguns imediatamente darão um passo atrás dizendo: "Não se pode jamais dizer se Deus existe ou não." Bem, se você não pode dar uma conclusão, pedirei a testemunhas que considero dignas de confiança que lhe apresentem argumentos e lhe provem a existência de Deus. Deixe-me dizer novamente, você é o juiz e eu sou o promotor. Estou apresentando diante de você somente as evidências. Decida por si mesmo.

O Universo
Primeiramente olhe para a natureza, o mundo que está diante de seus olhos e todos os fenômenos que ocorrem nele. Todos sabemos o que é o conhecimento científico. É a explicação racional de um fenômeno natural. Por exemplo, é observada uma queda de temperatura num paciente. A queda de temperatura é um fenômeno e a explicação para ele é o conhecimento científico. Quando uma maçã cai da árvore, ocorre um fenômeno. Por que a maçã não voa no ar? A explicação para isso constitui conhecimento. Portanto, um homem com conhecimento é um homem que tem explicações adequadas.



Há apenas Duas Explicações
O universo é constituído de um número incontável de coisas de diversas formas, cores, configurações e naturezas. A explicação para a interação e o comportamento de todas essas coisas é chamada de conhecimento. Todas as pessoas pensa­tivas têm apenas duas explicações para a origem do universo. Você tem de optar por uma delas.
A primeira diz que o universo veio à existência através de uma evolução natural e de auto-interação, e a segunda atribui sua origem a um Ser personificado com intelecto e propósito. Essas são as duas únicas explicações apresentadas por todos os filósofos do mundo. Não há uma terceira.
De onde veio o universo? Será que ele veio a existir por acaso? Ou ele terá sido projetado por Alguém de quem temos o conceito de Deus? Você tem de pensar nisso e decidir a respeito. Tudo o que ocorre por acaso tem certas característi­cas. Sugiro que você as relacione de maneira detalhada e, então, compare todos os fenômenos do universo com sua lista. Paralelamente, faça outra lista de características que, na sua opinião, seriam proeminentes se o universo fosse criado por um Ser inteligente. Agora, por simples comparação da natureza com suas listas, ser-lhe-á fácil tirar uma conclusão razoável.

Probabilidades
Quais são as características de coisas que acontecem por acaso? Sabemos que primeiramente elas são desorganizadas. Elas podem, no máximo, estar parcialmente integradas. Nun­ca podem estar totalmente organizadas. Além disso, não há um resultado consistente. Por exemplo, se eu jogar esta cadeira para o outro lado da sala, ela tem a probabilidade de cair numa posição perfeita. Se fizer o mesmo com uma segunda cadeira, ela poderá cair corretamente ao lado da outra. Mas isso não acontecerá com a terceira e a quarta, e assim por diante. Assim, o acaso pode prover apenas uma organização parcial. Não garante uma integração total. Além do mais, todas as interações ocasionais são incertas e sem propósito. Elas não têm ordem nem estrutura, são indefinidas, sem forma, desordenadas e não são direcionadas a nenhum propósito significativo. Em resumo, podemos dizer que as características das coisas que ocorrem por acaso são desarmo­nia, irregularidade, inconsistência e insignificância. Vamos escrever estas cinco características em nossa lista.

Consistência e Organização
Comparemos agora as coisas que existem no universo com essas cinco características. Tomemos o ser humano como exemplo. Ele é concebido no ventre de sua mãe por nove meses, é dado à luz, cresce e, por fim, morre. Este ciclo é repetido por todas as pessoas individualmente. Observa-se aqui uma consistência. Náio se trata de um jogo de azar. Vejamos agora o sol acima de nossa cabeça. Ele não está ali despropositadamente. Em vez disso, ele tem a sua função. Veja a lua, as estrelas e as miríades de galáxias por meio de um telescópio. Todas seguem determinadas trilhas e padrões. São todas organizadas. Seus movimentos podem ser calculados e previstos. O calendário que está em suas mãos é derivado delas. Tudo isso mostra que o universo é organizado, consis­tente e com um propósito.

