No começo do quarto século o General Romano Constantino, desejando conquistar o Império Romano, prometeu que se ele assumisse o controle do Império Romano, abraçaria o Cristianismo como uma religião do império. Mais tarde, depois de assumir o controle do império, ele emitiu uma ordem pedindo para todos os cidadãos que se unissem a religião Cristã e recompensando com prata e artigos de vestuário todos aqueles que se unissem. Assim, quase todos os cidadãos do Império Romano se uniram ao Cristianismo. Durante este tempo a igreja foi degradada. A Bíblia nos diz que a igreja é como uma semente de mostarda (Mat. 13:31) uma pequena semente de vida que produz uma pequena erva. Porém, quando Constantino aceitou a religião Cristã e fez dela uma religião imperial, a igreja foi completamente mudada em seu caráter e tornou-se degradada. Originalmente tinha sido uma pequena erva, mas se tornou uma grande árvore perene - a Igreja Católica. Não somente é esta grande árvore degradada, os pássaros dos céus - Satanás e os seus espíritos malignos - também vieram e se abrigaram nela. A igreja Romana imperial transformada batizava as pessoas, independentemente se elas tinham se arrependido e confessado os seus pecados ou se elas tinham a vida de Deus. Contanto que uma pessoa fosse um cidadão Romano, ela poderia ser batizada. Depois que a Igreja Católica Romana foi formada oficialmente, a sociedade começou não somente a incluir os cidadãos Romanos, mas também pessoas de outras nações. A única exigência para eles serem batizados era que eles tinham que reconhecer o Senhor da Igreja Católica. Contanto que uma pessoa reconhecesse o Senhor da Igreja Católica, ela poderia ser batizada. Mais tarde, a igreja Anglicana foi formada. Para ser batizado pela igreja Anglicana de certo país, uma pessoa tinha que reunir apenas uma qualificação - ela tinha que ser um cidadão daquele país. Por exemplo, a Igreja Anglicana não perguntava se a pessoa era salva ou não. Contanto que ela fosse Britânica, ela poderia ser batizada. Se uma pessoa não desejasse se juntar à igreja estatal, ele poderia se unir a qualquer das igrejas privadas que eram mais avançadas do que as igrejas estatais. Por exemplo, a igreja metodista fundada por John Wesley falava para as pessoas que qualquer um que quisesse escapar da ira vindoura poderia ser batizado. Eles diziam isto baseado em Mateus 3:7b que diz que "Quem vos incitou fugir da ira vindoura?" Na pregação do evangelho, John Wesley era totalmente adequado, mas no batizar e receber as pessoas, suas exigências eram muito arbitrárias. Entre as igrejas privadas, os presbiterianos e os luteranos têm práticas semelhantes. Eles pedem para as pessoas aprenderem suas doutrinas e somente então os batizam quando eles entenderem as doutrinas. Eles pedem para os candidatos ouvirem a pregação da palavra e dedicar-se a palavra. Então depois que os candidatos passarem por um exame, eles são batizados. Também há algumas denominações que batizam os bebês. Contanto que alguém seja um membro daquela denominação, seus filhos podem ser batizados logo após o nascimento. Todas estas práticas são contrárias as Escrituras. RECEBENDO AS PESSOAS DE ACORDO COM A BÍBLIA Crendo e Sendo Batizado Quando nós recebermos as pessoas por batizá-las, nós temos que fazer isto não de acordo com as práticas do Cristianismo tradicional, mas de acordo com a Bíblia. Primeiro de tudo nós devemos ver que tipo de pessoa pode ser batizada. A Bíblia diz, "Quem crer e for batizado será salvo" (Marcos 16:16). Qual então é a base para o batismo? Obviamente, o batismo é baseado no crer. Há muitos casos tais como em Atos. O capítulo 8, por exemplo, nos fala de Filipe batizando o Etíope eunuco. Enquanto Filipe e o eunuco caminhavam ao longo da estrada, eles desceram aonde havia água, e o eunuco disse, "Eis aqui, água. O que impede que eu seja batizado?" (v. 36). Respondeu Filipe, "É lícito, se crês de todo o coração" (v. 37). Além disto, não havia nenhuma outra exigência. Nos capítulos dezoito e dezenove também há exemplos de muitos que creram e foram batizados. No dia de Pentecoste Pedro disse as pessoas, "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados" (2:38). A frase no nome de Jesus Cristo indica que as pessoas tinham que crer no Senhor Jesus, porque sem crer elas não poderiam ser batizadas no nome de Jesus Cristo. Portanto, a única base para o batismo é a nossa fé. A Fé Não É Recebida Na Mente, Mas Recebida No Espírito. Porém, a fé não é tão simples. Primeiro, nós temos que saber o que é fé, e então nós temos que saber discernir se esta pessoa tem fé ou não. A fé não é uma compreensão mental ou reconhecimento. Compreensão mental, consentimento, reconhecimento não é fé. A fé não é uma questão da mente. A fé é uma recepção no espírito. A fé falada na Bíblia, particularmente no Novo Testamento, refere-se ao nosso relacionamento com o Senhor - nossa união com Ele - através da fé. Por exemplo, João 3:15 diz, "Que todo aquele que crê para dentro Dele pode ter vida a eterna". A preposição usada aqui é para dentro, não sobre ou ao lado, indicando que nós entramos para dentro do Senhor por meio do crer. Romanos 6:3 diz, "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados para dentro de Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?" Em chinês "para dentro" parece ser um verbo, mas de fato é uma preposição. Nós podemos usar um interruptor como ilustração. Quando nós viramos o interruptor de um abajur, a eletricidade flui do abajur, unindo o abajur à hidrelétrica. O abajur foi instalado em nossa casa, mas a eletricidade para o abajur está na hidrelétrica. Quando nós cremos no Senhor Jesus, o Senhor Jesus entra imediatamente em nós como o Espírito e como vida. Como resultado, nós temos uma relação de vida, uma união orgânica com Cristo. Crer em Cristo não é algo para entender na mente, concordar mentalmente com ou reconhecer uma doutrina. Pelo contrário, é o espírito dentro do homem tocando Cristo. Quando uma pessoa contata Cristo no seu espírito, pela fé ela entra para dentro de Cristo. Esta é a fé que a Bíblia se refere. Esta fé é a base para o nosso batizar as pessoas. Arrepender Antes de Crer e Invocar Depois de Crer Uma pessoa tem que se arrepender antes de crer. Ninguém pode crer sem se arrepender. Depois de se arrepender, uma pessoa naturalmente vê que o Senhor Jesus é o Salvador e que o Senhor morreu por ele na cruz. Quando ele recebe o Senhor desta maneira, isto é, quando ele crê, o Espírito Santo e a vida de Cristo entram nele. Assim, esta pessoa nasce novamente. Portanto, antes de crer, há arrependimento. Claro que, após crer certamente haverá o invocar. Todo o que se arrepende e crê usa a sua boca para invocar o Senhor. Atos 2:21 diz, "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". Entretanto, aqueles que somente usam suas mentes para entender e aceitar não invocarão. Quando primeiro aceitei o Senhor, as pessoas me perguntavam se eu era um pecador, e eu dizia que era. Quando as pessoas diziam que Deus existia, eu concordava que Deus existia. Porém, este Deus não tinha nenhum efeito ou impacto dentro de mim porque eu O entendia e concordava com Ele somente em minha mente. Então, quando eu fui batizado, embora eu concordasse com uma doutrina de perdão de pecados do homem, eu não tinha nenhuma consciência do pecado dentro de mim. Eu nunca tinha lamentado ou sentido arrependimento pelos meus pecados. Embora eu reconhecesse a morte do Senhor Jesus na cruz, eu não fui comovido por aquela morte; eu só a reconhecia mentalmente. Um ano depois, após ser iluminado pela obra do Espírito Santo dentro de mim, admiti não somente que eu era pecador, mas também sentia que eu era pecador. Estando profundamente arrependido em meu coração, eu não deixei de me arrepender e confessar os meus pecados. Eu me lembro o dia em que fui iluminado, eu orei em uma montanha me golpeando e confessando meus pecados. Eu fui para Deus, não apenas entendendo a doutrina em minha mente, mas verdadeiramente consciente de meus erros. Este foi meu verdadeiro crer no Senhor. Este tipo de crer nos dá um sentimento interior e nos leva a invocar o Senhor. Então, antes de crer, deve haver arrependimento, e depois de crer, deve haver o invocar. Sempre que nós batizamos e recebemos alguém, em vez de lhe perguntar o quanto ele entende, nós deveríamos lhe perguntar se ele creu ou não. Se uma pessoa não tocou o Senhor em seu espírito, mesmo se ela tenha memorizado a Bíblia toda, ela ainda não é salva. Os principais sacerdotes e os escribas estavam completa-mente familiarizados com as Escrituras. Então, quando que de Rei Herodes indagou deles onde o Cristo nasceria, eles responderam imediatamente, "Em Belém da Judéia" (Mat. 2:4-5). Conhecer a Bíblia na mente é uma questão, mas contatar Cristo no espírito é outra questão. Os homens sábios que buscavam o Senhor não entendiam um versículo sequer das Escrituras, contudo eles puderam encontrar a criança Jesus e oferecer seus presentes a Ele (v. 11). Portanto, quando nós pretendermos batizar alguém, nós não deveremos examiná-lo para saber quanta doutrina ele conhece. Ao contrário, nós devemos tocá-lo para saber se ele creu ou não. A Experiência da Salvação e Regeneração Há uma história de uma pessoa que tinha sido um pregador por muitos anos. Um dia depois de uma reunião ele estava em pé na entrada da capela. A missionária que tinha entregado a ele o sermão daquele dia aproximou-se dele e perguntou, "Você já nasceu de novo?" Esta missionária pregava especificamente sobre arrependi-mento e regeneração, e sempre que ela encontrava as pessoas, ela perguntava se elas nasceram de novo. Este pregador replicou então, "Eu nasci de novo". A missionária meneou sua cabeça e disse, "A maneira como você olha, mostra que você não nasceu de novo". Você diz que nasceu de novo, mas seu tom revela que não nasceu de novo. Quando o pregador foi para casa, quanto mais ele pensava no assunto, mais irado ele ficava. Ele sentia que tinha sido humilhado em público, e ele considerava em ir à mis-sionária e bater nela. Neste contexto, a soberania de Deus foi manifestada, e o Espírito Santo operou dentro dele, dizendo, "Como você pode ser tal pessoa ruim? Alguém lhe falou que você não foi regenerado, e você quer bater nele?" Ele considerou um pouco e então sentiu que realmente era verdade que ele não tinha sido regenerado. Então ele se ajoelhou e confessou os seus pecados, embora percebendo que ele não mais era mais uma pessoa ruim, uniu-se à igreja, tornando-se um pregador, mas interiormente ele ainda era pecaminoso ao máximo. Quanto mais ele confessava, mais triste ele ficava. Depois de orar, porém, ele ficou tão alegre interiormente que não podia esperar até próxima reunião de manhã. Ele foi imediatamente para a casa da missionária. Quando a missionária abriu a porta e viu o pregador, ela disse, "Parabéns, você foi salvo e nasceu novamente!" ILUSTRAÇÕES DE COMO RECEBER AS PESSOAS DE ACORDO COM AS SAGRADAS ESCRITURAS Todos nós que tivemos a experiência da salvação e fomos levados através dela por Deus para saber o que é ser salvo, se arrepender e se voltar a Deus, contatar o Senhor, e ter a presença do Senhor. Nós também sabemos que arrependimento e sentimento interior são do espírito. Com respeito a contatar as pessoas, pode haver várias maneiras para sentir a condição interior de uma pessoa, mas, a realidade da condição dela é a mesma. Porque nós não vemos freqüentemente a condição interior das pessoas, nós podemos receber alguém que tem uma compreensão doutrinal, mas não tem o Senhor dentro dele, ou nós podemos rejeitar alguém que tem o Senhor interiormente, mas que está confuso em relação a uma doutrina. Quando a igreja em Foochow começou um reavivamento, houve muitos jovens que foram salvos e quiseram ser batizados. Isto forçou-nos a colocar de lado todas as nossas velharias e práticas tradicionais. Uma vez durante uma entrevista para o batismo, perguntei para um estudante que queria ser batizado, "Você se sentiria bem em dar o casaco que está usando agora para os pobres?" Ele disse, "Sim". Eu lhe perguntei por que, e ele disse, "que desde que o Senhor Jesus derramou o Seu sangue na cruz por mim, como eu não poderia dar este casaco aos outros?" Neste momento nenhuma necessidade havia de lhe perguntar quantos deuses há ou quem é o Deus Triúno. Se você perguntar para as pessoas com sua mente, elas lhe responderão com as suas mentes, mas se você lhes faz perguntas que tocam o seu ser interior, a condição interior delas será revelada claramente. Eu perguntei a um outro, "Por que você está aqui?" Ele disse, "eu estou aqui para ser batizado". Eu perguntei, "Por que você quer ser batizado?" Ele disse, "eu sou salvo". Eu perguntei, "Como você sabe que você é salvo?" Ele disse, "eu gostava de assistir filmes. Até mesmo quando minha mãe me proibia, eu ainda os assistia. Porém, desde então eu ouvi evangelho e recebi o Senhor Jesus, eu vi quão adorável é o Senhor, assim eu não assisto mais filmes". Naquele ponto não havia nenhuma necessidade para lhe perguntar, "você crê na vida eterna? Você crê num julgamento vindouro?" Ele seguramente acreditava. Eu ainda perguntei a um outro, "qual é o significado do batismo?" Ele disse, "O Batismo significa que nós morremos com o Senhor e fomos sepultados com Ele e que nós não estamos mais unidos ao mundo. Embora eu ainda não esteja claro sobre a Bíblia, uma vez que eu sou batizado, eu nada mais quero além de estar ao lado do Senhor". Você pode batizar este tipo de pessoa sem lhe perguntar mais qualquer coisa. Isto pode ser comparado a comprar farinha. Quando nós formos ao moinho para comprar farinha, nós não precisamos abrir os sacos um por um para ver o conteúdo. Nós só precisamos enfiar uma agulha de prova num saco e então tirar e olhar. Deste modo nós saberemos o que tem dentro. Não teste a mente das pessoas. Ao invés disso, tente tocar a condição interior delas. Alguns dizem que esta maneira de entrevistar para o batismo é muito rápida e pode não ser segura. Porém, farinha de trigo sempre será farinha de trigo. Você não pode transformá-la em arroz abrindo o saco e analisá-la. Nós nos preocupamos com a verdadeira condição interior de uma pessoa. Ela realmente conheceu a Deus? Ela recebeu o Senhor como seu Salvador? Ela se arrependeu? Ela invocou o Senhor? Ela sente a presença de Deus? Nós queremos tocar a verdadeira situação interior do homem e ver se ele é verdadeiramente salvo. Doutrinas recebidas na mente não têm nenhum efeito na salvação de uma pessoa. Algumas pessoas não entendem uma doutrina, mas elas têm um Senhor vivo dentro delas que é a vida delas e está reinando dentro delas. Esta é a maneira de receber as pessoas baseado nas Escrituras.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Amigo dos Pecadores - Watchman Nee
Quando o Senhor Jesus estava na terra, Ele foi tentado em todas as coisas. Ele sentia dor quando sofria; Ele sentia tristeza quando era mal-entendido. Ele experimentou muito sofrimento e encontrou muitas perseguições. Quando Ele experienciou essas tentações, Ele tinha os mesmos sentimentos que nós. Portanto, Ele pode se compadecer de nossas fraquezas. O Senhor se compadece das fraquezas do homem, mas nunca será complacente com o pecado. O Senhor Jesus foi tentado sob todos os aspectos como nós, contudo sem pecado. Ele nunca disse, "Eu Sou complacente com seus pecados; por isso, Eu o perdôo". Ele se compadecia com a fraqueza da carne do homem. O que é a fraqueza da carne? É a fraqueza em nossa alma. Ele se compadecia com esse tipo de fraqueza. Quando nós sofremos na carne, nossa alma sente-se incomodada. O Senhor pode se compadecer com esse tipo de desconforto. O Senhor expressar compaixão significa que Ele sente o que nós sentimos. Nós já sentimos o que os outros sentem? Nós alguma vez nos compadecemos com os outros? Muitas vezes nós podemos ajudar os outros, mas não temos compaixão por eles. Nós não sentimos os sofrimentos dos outros. Quando vemos uma pessoa doente, podemos dar a ela alguma ajuda material. Mas podemos não sentir sua dor. Exteriormente, pode haver graça, mas interiormente, não há compaixão. Isso significa que nós não sentimos o que ela sente. O Senhor é o Senhor da graça; Ele também é o Senhor da compaixão. A Bíblia tem dois títulos para o Senhor: o Salvador dos pecadores e Amigo dos pecadores (Mt 11:19). O titulo Salvador fala de Sua redenção dos pecadores, e o titulo Amigo fala da Sua comunicação com os pecadores. Ele pode sentir toda a dor e sofrimento dos pecadores. Louvado seja o Senhor. O Senhor Jesus não só é o Salvador dos pecadores, mas também o Amigo dos pecadores! Aqui vemos um pouco das riquezas da Sua glória. Às vezes podemos encontrar algumas dificuldades e estar sós. Muitas pessoas podem torcer o nariz para nós; muitas