 

Microrganismos

Voltemo-nos agora ao mundo microscópico. Tome uma pequenina lasca de madeira. Coloque-a num microscópio e observe seus veios, sua estrutura, tudo meticulosamente regu­lar e rítmico. Até mesmo uma folha de grama ou uma pétala de flor são todas finamente confeccionadas. Nada é desorga­nizado ou confuso. Tudo é disciplinado e funcional. Todas essas coisas testemunham a você um fato: o universo tem propósito e significado. Será que você pode dizer que tudo isso aconteceu por acaso? É claro que não.

Ele Está Ocupado
Estava num vilarejo, certa vez, pregando o evangelho com um cooperador meu. Em nosso caminho de volta, estávamos com muita sede. Não havia nem uma casa de chá nem um bebedouro para conseguirmos água. Na verdade, toda a região era desabitada. Após caminharmos determinado tem­po, encontramos uma choupana. Dirigimo-nos rapidamente para a porta e batemos. Por um longo tempo ninguém respon­deu. Pensamos que ninguém morava ali. Quando abrimos a porta e entramos, vimos que o chão estava varrido. Em um dos cômodos havia uma cama com os lençóis cuidadosamente dobrados. Além disso, havia uma chaleira sobre a mesa e o chá ainda estava morno dentro dela. Eu disse: "Com certeza deve haver alguém morando aqui. Todas essas coisas arrumadas, sem dúvida, indicam que esse lugar é ocupado por alguém. Não deveríamos beber este chá. Devemos sair rapidamente ou alguém poderá tomar-nos por ladrões”.Saímos e esperamos que o proprietário voltasse.
Aqui, ao observar a arrumação da casa, concluímos que alguém morava ali, embora ainda não tivéssemos visto o morador. Da mesma maneira, embora não possamos ver Deus, sabemos que Ele está ali por causa do arranjo de todas as coisas no universo. Cada fenômeno da natureza é tão equilibrado, organizado, signi­ficativo e funcional, que me é impossível crer no acaso como sua única origem. A Bíblia diz: "Diz o insensato no seu coração: Não há Deus”.Apenas pessoas insensatas podem dizer em seu coração que não há Deus.

Ocasional ou Intencional
O universo tem de ter sido criado por alguém com profunda sabedoria, vasto conhecimento e um plano detalhado. Se você não consegue aceitar o conceito de formação do universo pelo acaso, você tem de admitir que ele foi criado por tal Deus. Não pode haver uma terceira explicação. A escolha é sua.

 

Uma Ação Judicial e seu Propósito

Uma testemunha pode não ser suficiente. Chamarei ou­tra. Antes de fazê-lo, devemos prestar atenção a um fato: onde quer que haja um desejo, deve primeiramente haver um objeto daquele desejo. Tome como exemplo um órfão que nunca tenha visto o pai. Naturalmente ele tem desejo por um tipo de amor paterno. Perguntei a muitas pessoas órfãs e todas sentiam esse anelo irreprimível. Assim podemos ver que todo desejo do coração surge de algum objeto no mundo.
Nós, como seres humanos, temos necessidade de uma identidade social. Necessitamos de companhia e mutualidade.Se você colocar um menino numa ilha deserta e deixá-lo crescer só, mesmo que nunca tenha visto um ser humano, ele ainda terá um anelo por companhia, por seres como ele mesmo. Esse anelo ou desejo é a prova de que, em algum lugar do mundo, existe algo conhecido como "homem". Novamen­te, numa determinada idade, o homem começa a pensar em posteridade; ele começa a desejar filhos e netos. Isso não é mera fantasia. O desejo brota da existência e da possibilidade de descendência.

Existe Deus no Coração
Será que temos algum outro desejo além de identidade social e autopropagação? Que outros anelos teremos? Pro­fundamente no interior de todos, há um anelo por Deus. Você notará que, quer sejam as raças altamente civilizadas em países industrializados, quer sejam os aborígines e canibais em selvas e florestas, todos têm um anelo em comum: Deus. Uma vez que é homem, tem um anelo por Deus. Isso é um fato. Não se pode contra-argumentar. Todos buscam a Deus. Em todos os lugares o homem está em busca de um Ser divino. Isso está muito claro.
Aplicando o princípio que mencionamos, podemos ver que, como nosso coração sente a necessidade de um Deus, necessariamente deve haver um Deus no universo. Se Deus não existisse, você jamais teria tal anelo no coração. Todos temos um apetite por Deus É impossível viver se há um apetite por comida, mas não há nenhuma comida. Igualmente, é impossível viver se há uma capacidade para Deus, mas não há nenhum Deus.
  