palavras podem nos magoar. Tudo ao nosso redor parece cinzento. Mas temos que saber que quando o mar desaba sobre nós, o Senhor não é apenas nosso Salvador; Ele é também nosso Amigo! Ele sente o sofrimento que nós sentimos. Ele se compadece conosco e passa por nossas experiências junto conosco. Compaixão era uma característica do Senhor quando Ele estava na terra. A Bíblia registra muitos exemplos de Sua compaixão pelos homens. Ele se compadecia com os doentes e os curavam. Ele se compadeceu dos famintos e alimentou cinco mil e depois quatro mil com pães. Ele ouviu o grito, "Filho de Davi, tem compaixão de mim", e curou o cego. Quando Ele viu a aflição daqueles cujo parente havia morrido, Ele ressuscitou o morto. Se nossos corações estiverem abertos, nós veremos a compaixão do Senhor derramada sobre nós. Antes de Ele ser o Salvador dos pecadores, Ele era o Amigo dos pecadores. Nós sabemos que nosso Senhor veio a terra para morrer. Se fôssemos nós, teríamos pensado que já que nossa missão é morrer, tudo o que temos de fazer é passar pela nossa morte determinada. Não nos preocuparíamos com qualquer outra coisa. Mas nosso Senhor não era assim. Embora a cruz estivesse à Sua frente, antes de chegar a Sua hora, enquanto Ele estava a caminho da morte, Ele se compadecia com aqueles a quem encontrava e que tinha necessidade Dele. Oh, que Senhor amoroso Ele é! Se alguém quiser compadecer-se com os outros, três coisas são indispensáveis: a primeira é experiência. Para compadecer-se com os outros, a pessoa tem que ter primeiro a experiência. Se você está bem de saúde e nunca esteve doente, você não poderá compadecer-se com pacientes doentes. Se você nunca experimentou uma dor de dente, você não poderá compadecer-se com aqueles que sofrem de dor de dente. Se você nunca esteve com dor de cabeça, você não pode sentir a dor daqueles que sofrem de dores de cabeça. Se você nunca experimentou certo sofrimento, você não pode compartilhar os sentimentos daqueles que experimentam tal sofrimento. Então, você não pode compadecer-se com eles. Experiência é necessária; ajuda a pessoa a compadecer-se com os outros. Uma irmã disse uma vez, "Eu tenho muitas coisas que são difíceis de vencer e muitas coisas nas quais eu tenho falhado. Eventualmente, eu busquei ajuda daqueles irmãos que eram melhores do que eu. Mas eles não entenderam meu problema. Parece que eles nasceram 'pessoas santas', e eles nunca tinham tido experiências de fracassos." Isso mostra que uma pessoa sem experiência não pode compadecer-se com as outras. Por que nosso Senhor não desceu do céu como um adulto? Por que Ele teve que passar pelo útero de uma virgem? Por que Ele teve que ser cuidado, nutrido, e crescer gradualmente? Por que Ele teve que passar por trinta e três anos e meio de sofrimento nessa terra? Por que Ele não foi crucificado três dias após ter nascido para cumprir Sua obra de redenção? Oh, a razão de Ele estar disposto a submeter-se a todos os tipos de limitação e sofrer toda aflição era que Ele queria compadecer-se conosco. Ele aprendeu os princípios do viver humano. Ele era mal-entendido e perseguido. Ele foi desprezado, maltratado, e abandonado pelas pessoas. Por conseqüência, Ele foi crucificado na cruz. Ele suportou todos esses sofrimentos para poder experimentar o gosto amargo da vida humana e compadecer-se com as fraquezas do homem. Seus trinta anos de viver humano e Sua pregação durante os três anos e meio não foram somente para cumprir Sua missão e obra, mas também para compadecer-se conosco. Ele tinha que fazer isso antes de poder compadecer-se com as nossas fraquezas. Se houver um coração partido ou ferido aqui hoje, o Senhor está sentindo o que você sente agora mesmo. Ele conhece suas aflições. Ele não apenas tem a graça para salvá-lo, mas tem um coração que se compadece com você e sente o que você sente. Para compadecer-se com os outros, experiência não é suficiente. A segunda coisa necessária é o amor. Algumas pessoas sofrem de doenças por muitos anos; elas ficam doentes a cada três dias e descansam a cada dois dias. Elas provam a amargura de suas doenças, mas ainda não podem compadecer-se com os pacientes doentes no mundo. Elas só podem compadecer-se com aqueles a quem amam. Elas têm a experiência, mas necessariamente não têm amor. Por conseguinte, elas não podem compadecer-se com todo o mundo. O Senhor pôde compadecer-Se com todo o mundo enquanto esteve na terra porque Ele não apenas tinha a experiência, Ele tinha também o amor. Uma vez quando o Senhor desceu de uma montanha, um leproso O adorou e disse, "Se Tu quiseres, podes me purificar." Imediatamente, o Senhor o tocou com Sua mão e disse, "Eu quero; fica limpo!" (Mt 8:1-3). Havia um lugar no Seu coração para o leproso. Ele poderia sentir o sofrimento do leproso. Então, Ele o tocou. O Senhor não tinha apenas a experiência; Ele também tinha um coração cheio de amor. Experiência e amor somente não é suficiente. A terceira coisa que você necessita é não estar ocupado com seus próprios negócios. Isso significa que nada o pré-ocupa. Muitas vezes o coração de um homem já está ocupado com alguma coisa; por isso, ele se fecha. Como resultado, ele não pode compadecer-se com os outros. Ele pode dizer, "Eu nem mesmo posso suportar meu próprio fardo. Como posso me compadecer com os outros?" Quando o Senhor estava na terra, Ele possuía uma característica particular: Ele colocou de lado Suas próprias necessidades. O que nosso Senhor não fez é mais maravilhoso e significativo do que o que Ele fez. Quando Ele tinha fome, Ele não transformava as pedras em pães. Quando Ele foi levado pelo inimigo, Ele não pediu para que o Pai O protegesse com doze legiões de anjos. O Seu coração não estava ocupado com Suas questões pessoais. Ele nunca se preocupou com Suas questões pessoais de forma que Ele não pudesse compadecer-Se com os outros. Muitas vezes quando temos nossos próprios fardos e sofrimentos, nós não temos sentimentos pelos sofrimentos dos outros. Mas essa não era a maneira do Senhor. Se Ele tivesse se preocupado apenas com o sofrimento que estava prestes a experimentar na cruz, Ele teria ficado diariamente ocupado com Seu próprio sofrimento. Ele não poderia Ter-se compadecido com os outros. Se Ele tivesse pensado todo o tempo sobre Seu sofrimento - o qual era o maior e o mais duro de todos os sofrimentos - Ele não teria sido capaz de se preocupar e ajudar os outros. Mas o Senhor vivia como se nada fosse acontecer. Quando Ele encontrava os doentes, Ele os curava. Quando Ele encontrava os pobres, Ele pregava o evangelho a eles. Ele agia como se nada fosse acontecer. Ele era completamente compassivo para como os outros. Toda vez que Ele Se compadecia com os outros, Seu coração era como um pedaço de papel em branco no qual qualquer letra ou desenho poderia ser escrito. Louvado seja o Senhor que Seu coração estava completamente vazio e reservado para os outros. Ele não somente Se compadeceu com as pessoas daquele tempo, Ele também Se compadece conosco hoje. Ele é nosso Sumo Sacerdote, e hoje Ele Se compadece conosco no céu. O que Ele experienciou foi milhares de vezes mais severo do que nós experienciamos. Nós podemos confiar Nele e podemos orar a Ele. Qualquer dificuldade que temos, Ele Se une aos nossos sentimentos. Ele é gracioso para conosco, e nos ajuda. Ele nos traz a paz. Hebreu 4:16 diz, "Aproximemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos compaixão e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." Muitas vezes nós sentimos que os outros não consideram que nossos problemas são importantes e que ninguém pode compadecer-se conosco, confortar-nos, ou ajudar-nos. Nesses momentos, nós certamente sentimos quão pesado é nosso fardo e quantos são os nossos sofrimentos. Mas há uma Pessoa no céu que Se compadece conosco. Nós podemos ir confiadamente ao trono da graça para suplicar a Ele. No céu, há uma Pessoa que Se compadece conosco e tem compaixão de nós; Ele sente nosso fardo. Ele tornará nosso fardo leve. Às vezes, nossos amigos na terra podem aliviar nosso fardo, mas esse Amigo no céu está sempre pronto a levar nosso fardo. Ele não só leva nosso fardo em sentimento, mas também em realidade. Ele Se compadece conosco, e Ele é gracioso para nós. É como se fôssemos a única pessoa a quem Ele ama. Ele só se preocupa com as nossas questões. Ele é tal Senhor! Louvado seja o Senhor! Nós temos tal Senhor!
O CORPO DE CRISTO Por Watchman Nee
Aconselhamentos sobre a Vida Cristã
Há umas quantas coisas que quero mencionar, com relação ao Corpo de Cristo.
Cristo, a Igreja e o Corpo
"Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim” (Fp 1: 29,30 ACF)
A versão de Darby acrescenta, entre parêntesis: "Nós somos Sua carne e Seus ossos.”
No Antigo Testamento, Deus nos mostra que Ele tomou uma costela de Adão e formou a Eva. Eva saiu de Adão, ou, para usar outra expressão, Eva era de Adão. De modo similar, se perguntamos: “Que é a Igreja?” a resposta é que a Igreja sai de Cristo. Assim como Deus formou a Eva do que havia tirado de Adão, Ele edifica a igreja com o que tirou de Cristo.
Cristo nos deu, não só Seu poder de Graça, natureza e vontade, mas também Seu próprio Corpo. Ele nos deu Seus ossos e Sua carne. Ele se nos deu a si mesmo, tal como Adão deu seu osso a Eva.
A Bíblia nos diz que Cristo é a cabeça da igreja, e a igreja é o corpo de Cristo. Individualmente, cada cristão é um membro do corpo de Cristo, ´porque cada um sai Dele.
Uma coisa que temos de notar de modo especial é que o corpo de Cristo está na terra. Está na terra, ainda que não pertença à terra. É celestial, porém está na terra. Não pensemos que o corpo de Cristo está no céu. Quando Paulo perseguia a igreja, o Senhor Jesus o deteve no caminho de Damasco e lhe disse : “Saulo, Saulo, por que me persegues?" Não lhe disse: “Por que persegues a minha igreja?" Assim foi revelado a Paulo que a igreja e Cristo são um. A unidade da igreja e Cristo é de uma natureza tal que o perseguir a igreja é perseguir a Cristo. Além disso, o incidente no caminho de Damasco indica que o corpo de Cristo é algo que está na terra. Se estivesse no céu, não seria perseguido nem poderia ser perseguido. Porém, hoje, a igreja na terra é o corpo de Cristo. Por isto Saulo podia perseguir a igreja. Muitos sustentam que a manifestação do corpo é um assunto celestial, de modo que esta manifestação tem que esperar até que cheguemos ao céu. Se este fosse o caso, então Paulo, Saulo, não teria podido perseguir ao Senhor.
Como a igreja é o corpo de Cristo na terra, tem que ser manifestada aqui. Ainda que a cabeça está no céu e o corpo na terra, contudo são um. O que está no céu e o que está na terra são um. Daí porque a perseguição da igreja seja a perseguição do Senhor; o perseguir co corpo é perseguir à cabeça. A união é tão perfeita que não podem ser separados.
Muitas pessoas perguntam: “Como pode o corpo de Cristo ter estado na terra durante o tempo em que viveu Paulo? Durante os dois mil anos desde aquele tempo até o presente, ingentes multidões têm sido salvas, e acrescentadas ao corpo de Cristo. Como, pois, podia a igreja ser o corpo de Cristo naquele período primitivo?” J. B. Stoney, um irmão muito espiritual e muito usado por Deus no século passado, deu uma ilustração muito boa disto:
Disse que a igreja é como um pássaro pequeno. Quando começa a aparecer pela casca do ovo, é chamado de pássaro, apesar de que suas plumas ainda vão aparecer. Mais tarde, quando cresce, ainda se chama pássaro. Não lhe é negado o nome de pássaro quando suas plumas não são de todo visíveis. As plumas crescem lentamente a partir de seu interior; ainda não estão nas asas, visíveis de fora. Todo o crescimento vem de dentro, até que, gradualmente, o pássaro chega a ser um pássaro adulto. E isto é o mesmo que ocorre com a igreja que existe na terra. Ainda que ela, no tempo de Paulo, estava só começando, apesar disso era o corpo de Cristo. Hoje em dia cresceu muito, porém não se lhe acrescentou nada estranho. Todo o crescimento veio de dentro.
Apesar de o número dos que se salvam na igreja ser ainda incompleto, contudo, a igreja é perfeita por dentro. O que está dentro tem que ser desenvolvido plenamente, isto é, Cristo tem que ser manifestado desde dentro dela. Por tanto, a igreja hoje, como a igreja de ontem e a igreja de amanhã, é o corpo de Cristo. Deus não salva as pessoas e as acrescenta à igreja exteriormente, mas é o corpo de Cristo que vai crescendo continuamente, a partir de dentro, da Cabeça.
A igreja não é outra coisa que o que vem de Cristo. Sai da cabeça, que está no céu, porém reside na terra. É um corpo. Como o passarinho, necessita crescer até conseguir chegar ao pleno amadurecimento. A igreja, pois, é uma do começo até o fim.
A Bíblia nos mostra que a base da igreja é o corpo de Cristo. Tudo o que não está fundado no corpo de Cristo não é a igreja. A palavra de Deus reconhece só uma igreja, o corpo de Cristo. Não importam as razões ou quão espirituais sejam seus argumentos, se algo não se baseia no corpo de Cristo, não pode ser reconhecido como igreja. a. Quando a influência do protestantismo estava em seu auge na Europa, além das igrejas nacionais, apareceram muitos grupos e denominações que discordavam (entre si). Durante este período, as igrejas estabelecidas pelos homens brotaram como os bambus na primavera, depois de uma chuva fresca. Escaparam da servidão da Igreja Católica Romana; fugiram da liberdade das igrejas protestantes. Creram que tinham a liberdade de estabelecer igrejas. Porém, as igrejas que estabeleceram estavam fundadas no princípio do corpo?
É imperativo que vejamos com precisão, diante de Deus, o que é a igreja. A igreja é o corpo de Cristo. Tudo o que seja menor que o corpo de Cristo não pode ser usado como base de uma igreja. Por exemplo, nós os irmãos em Shangai temos uma igreja porque aprendemos a estar fundados no corpo e recebemos a todos os membros do corpo de Cristo em nossa comunhão. Só temos uma condição para receber aos irmãos e rimas na igreja aqui, e é esta, que pertençam ao corpo de Cristo, que estejam no corpo. Só isto justifica o fato de que sejamos uma igreja.
Uma vez que temos uma igreja aqui, em Shangai, suponhamos que um dia alguns irmãos estão em desacordo com certas doutrinas ou crêem que algumas verdades sustentadas pela igreja são deficientes. Têm eles o direito de fundar outra igreja? Não, porque não tem base para isto. A base da igreja é o corpo de Cristo. O fundar uma igreja com vistas a defender uma verdade isolada não é suficiente justificativa. Se a igreja em Shangai não é o corpo de Cristo, então estes irmãos podem estabelecer uma igreja. Porém, se ela o é, então têm de continuar sua comunhão com ela.
Não podem estabelecer outra igreja.
Suponhamos que alguns irmãos declaram que não consideram aceitáveis, com relação Às doutrinas da Bíblia, nossa interpretação com relação ao ministrar alimento espiritual aos filhos de Deus. Não, outras sociedades podem estabelecer-se à vontade, porém uma igreja, não! Podem organizar um esforço cristão, uma escola dominical, um clube santo, porém não podem instituir uma igreja. O proporcionar alimento espiritual não é uma base suficiente para formar uma igreja. Só sobre uma base pode ser estabelecida uma igreja, isto é, ela tem de incluir a todos os filhos de Deus. Para dizê-lo de outra forma, a igreja tem que tomar o corpo de Cristo como sua unidade. Se outras pessoas falham em congregar-se na base desta unidade, a responsabilidade é sua, porém uma igreja não pode ter nenhuma condição à parte de pertencer ao corpo. O corpo é, pois, a única condição. A igreja tem de ser compreensiva no mesmo grau que o corpo; ela não pode ser menor que o corpo. Todos os que pertencem a Cristo estão incluídos na igreja. Ninguém no corpo pode ser rechaçado.
Segundo a Bíblia, a igreja de Cristo é o corpo de Cristo, e o corpo de Cristo é a igreja de Cristo. Nem ainda uma doutrina pode ser usada como justificativa para fundar uma igreja. A santidade é importante, porque sem santidade ninguém pode servir a Deus. A fé é muito necessária, porque pela fé somos justificados. Porém, nem a santidade nem a fé podem servir como razão para estabelecer uma igreja, porque a igreja é o corpo de Cristo. Não é a congregação dos que crêem na doutrina da santidade, nem uma assembléia dos que advogam pela justificação pela fé.