Você Nunca Pensou em Deus?
     Certa vez um ateu repreendeu-me rudemente: "Você disse que o homem tem uma necessidade psicológica de Deus. Mas isso não existe e eu não creio nisso”.Eu disse: "Bem, você quer dizer que nunca pensou em Deus? Na verdade, até mesmo quando estava falando, você estava pensando Nele. Isso indica que você tem uma capacidade para Deus. Não existe ninguém que nunca tenha pensado em Deus. Pode-se tentar não pensar tanto Nele. Mas isso é tudo o que se pode fazer. Uma vez que há tal pensamento em você, deve haver tal objeto fora de você”.

As Palavras e o Coração
Uma vez um jovem veio a mim discutir a respeito de Deus. Ele enumerou várias razões pelas quais Deus não deveria existir. Eu o ouvi em silêncio. Então eu disse: "Embora insista que Deus não existe e sustenha-se com muitos argumentos, você já perdeu a causa”.Passei a explicar: "Você pode falar o quanto quiser que Deus não existe, mas o seu coração está do meu lado”.Ele teve de concordar comigo. Embora se possa dar na mente todo tipo de razões, há uma convicção no coração que nenhum argumento pode derrotar. Uma pessoa obstinada pode dar mil e uma razões, mas você pode ter a ousadia de dizer-lhe: "Você sabe muito bem em seu coração que Deus existe. Por que preocupar-se em buscar evidências exteriores?"

Invocar a Deus no Perigo
Outra vez, um missionário enviado para a América do Sul viu um homem pregando para uma multidão numa clareira da floresta. O homem, de maneira forte e veemente, negava a existência de Deus. Com entusiasmo, ele deu mais de dez razões, uma após a outra, para provar a não existência de Deus. Depois que parou de falar, ele perguntou: "Se há alguém que gostaria de contestar, suba aqui, por favor”.
Durante algum tempo houve silêncio. O missionário deci­diu que deveria dizer alguma coisa. Ele subiu e falou para a multidão: "Amigos, não posso enumerar tantas razões. Ape­nas darei fatos. Ontem, eu estava caminhando pela margem daquele grande rio que, como todos vocês sabem, é muito rápido e leva a uma cachoeira muito grande e traiçoeira. Eu estava na margem e ouvi um homem gritando por socorro. Ele gritava claramente: 'ó Deus! Salva-me!' Corri em direção ao som e vi um homem no meio do rio sendo carregado para a cachoeira. Sem hesitar, pulei no rio. A correnteza era forte, e lutei muito para não ser tragado. Depois de muito esforço, consegui trazê-lo para a margem. Sabem quem era esse homem? Deixem-me apresentá-lo a vocês”.Ao falar essas palavras, ele apontou para aquele homem que tinha terminado de fazer o discurso. "Aquele que ontem invocou a Deus”, continuou ele, "é o mesmo que hoje nega a Deus. É a isso que vocês chamam de ateu!"
Todos os problemas vêm do interior. Quando um homem está no limiar da vida e da morte, ele chama Deus. No dia seguinte, quando o perigo se foi, ele discute e nega a Deus. Em nosso coração todos sabemos que existe um Deus; não há dúvida a esse respeito. Sabemos isso porque há essa capaci­dade para Deus.

A Oração é Respondida?
Devemos olhar não apenas os fenômenos objetivos, mas também a nossa experiência subjetiva. Sabemos que Deus responde a orações. Uma vez falei a alguém que resolutamen­te negava a existência de Deus. Disse-lhe para não ser tão ousado ou presunçoso. A história da humanidade tem de cinco a seis mil anos. Nesse período houve incontáveis pesso­as, no cristianismo e fora dele, que oraram a Deus. Quem poderá provar que nenhuma dessas muitas orações foi res­pondida? Será você tão ousado a ponto de desprezar a validade de todas as respostas a orações? Deixe-me testificar-lhe que não apenas tem havido respostas, mas que elas têm sido firmes e precisas. Posso dar-lhe muitos casos, embora baste dar um único caso para provar a existência de Deus. Pessoalmente tive duas a três mil orações respondidas. Seria concebível considerá-las meras coincidências? Muitas pessoas também tiveram suas orações respondidas. Seriam todas elas coincidências também?
Um pregador estava viajando pelo oceano Atlântico quando, repentinamente, um espesso nevoeiro envolveu o navio. O navio não podia prosseguir e teve de ser ancorado em alto mar. Aquele homem foi ao capitão e disse: "Você tem de zarpar novamente; tenho o compromisso de pregar em Londres na terça-feira”.O capitão respondeu: "Vê este nevoeiro espesso? É impossível que o navio prossiga. Se você orar para o nevoeiro dissipar-se, eu certamente levan­tarei âncoras”.O pregador respondeu: "Muito bem. Pode levantar as âncoras! Vou orar aqui mesmo. Não há tempo a perder”.Ele ajoelhou-se, a âncora foi levantada e o nevoeiro se dissipou. O navio conseguiu chegar a tempo. Será isso coincidência?