Certamente a nacionalidade não pode ser a base da igreja, tal como a igreja luterana da Alemanha, ou a igreja anglicana da Inglaterra. Uma vez Deus deu a Martin Lutero a verdade da justificação pela fé: foi feito o instrumento da extensão do movimento protestante. Porém isto não lhe deu, nem a ele ou a seus seguidores, o direito de estabelecer uma igreja nacional. Se há só dez cristãos hoje, fundamentados no terreno do corpo de Cristo, tem o direito de formar uma igreja. Porém a Alemanha, com seus vinte milhões de cristãos, não pode organizar uma igreja. O fato de ter tantas pessoas, não é causa suficiente para o estabelecimento de uma igreja nacional.
O terreno da igreja, pois, é o corpo de Cristo em uma localidade. Não está baseado em uma doutrina ou uma nação, ou no alimento espiritual ou na interpretação bíblica. Aonde quer que formos, temos que ter bem clara esta posição: que a igreja é o corpo de Cristo. Se uma igreja local se forma sobre esta base, não é sectária.
Se alguns irmãos e irmãs sustentam pontos de vista e interpretações diferentes de ti e, portanto, insistem em estabelecer uma congregação separada, seu terreno é equivocado. Como tu estás no corpo de Cristo, tens o terreno próprio e justo. Eles não tem base, porque seu terreno está baseado em pontos de vista e interpretações. Das chamadas “igrejas” no mundo, só as que estão no corpo de Cristo são igrejas. O resto não tem base suficiente para serem consideradas como igrejas.
Se os filhos de Deus vêem claramente que o corpo é a única base da igreja, não vão dividir-se em seitas. Está muito bem ter uma igreja com somente três ou cinco pessoas; porém, pode não ser reto o estabelecer uma com cem ou mil pessoas. Estamos convencidos que a igreja tem uma só base: o manifestar plenamente o corpo de Cristo. Não nos congregamos em nenhuma outra posição que não a do corpo de Cristo. Espero que os crentes possam ver que ali, onde um grupo em uma localidade excede ou cava por baixo, mina o corpo de Cristo, este grupo não pode ser reconhecido como uma igreja. O grupo que excede o corpo de Cristo é o que recebe a pessoas que não pertencem ao corpo; deixa entrar os não-crentes. Estes grupos passam a ser uma mescla e perdem a categoria de igrejas. Por outro lado, todo grupo que mina o corpo de Cristo é o que faz mais estreita a sua comunhão. Pode ser um grupo de santidade, ou do sétimo dia, ou um grupo batista. Estes grupos restringem o corpo de Cristo mais do que é devido; não têm suficiente base para serem reconhecidos como uma igreja.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Parábola da luz
(Jo 1:3,9)
Como o verbo, Jesus vestiu-se de nossa carne e tornou-se não apenas a nossa vida, mas também a nossa luz. Ele disse ser "A luz do mundo" e, como tal, iluminava a todo o homem que vem ao mundo. Mas João nos dá uma expressão ainda mais cheia de significado: "A vida era a luz", e a verdadeira vida é sempre luminosa. Ávida que ele doa jamais deixa de iluminar. A sua vida é uma luz, e torna claro o caminho das almas perdidas na escuridão do pecado. Quando Cristo, como o verbo, encarnou, inundou o mundo com a luz dos céus. Ele veio como a aurora do alto.
A tragédia está em que tal luz divina brilhou no meio de corações cegos e obscurecidos, os quais não compreenderam o seu fulgor. Suas mentes insensíveis estavam em trevas (Rm 1:21). Ele veio como a luz, ao seu povo escolhido, mas eles não o receberam. Por causa de seus feitos malignos, preferiram as trevas do que a luz. João o precedeu como "uma luz que brilha e se consome" e seu testemunho referente à luz também foi rejeitado. Através de todos os apóstolos, a palavra de Deus falou e a verdadeira luz brilhou; mas eles sofreram a mesma rejeição sentida pelo Mestre. Ainda assim, para todos os que receberam a verdadeira luz existem a plena filiação.
Parábola do verbo
(Jo 1:1-14)
Sem qualquer introdução de si mesmo ou de seu evangelho, João, de modo singular, mergulha abruptamente direto na descrição do Senhor que tanto amava. Ele repete a expressiva figura de linguagem à medida que declara a divindade de Cristo, a saber, O Verbo. Que instrução parabólica encontramos nessa expressão! O que são verbos? Não são vestimentas para os nossos pensamentos? Pensamentos não podem existir sem verbos. Logo, os verbos falados são a manifestação de nossos pensamentos.
Cristo, diz João, veio como o verbo, e como o verbo que se tornou carne, para significar que veio como a revelação da mente de Deus. Por sua vida, obras e ensinamentos, Jesus revelou os pensamentos de Deus para nós. Além do mais, tal designação é símbolo de seu ministério eterno: "E o nome pelo qual se chama, é o verbo de Deus" (Ap 19:13). É maravilhoso saber que, como "o verbo", ele criou a carne e se compadece da carne —"o tecido transitório e frágil feito a partir do pó"; mas está além de nossa compreensão entender tudo o que está envolto no mistério de sua encarnação. Ele se tornou Deus, em forma humana, para que Deus se tornasse mais real para nós humanos. Ainda assim, o seu corpo mortal, e até mesmo as suas roupas, brilhavam a sua majestade e glória. Nada podia esconder a sua glória como o Unigênito do Pai.
Romanos 2:12-13
Romanos 2:12-13 Todo aquele que pecar sem a Lei, sem a Lei também perecerá, e todo aquele que pecar sob a Lei, pela Lei será julgado. Porque não são os que ouvem a Lei que são justos aos olhos de Deus; mas os que obedecem à Lei, estes serão declarados justos.
De maneira geral, lei é uma norma ou regra estabelecida com autoridade e tornada obrigatória para a manutenção da ordem em uma comunidade. No texto em questão, "a Lei", refere-se àquela dada por Deus ao povo de Israel, através de Moisés, quando estavam acampados em frente o monte Sinai, após saírem do Egito. Através dela Deus iniciou um processo de tornar-se conhecido ao povo revelando Sua vontade em diversas áreas da vida pessoal, social e espiritual. Por isso, obedecer a Lei, no Antigo T5estamento, significava fazer a vontade de Deus.
Por que Deus deu a Lei?
A intenção original de Deus não era a lei, mas a graça, que nos foi dada desde os tempos eternos (2Tm1:9), antes da criação do mundo, para que por meio dela tivéssemos vida e fossemos santos e irrepreensível diante Dele (Ef1:4). Por que então existe a lei e qual o seu propósito?
Gálatas 3:19 Qual era então o propósito da Lei? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o Descendente a quem se referia a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador.
Após o pecado de Adão a humanidade ficou arruinada e por mais de 1600 anos os homens viveram sobre a terra apartados de Deus. Ele não interviu e deixou que seguissem seu próprio caminho. Sua maldade era tanta que Deus decidiu extermina-los da face da terra (Gn 6:5-7). Se não fosse por Noé, um homem que andava com Deus, a raça humana terminaria ali. O amor de Deus falou mais alto, e Ele resolveu poupá-lo da destruição que viria sobre a terra com o dilúvio. Toda a humanidade foi destruída exceto ele os de sua família. Porém, eles também traziam em sua natureza a semente do pecado e como a terra foi repovoada a partir deles, a raiz do problema não foi removida e perdura até os dias de hoje.
Deus sabia que era impossível para o homem livra-se do pecado. Por isso Ele tinha um plano eterno, e começou então a desvendá-lo para resgatar a humanidade. Escolheu um homem chamado Abrão, habitante da cidade de Ur dos caldeus, separou-o para Si, o abençoou e prometeu que através dele, seriam abençoadas todas as famílias da terra. Deus começou a revelar-se a ele mais e mais intensamente e também lhe deu um filho, Isaac, que foi pai de Jacó, também chamado Israel e dessa família formou uma nação, a fim de cumprir sua promessa (Gn12:1-3). Eles trariam ao mundo Seu filho, por meio do qual revelaria Sua graça. Ele conservou seu povo no Egito por mais de 400 anos, para que se tornassem fortes e numerosos (Gn45:5-7, Ex1:7). Depois, tirou-os dela com grande poder (Ex14:21-22) para leva-los à terra de Canaã, que prometera a Abraão (Ex6:2-5). Enquanto caminhavam pelo deserto, rumo à terra prometida, chegaram ao monte Sinai (Ex19:1-6) e Deus, através de Moisés, firmou uma aliança com o povo entregando-lhes diversas leis que deveriam regulamentar seu relacionamento com Ele e entre si. Estas leis estão registradas nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e são conhecidas com a "lei de Moises" ou a "lei de Deus", da qual fazem parte os "Dez Mandamentos".
Na lei havia mandamentos morais e cerimoniais. A lei moral estabelecia um padrão de conduta que mostrava como o homem deveria agir em suas relações interpessoais e com Deus. A lei cerimonial era constituída de um conjunto de normas e regulamentos para o culto a Deus, adoração, perdão dos pecados e gratidão.
Esse não era o plano original de Deus. A lei foi "acrescentada por causa das transgressões". Deus criou o homem bom e sem pecado, mas após a queda, ele passou a ter um comportamento indecente diante de Deus. Seus pensamentos, atos e atitudes se tornaram ofensas. Porém, ele não tinha conhecimento de que muitas de suas práticas rotineiras eram verdadeiros insultos a santidade de Deus. Por esse motivo, Deus deu a lei: para que o homem se tornasse consciente de suas ofensas (Rm5:20). Após ser acrescentada a lei, uma ofensa passou a ser uma transgressão. Antes da lei Deus tolerou muitos pecados (Rm4:15), mas depois dela, eles se tornaram transgressões da lei.
A transgressão é o pecado concretizado, a quebra do mandamento, a violação da lei. É a evidencia da rebelião interior. A palavra hebraica mais comumente traduzida por "transgressão" no Antigo Testamento significa "revolta", "rebelião". É a lei que faz aparecer a rebelião na forma de transgressão.
A transgressão ocorre quando somos atraídos pelos desejos pecaminosos do nosso coração e cedemos a eles (Tg1:14-15). O que nos informa que o ato em questão foi uma transgressão é a lei. Ela diz: "isso é errado" ou "não faça tal coisa", porém, eu sou atraído por meu coração pecador e sendo seduzido, acabo pecando. Olho novamente para a lei e ela confirma que o que fiz está errado. Assim, pela lei, fico sabendo que pequei.
Deus sempre soube da condição do coração humano, mas o próprio homem não conhece sua condição de pecador. Ele pensa que suas más obras são perfeitamente normais e não reconhece que elas ofendem ao Senhor. Sua consciência está cauterizada, não o acusa quando comete um pecado. O que Deus sabe também precisa ser manifesto ao homem, para que este tenha consciência que é pecador.
Romanos 3:20 Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.
O pecado é revelado pela lei e não a verdadeira justiça de Deus. Quando a Lei diz "não mentirás", afirma que mentir é pecado, assim, a pessoa que mentir se torna consciente que pecou. Por isso ela não pode tornar alguém justo, mas sim consciente de que é pecador. A consciência do pecado traz à pessoa sentimentos de culpa e condenação, dos quais não consegue se livrar sozinho. Ela percebe então que precisa de salvação, perdão, justificação e libertação.
Gálatas 3:23-24 Antes que viesse essa fé, estávamos sob a custódia da Lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé.
A intenção original de Deus era a graça, mas a lei foi dada para tornar o homem consciente do pecado, preparando-o para que pudesse ser salvo pela graça. Foi o Senhor Jesus quem manifestou a graça de Deus aos homens. Nele, a lei cumpre seu principal propósito: ela aprisiona todos debaixo de si e os leva a Cristo para serem libertos e salvos pela graça, mediante a fé. Por isso o texto diz que a lei foi o nosso tutor até Cristo. Se, porém,uma pessoa não reconhece em Cristo a justiça que em pela fé, a lei não cumpre nela o seu propósito; ela permanece aprisionada a lei e não tem acesso à graça.
Por que a Lei não Produz Vida?
Gálatas 3:21-22 Então, a Lei opõe-se às promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que pudesse conceder vida, certamente a justiça viria da lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que crêem.
A lei não é uma solução definitiva, pois não muda o princípio de vida natural do ser humano. Quando Adão comeu do fruto do conhecimento do bem e do mal, este passou a ser seu princípio de vida, seus olhos foram abertos e ele passou a agir baseado no conhecimento que tinha do o que era certo ou errado. Este é o princípio que guia todo homem: "se considero certo eu faço, se considero errado não faço". Mas baseado em que? Quais são os parâmetros? A lei deu ao homem um parâmetro: "isso é certo", "isso é errado", "faça isso", "não faça aquilo". Isso mostra que ela funciona baseada no mesmo princípio de vida do homem pecador - o certo e o errado, o bem e o mal. Ela foi feita para ser aplicada a alguém que está vivendo de acordo com o princípio do conhecimento do bem e do mal. Por isso ela não pode produzir vida.
A lei sempre diz o que fazer e o que não fazer, atuando apenas nas coisas exteriores, sem atingir a natureza humana pecadora. Ela não elimina a raiz do pecado nem muda a natureza humana, por isso não satisfaz plenamente a justiça de Deus, como está escrito: "ninguém será justificado pelas obras da lei".
Por ter essa natureza maligna, o homem rouba, mente, mata, adultera, etc. A lei então diz: não minta, não roube, não mate, não adultere, etc., tratando apenas com o efeito e não com a causa. Ela diz "não peque", mas não concede poder para não pecar. A lei evidencia o que o ser humano é, mas não concede poder para ele ser diferente. Ele, por si mesmo, não pode vencer o pecado e satisfazer a justiça de Deus. Precisa de um milagre interior, algo que substitua seu coração arruinado por outro, precisa de uma mente renovada, precisa ser perdoado de seus pecados e, mais ainda, precisa ser livre do pecado e viver baseado em outro princípio de vida.
A lei não consegue fazer isso. Voltando ao exemplo da árvore e dos frutos, vemos que a lei só é capaz de remover alguns frutos, mas não tem poder sobre a raiz do pecado. Podemos remover quantos frutos desejarmos, mas a árvore, com sua forte raiz, irá produzi-los novamente junto com outros mais.
De maneira geral, lei é uma norma ou regra estabelecida com autoridade e tornada obrigatória para a manutenção da ordem em uma comunidade. No texto em questão, "a Lei", refere-se àquela dada por Deus ao povo de Israel, através de Moisés, quando estavam acampados em frente o monte Sinai, após saírem do Egito. Através dela Deus iniciou um processo de tornar-se conhecido ao povo revelando Sua vontade em diversas áreas da vida pessoal, social e espiritual. Por isso, obedecer a Lei, no Antigo T5estamento, significava fazer a vontade de Deus.
Por que Deus deu a Lei?
A intenção original de Deus não era a lei, mas a graça, que nos foi dada desde os tempos eternos (2Tm1:9), antes da criação do mundo, para que por meio dela tivéssemos vida e fossemos santos e irrepreensível diante Dele (Ef1:4). Por que então existe a lei e qual o seu propósito?
Gálatas 3:19 Qual era então o propósito da Lei? Foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o Descendente a quem se referia a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador.
Após o pecado de Adão a humanidade ficou arruinada e por mais de 1600 anos os homens viveram sobre a terra apartados de Deus. Ele não interviu e deixou que seguissem seu próprio caminho. Sua maldade era tanta que Deus decidiu extermina-los da face da terra (Gn 6:5-7). Se não fosse por Noé, um homem que andava com Deus, a raça humana terminaria ali. O amor de Deus falou mais alto, e Ele resolveu poupá-lo da destruição que viria sobre a terra com o dilúvio. Toda a humanidade foi destruída exceto ele os de sua família. Porém, eles também traziam em sua natureza a semente do pecado e como a terra foi repovoada a partir deles, a raiz do problema não foi removida e perdura até os dias de hoje.
Deus sabia que era impossível para o homem livra-se do pecado. Por isso Ele tinha um plano eterno, e começou então a desvendá-lo para resgatar a humanidade. Escolheu um homem chamado Abrão, habitante da cidade de Ur dos caldeus, separou-o para Si, o abençoou e prometeu que através dele, seriam abençoadas todas as famílias da terra. Deus começou a revelar-se a ele mais e mais intensamente e também lhe deu um filho, Isaac, que foi pai de Jacó, também chamado Israel e dessa família formou uma nação, a fim de cumprir sua promessa (Gn12:1-3). Eles trariam ao mundo Seu filho, por meio do qual revelaria Sua graça. Ele conservou seu povo no Egito por mais de 400 anos, para que se tornassem fortes e numerosos (Gn45:5-7, Ex1:7). Depois, tirou-os dela com grande poder (Ex14:21-22) para leva-los à terra de Canaã, que prometera a Abraão (Ex6:2-5). Enquanto caminhavam pelo deserto, rumo à terra prometida, chegaram ao monte Sinai (Ex19:1-6) e Deus, através de Moisés, firmou uma aliança com o povo entregando-lhes diversas leis que deveriam regulamentar seu relacionamento com Ele e entre si. Estas leis estão registradas nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e são conhecidas com a "lei de Moises" ou a "lei de Deus", da qual fazem parte os "Dez Mandamentos".