O Deus Verdadeiro Responde às Orações

Fui pregar num vilarejo com alguns irmãos. Muitas pesso­as diziam: "Nosso deus é o mais poderoso; ele é chamado Tá­Uam (i.e. O Grande Rei). Uma vez por ano fazemos uma procissão para ele e, durante muitos anos tem feito tempo excelente nesse dia. Impelido por Deus, um de nós disse: "Amanhã, quando a procissão sair, certamente choverá." No dia seguinte, a partir das nove horas da manhã, começou a chover fortemente. A procissão foi cancelada. Depois de muita discussão foi anunciado que, como resultado de cálculos cuidadosos, descobriram que o dia fora escolhido erronea­mente; deveria ser dia catorze e não dia onze. Declaramos ousadamente que certamente choveria novamente no dia catorze. Chegou o dia e choveu novamente. Sem escolha, as pessoas levaram a estátua de Tá-Uam para a procissão. Os carregadores escorregaram mais de uma vez e Tá-Uam caiu e quebrou-se em pedaços. Será isso coincidência?
Há incontáveis ocorrências dessa mesma natureza. Isso é apenas uma pequena parte da experiência cristã. Se todas as respostas a oração forem relacionadas, ninguém sabe quão grande volume exigiria. As respostas a orações são forte prova da existência de Deus.

Um Pacote dos Estados Unidos
Quando jovem, eu tinha uma mentalidade muito obstina­da. Não apenas me recusava a crer num Deus, mas recusava-me a crer até mesmo nos Estados Unidos. Depois de ver o mapa dos Estados Unidos, ainda não cria que tal lugar existisse. Um dia, quando meu pai ia pedir algumas coisas de lá, fortuitamente coloquei também um pedido de um par de sapatos e de um barquinho de brinquedo. Mais tarde, quando ele trouxe o pacote do correio e me deu os sapatos e o barco de brinquedo, comecei a crer na realidade dos Estados Unidos. Anos depois, quando estava em Chicago, proposita­damente visitei aquela loja da qual comprei meu brinquedo. Apontando o dedo para o edifício, disse para mim mesmo que foi isso que me fez crer nos Estados Unidos. Não posso dar-lhe uma prova direta da existência de Deus, mas posso apresen­tar-lhe todos esses testemunhos de respostas a orações. Você não deveria ser tão ousado em fazer uma negação radical de Deus e uma rejeição categórica da credibilidade das orações.

Contatar Deus Por Meio de Oração
Certa vez conheci um aluno na Universidade de Yentchim. Ele me confessou: "Quando estava no colégio, tanto o capelão como os professores ensinaram-me que há um Deus e eu cri Nele. Mais tarde, fui para a faculdade e todos dizem que Deus não existe. O mundo, dizem eles, veio à existência por meio de uma evolução natural e o universo foi formado por acaso. Fiquei confuso. Durante muitos meses esse problema incomo­dou-me. Eu tinha de escolher uma das duas alternativas. Deus existe ou não? Inicialmente, ponderei a teoria da evolução. Seria concebível que várias coisas amontoadas, agitadas e misturadas resultassem num organismo vivo? E seria possível que todo o universo fosse formado dessa maneira? Não pude chegar a nenhuma conclusão com esse tipo de hipótese. Por fim, não pude deixar de ajoelhar-me dizendo: ó Deus, não sei se você realmente existe. Quanto mais penso nisso, mais cunfu- so fico. Mostre-se para mim, por favor.' Duas semanas depois  desta oração, fiquei claro de que há um Criador. Não posso dizer- minha oração."
Esse é outro caso de oração sendo respondida. Conheço muito bem a Deus, pois tenho tido muito relacionamento com Ele muitas vezes têm sido feitas transações entre mim e Ele. Se você já tocou em Deus alguma vez, entenderá o que estou dizendo.