Na lei havia mandamentos morais e cerimoniais. A lei moral estabelecia um padrão de conduta que mostrava como o homem deveria agir em suas relações interpessoais e com Deus. A lei cerimonial era constituída de um conjunto de normas e regulamentos para o culto a Deus, adoração, perdão dos pecados e gratidão.
Esse não era o plano original de Deus. A lei foi "acrescentada por causa das transgressões". Deus criou o homem bom e sem pecado, mas após a queda, ele passou a ter um comportamento indecente diante de Deus. Seus pensamentos, atos e atitudes se tornaram ofensas. Porém, ele não tinha conhecimento de que muitas de suas práticas rotineiras eram verdadeiros insultos a santidade de Deus. Por esse motivo, Deus deu a lei: para que o homem se tornasse consciente de suas ofensas (Rm5:20). Após ser acrescentada a lei, uma ofensa passou a ser uma transgressão. Antes da lei Deus tolerou muitos pecados (Rm4:15), mas depois dela, eles se tornaram transgressões da lei.
A transgressão é o pecado concretizado, a quebra do mandamento, a violação da lei. É a evidencia da rebelião interior. A palavra hebraica mais comumente traduzida por "transgressão" no Antigo Testamento significa "revolta", "rebelião". É a lei que faz aparecer a rebelião na forma de transgressão.
A transgressão ocorre quando somos atraídos pelos desejos pecaminosos do nosso coração e cedemos a eles (Tg1:14-15). O que nos informa que o ato em questão foi uma transgressão é a lei. Ela diz: "isso é errado" ou "não faça tal coisa", porém, eu sou atraído por meu coração pecador e sendo seduzido, acabo pecando. Olho novamente para a lei e ela confirma que o que fiz está errado. Assim, pela lei, fico sabendo que pequei.
Deus sempre soube da condição do coração humano, mas o próprio homem não conhece sua condição de pecador. Ele pensa que suas más obras são perfeitamente normais e não reconhece que elas ofendem ao Senhor. Sua consciência está cauterizada, não o acusa quando comete um pecado. O que Deus sabe também precisa ser manifesto ao homem, para que este tenha consciência que é pecador.
Romanos 3:20 Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei, pois é mediante a Lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.
O pecado é revelado pela lei e não a verdadeira justiça de Deus. Quando a Lei diz "não mentirás", afirma que mentir é pecado, assim, a pessoa que mentir se torna consciente que pecou. Por isso ela não pode tornar alguém justo, mas sim consciente de que é pecador. A consciência do pecado traz à pessoa sentimentos de culpa e condenação, dos quais não consegue se livrar sozinho. Ela percebe então que precisa de salvação, perdão, justificação e libertação.
Gálatas 3:23-24 Antes que viesse essa fé, estávamos sob a custódia da Lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a Lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé.
A intenção original de Deus era a graça, mas a lei foi dada para tornar o homem consciente do pecado, preparando-o para que pudesse ser salvo pela graça. Foi o Senhor Jesus quem manifestou a graça de Deus aos homens. Nele, a lei cumpre seu principal propósito: ela aprisiona todos debaixo de si e os leva a Cristo para serem libertos e salvos pela graça, mediante a fé. Por isso o texto diz que a lei foi o nosso tutor até Cristo. Se, porém,uma pessoa não reconhece em Cristo a justiça que em pela fé, a lei não cumpre nela o seu propósito; ela permanece aprisionada a lei e não tem acesso à graça.
Por que a Lei não Produz Vida?
Gálatas 3:21-22 Então, a Lei opõe-se às promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que pudesse conceder vida, certamente a justiça viria da lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que crêem.
A lei não é uma solução definitiva, pois não muda o princípio de vida natural do ser humano. Quando Adão comeu do fruto do conhecimento do bem e do mal, este passou a ser seu princípio de vida, seus olhos foram abertos e ele passou a agir baseado no conhecimento que tinha do o que era certo ou errado. Este é o princípio que guia todo homem: "se considero certo eu faço, se considero errado não faço". Mas baseado em que? Quais são os parâmetros? A lei deu ao homem um parâmetro: "isso é certo", "isso é errado", "faça isso", "não faça aquilo". Isso mostra que ela funciona baseada no mesmo princípio de vida do homem pecador - o certo e o errado, o bem e o mal. Ela foi feita para ser aplicada a alguém que está vivendo de acordo com o princípio do conhecimento do bem e do mal. Por isso ela não pode produzir vida.
A lei sempre diz o que fazer e o que não fazer, atuando apenas nas coisas exteriores, sem atingir a natureza humana pecadora. Ela não elimina a raiz do pecado nem muda a natureza humana, por isso não satisfaz plenamente a justiça de Deus, como está escrito: "ninguém será justificado pelas obras da lei".
Por ter essa natureza maligna, o homem rouba, mente, mata, adultera, etc. A lei então diz: não minta, não roube, não mate, não adultere, etc., tratando apenas com o efeito e não com a causa. Ela diz "não peque", mas não concede poder para não pecar. A lei evidencia o que o ser humano é, mas não concede poder para ele ser diferente. Ele, por si mesmo, não pode vencer o pecado e satisfazer a justiça de Deus. Precisa de um milagre interior, algo que substitua seu coração arruinado por outro, precisa de uma mente renovada, precisa ser perdoado de seus pecados e, mais ainda, precisa ser livre do pecado e viver baseado em outro princípio de vida.
A lei não consegue fazer isso. Voltando ao exemplo da árvore e dos frutos, vemos que a lei só é capaz de remover alguns frutos, mas não tem poder sobre a raiz do pecado. Podemos remover quantos frutos desejarmos, mas a árvore, com sua forte raiz, irá produzi-los novamente junto com outros mais.
Cristo, o Sustentador Vincent Cheung

Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
(Colossenses 1:17, NVI)
Então,2 Cristo o Sustentador. O versículo 17 diz: “Ele é antes de todas as
coisas, e nele tudo subsiste”. E Hebreus 1:3 diz: “O Filho é o resplendor da glória
de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra
poderosa”. Enquanto a doutrina de Cristo como Criador enfatiza sua
transcendência, a doutrina de Cristo como Sustentador coloca a ênfase sobre sua
imanência. Em outras palavras, como Deus ele é outro e maior que a criação, mas
por seu poder e sabedoria ele sustenta e regula ativamente a existência dessa criação
e tudo o que acontece nela. Essa doutrina ensina que Deus não somente cria, mas
também mantém e controla o que ele cria. E visto que ele criou todas as coisas, ele
também mantém e controla todas as coisas.
Isso completa o ensino bíblico sobre metafísica,3 de forma que agora temos
uma firme posição tanto sobre a origem como sobre a continuação da criação. Isto
é, a criação não contém dentro dela o poder e a sabedoria para sustentar e regular a
si mesma. Ela foi feita por Deus, mas não se tornou em Deus, e isso nem mesmo era
possível; assim, ela depende dele para sua existência e operação contínua. “O ponto
não é que Ele deixa o mundo existir, mas que Ele faz existir”. E porque o mundo
depende de Deus para sua existência e operação “momento a momento” – agora o
assunto é a idéia de continuidade, e não a expressão precisa pela qual deveríamos
designar essa continuidade – um momento na criação (a totalidade de seu conteúdo
e configuração) não é a causa metafísica do próximo momento, de forma que na
criação em si um momento não carrega nenhuma relação necessária com o
próximo. Antes, é Deus quem sustenta diretamente – ou como alguns dizem, cria
continuamente – sua criação momento a momento. A continuidade não é inerente
na criação, mas é estabelecida na mente de Deus.
Novamente, essa posição bíblica, racional e necessária sobre metafísica
também envolve que Deus é o autor metafísico do pecado. A implicação é quase
sempre negada pela tradição e preconceito sem nenhum argumento. Por exemplo,
Jonathan Edwards afirmou a criação contínua, e então imediatamente negou essa
implicação necessária, mas não pôde oferecer uma causa para a negação. Assim,
uma declaração esplêndida sobre a providência exaustiva de Deus é estragada pela
falsa piedade e tradição. Se formos corajosos a ponto de tomar a espada de Golias,
cuidemos para não cortar a nossa própria cabeça com ela. Vamos até o final na
consistência teológica! Deus não faz nada errado, e ele não precisa que nos
envergonhemos por ele.