Julgamento Cuidadoso
Agora, que dirá você? Depois de contemplar a natureza e o universo, conferir com seu sentimento interior e ouvir os depoimentos de tantas testemunhas, depende agora de você decidir se Deus existe ou não. Mas não devemos ser irrespon­sáveis; nossa atitude deve ser sóbria, pois brevemente todos teremos de encontrar-nos com Deus. Um dia todos estaremos diante Dele. Tudo o que se refere a nós será exposto. Naquele dia todos conhecerão a Deus. Mas hoje é o tempo para você se preparar.


Seu Significado: Negar-se a Si Mesmo Parte 2

Marcos 8:31 a 38


O registro de Marcos 8:31 a 38 no geral concorda com o que está em Mateus 16:24 a 28. Apenas ressaltaremos as pequenas diferenças entre eles.
"Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á." (Verso 35). Aqui são adicionadas as palavras "e do evangelho" - As pessoas geralmente assumem que isto se refere aos que pregam o evangelho do Senhor. Se isto fosse verdade, não seriam os pregadores os únicos que teriam suas almas salvas? Mas o que é declarado aqui é simplesmente o evangelho e não a pregação do evangelho. O que é o evangelho? Nada mais que o "evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus" (Marcos 1:1), a "Tão grande salvação" dita em Hebreus 2:3 e 4, a qual é "trazendo muitos filhos à glória" (Hebreus 2:10). Isto não é apenas o evangelho da libertação pela saída espiritual do Egito daqueles que têm sido escravos do pecado mas é o glorioso evangelho da entrada espiritual em Canaã. "Perder a sua vida por amor de mim" (Mateus) é ser constrangido pelo amor. "Perder a sua vida por amor ...do evangelho" (Marcos) é ser movido por um futuro melhor para si mesmo, que é a busca pelo reino.
"Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora" (verso 38). Isto se refere a qualquer um que não deseje perder a sua vida da alma, quer dizer, qualquer um que nesta geração não sofra pelo Senhor e pela Sua palavra. Nesta geração adultera e pecadora é requerido o perder a alma para dar testemunho da palavra do Senhor. A menos que uma pessoa deseje realmente perder sua alma ela não estará pronta para testemunhar nesta geração sem se envergonhar do Senhor. Muitos filhos de Deus não querem nem se atrevem a dar testemunho diante dos homens em nome do Senhor o qual o redimiu porque são temerosos de serem ridicularizados e querem preservar suas imagens. Isto é preservar suas próprias almas nesta vida. Tais pessoas certamente sofrerão perda no reino. Ninguém que não queira perder sua vida nesta era poderá ver a glória do Senhor na era vindoura. Todos os que reinarão com Cristo no futuro terão que ter perdido sua alma hoje. Ninguém que perde sua alma na era presente deixará de ganhar na próxima era.

Lucas 17:26 a 37


"Como aconteceu nos dias de Noé, assim também será nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e os destruiu a todos. Como também da mesma forma aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os destruiu a todos; assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar. Naquele dia, quem estiver no eirado, tendo os seus bens em casa, não desça para tirá-los; e, da mesma sorte, o que estiver no campo, não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Qualquer que procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, conservá-la-á. Digo-vos: Naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado. Duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo; um será tomado, e o outro será deixado. Perguntaram-lhe: Onde, Senhor? E respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres."

Nesta passagem de Lucas 17 todas as palavras "vida" são "alma" no grego original (psuque).
Aqui somos informados quando a alma será salva. "Digo-vos: Naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado." (versos 34 e 35). Isto aponta para o tempo do arrebatamento. A diferença aqui é que uma será tomada e outra deixada. Ser tomada significa ser arrebatada para o céu (conforme Gênesis 5:24). Assim o significado do verso 33 é claro ("Qualquer que procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, conservá-la-á."). Aquele que tiver salvado sua alma nesta era será deixado para traz na vinda do Filho do homem, enquanto que aquele que perder sua alma nesta era será tomado na vinda do Filho do homem. Aparentemente não há diferença entre as duas pessoas, nem em trabalho, nem em lugar; no entanto no arrebatamento então haverá diferença! Num piscar de olhos que enorme diferença!
Aqui se apresenta o problema mais sério. Se desejarmos ser arrebatados, ver o Senhor, e entrar no reino precisamos primeiro perder nossa alma nesta era. Por amor ao Senhor devemos abandonar tudo o que não é de acordo com a vontade de Deus, abandonar tudo o que nos amarra, e abandonar tudo o que possa impedir nossos corações de pensar nas coisas de cima. Seríamos nós como a mulher de Ló, que tentando preservar a alma e não querendo abandonar nada, não seremos tomados para onde o Senhor nos ordena estar, muito embora não pereçamos em Sodoma e Gomorra com os pecadores. Pode não haver diferença na vida eterna, mas haverá diferença no arrebatamento.

Lucas 12:15 a 21


O que significa perder a alma? Podemos obter uma explicação plena e clara ao lermos a seguinte parábola do evangelho de Lucas:

"E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possuí. Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus." (Lucas 12:15 a 21)

Novamente a palavra "vida" aqui é "alma" no texto original. Podemos portando dizer que ganhar a alma significa fazer a alma desfrutar, ser feliz, e ser satisfeita. Em relação ao contrário, no entanto, perder a alma significa fazer a alma sofrer - ser afligida e pobre. Este homem rico, devido à abundância dos seus grãos e bens, deu à sua alma desfrute, prazer, e satisfação no presente. Ele já ganhou sua alma agora.
Portanto ganhar a alma é fazê-la feliz no presente, enquanto que perder a alma é não deixar nada para ela no presente. O que os nossos olhos vêem, nossos ouvidos ouvem, e nossas mãos e pés tocam são através do corpo; mas aquilo que é prazer interior consciente é da alma.
A alma é o lugar dos nossos desejos naturais. Ela nos habilita a sentir e desfrutar. O desejo desta vida da alma exige ser satisfeito. Uma boa música pode acalmar a emoção; e a literatura e a filosofia podem elevar o pensamento. Porém se a pessoa busca extrema satisfação nestas coisas no presente elas perderão a satisfação no futuro. Se já recebemos conforto destas coisas agora, nós perderemos a glória no futuro.
Aquele que salva sua alma no presente - mesmo que ele seja uma pessoa que crê no Senhor - ele já ganhou os prazeres derivados dos seus ouvidos, olhos, e coração: e portanto, na era vindoura ele perderá todos estes prazeres. Aquele que ganha agora perderá no futuro, enquanto que aquele que perde agora ganhará no futuro. Isto é o que precisamos entender sobre a salvação da alma. Ganhar a glória, desfrute, e satisfação do reino no futuro é ganhar a alma. Perder isto no futuro é perder a alma.
Tendo sido salvo, obviamente não podemos ser "não salvos" outra vez. Contudo, nossas obras (práticas N.T.) têm muito a ver com nossa posição no reino futuro. O que, então, estamos buscando agora? Como é difícil para os jovens abandonarem os prazeres deste mundo. Muitos buscam encontrar satisfação em uma moradia especial, em comida, roupa, diversão, e outras coisas mais. Eles já salvaram sua alma hoje; por conseguinte, eles perderão sua alma nos dias vindouros. Alguém que já é salvo nunca irá para o inferno; mas ele pode não desfrutar das bênçãos do reino!
O Senhor não nos instruí a sermos ascéticos; Ele somente nos persuade a não sermos cativados pelas coisas deste mundo. Estas coisas podem ser legítimas, no entanto nem todas as coisas legítimas são proveitosas. Por esta razão é que Paulo diz 'Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém" ( I Coríntios 10:23). Seja ela roupa, comida, ou moradia, não devemos buscá-las para o nosso próprio desfrute. Devemos fazer todas as coisas para a glória de Deus. Se começamos condescender no excesso destas coisas, teremos nos extraviado.
Aquele que ama o mundo salva sua própria alma. Já que o pecado entrou no mundo, não devemos buscar nada deste mundo pecador.

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