A doutrina da providência divina vem sob essa seção de Cristo como
Sustentador. E isso é freqüentemente dividido em providência ordinária (todos os
eventos, pensamentos e ações) e especial (tais como os milagres). Não discutiremos
a doutrina inteira aqui. Em nosso contexto, a ênfase é que Cristo sustém e controla
tudo – cada detalhe de todo objeto e pessoa. Por causa de seu poder abrangente e
preciso, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o
amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).
Cristo dirige tudo da história, e governa sobre todas as nações e culturas. Em todas
as coisas ele tem a supremacia.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
A REALIDADE DO SUPRIMENTO ESPIRITUAL DEPENDE DO NOSSO APRENDIZADO E DE EXPERIÊNCIAS EM NOSSA VIDA DIÁRIA
Sem aprender nós não teremos nada armazenado dentro de nós, e sem qualquer coisa acumulada dentro de nós, nosso conteúdo interior não será rico. Assim, o que nós dermos aos outros será como ar, como um pacote vazio que não contém nenhuma semente. Depois que nós visitarmos alguém, ele pode ficar um pouco estimulado interiormente, mas pode não haver nada crescendo nele. Esta é uma questão muito séria. Nós temos que ver que nossa obra é uma obra de semear. Após visitar alguém cinco vezes, a semente de vida foi semeada nele? Nós temos somente dado a ele "luz solar" e "ar," ou nós temos dado a ele a coisa mais importante - a semente da vida? É fútil dar luz solar as pessoas, ar, e água se nós não semearmos a semente de vida nelas. Esta é uma questão séria, e nós devemos ficar profundamente impressionados com ela. Não é suficiente ser apenas estimulados a orar. No máximo, este é apenas o ambiente correto - como o ar que uma semente precisa para poder crescer. Porém, nós também temos que ter a verdadeira semente da vida. Para ter a verdadeira semente da vida, nós precisamos ir diante do Senhor para aprender e experienciar. Nós não apenas deveríamos ser estimulados e fortalecidos no espírito. Ao invés disso, nós temos que ter a realidade do semear de vida em nosso espírito. Nós precisamos tratar de assuntos como lidar com os pecados, viver diante de Deus, cuidar da unção interior, seguindo a direção interior, e ter comunhão e coordenação no Espírito Santo com os irmãos e as irmãs. Porém, nós não podemos aprender todos estes assuntos dentro de um curto período de tempo. Nós temos que aprender e experiênciá-los passo a passo. Nós também precisamos ajudar os outros enquanto nós estivermos aprendendo. Nós somente não pode-mos nos ocupar em promover e exortar. Pelo contrário, nós mesmos temos que aprender um pouco primeiro, e então nós poderemos ensinar um pouco. A extensão de nossa aprendizagem determina a extensão de nosso ensino. Por um lado, o que importa não é a extensão do nosso aprendizado, mas o espírito e a realidade; por outro lado, quanto mais nós aprendermos, mais nós poderemos suprir. Em qualquer caso, nós devemos viver absolutamente diante de Deus, prestando atenção à experiência espiritual e não somente viver de estimulo ou simplesmente buscar ter o "ambiente" correto dentro de nós. Nós também temos que ter a semente, e geralmente, a verdadeira quantidade de semente que nós temos depende completamente do quanto nós temos aprendido e experimentado em nossa vida diária. Sendo Capaz de Ministrar Vida aos Outros Apenas Aceitando a Morte da Cruz No passado quando nós falamos sobre a morte da cruz, nós não vimos claramente que condenar e julgar nossos problemas era aceitar a morte da cruz. Se nós aprendermos a condenar e julgar nossos problemas diariamente, nós ganharemos algo real e espiritual. Depois de ganharmos esta realidade espiritual, quando conhecer-mos pessoas com problemas, nós seremos capazes de ministrar a estas pessoas o que nós aprendemos. Então o que nós lhes dermos não somente criará o ambiente correto dentro delas, mas será uma vida sólida e capaz de ajudá-las. Caso contrário, a carne delas ainda será uma carne, eles não terão recebido vida, e nós só estaremos estimulando o ambiente adequado dentro delas. Em outras palavras, se nós não experimentarmos o quebrantamento da cruz, então quando nós visitarmos alguém, não haverá nenhuma mudança na condição dele. Ele pode ser exposto a "luz do sol", mas nenhuma vida será adicionada a ele. Se uma pessoa foi quebrantada pela cruz na sua disposição natural e foi controlada e restringida pelo Espírito Santo, então quando ela contatar as pessoas, ela espontaneamente fará com que as pessoas não apenas sejam restringidas em seu ser natural, mas em muitos outros aspectos. A lição de ser quebrantado é uma verdadeira semente de vida que pode ser plantada nos corações das pessoas como o campo. Porém, isto depende completamente do aprendizado e procedimentos na vida diária dele. Atualmente, a maioria das obras que nós estamos fazendo ainda é estimular o ambiente correto dentro das pessoas. Isto não é adequado porque não dura por muito tempo. Nós temos que ter algo que é vida para semear nas pessoas. Se nós não aproveitarmos as oportu-nidades para semear a semente de vida nas pessoas enquanto há um bom ambiente dentro delas, então esta boa atmosfera poderá se tornar um obstáculo a elas em vez de ajuda. Quando este bom ambiente perecer, elas ficarão deprimidas e voltarão as suas condições originais. Neste ponto, estimular um ambiente adequado novamente dentro delas não será mais útil. Então, embora seja necessário estimular o ambiente, nós também devemos estar preparados para semear coisas de vida nas pessoas depois que nós fizermos isto. Por esta razão nós devemos olhar para o Senhor para que não sejamos estimulados por um momento, mas, por exercitarmos a todo o momento diariamente. Sempre que nós tivermos um sentimento sobre determinada coisa, nós temos que tratar com ela diante do Senhor. Nós não somente temos que ter procedimentos relacionados às reuniões, mas também em todos os outros assuntos. Em cada aspecto do nosso andar diário nós temos que corresponder à natureza de Deus. Isto é o que nós precisamos aprender diante de Deus. Então nós podemos ministrar aos outros o que nós aprendemos. Conservando o Mistério - Compreendendo a Verdade - Tomando a Bíblia como Base e Princípio de Tudo Além do mais, todos os que têm um coração para aprender a servir deve compreender as verdades divinas. Ele deve ler a Bíblia diligentemente, e na sua leitura ele tem que procurar os princípios básicos nela. Enquanto estiver lendo as Escrituras, ele deve entrar na realidade espiritual das Escrituras e permitir que o Espírito Santo o ilumine diante de Deus de maneira que ele possa ver o mistério da fé. Desta maneira ele se tornará apto para ensinar. Como uma pessoa pode ensinar aos outros se ela não conhecer o mistério da fé? Ela não pode. Portanto, todo aquele que tem um coração para aprender ministrar à igreja deveria fazer uma oração semelhante a que Salomão fez, dizendo, "Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que se não pode contar. Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo"? (cf. 1 reis 3:7-9). A oração de Salomão agradou ao Senhor, porque Salomão não orou pedindo por longevidade ou riqueza para si, o Senhor respondeu a petição dele. Se todos nós orássemos este tipo de oração diariamente, então nós não desprezaríamos o serviço da igreja, e não consideraríamos que o que nós fazemos é menos pesado que o trabalho de um rei. Então quando o Senhor voltar, nós vamos ver que tudo o que nós estávamos fazendo era muito mais superior e de mais peso do que o que os reis estavam fazendo na terra. O que nós fazemos hoje pode afetar centenas de milhares de almas. Assim, é possível que devido a um pequeno erro em nosso julgamento, alguém poderá ser enfraquecido. Se isto acontecer, não há como dizer quão grande será o efeito disto. Isto pode ser comparado ao lançar de uma pedra num lago, onda após onda produzirá ondulações. Nós não sabemos quão longe será o alcance deste efeito. Nós não devemos cair na situação de não poder administrar os assuntos da igreja porque nós não temos luz suficiente da verdade ou conhecimento adequado do mistério da verdade, ou porque nós não estamos claros com respeito aos princípios nas Escrituras. Nós precisa-mos gastar tempo para estudar os princípios básicos, não somente os ensinamentos, nas sagradas Escrituras. Nós devemos fazer o nosso melhor para determinar estes princípios. Se nós fizermos isto, então quando estivermos a ponto de tomar uma decisão relacionada a certa questão, será menos provável cometermos um erro porque nós já conheceremos os princípios básicos. Todos os irmãos responsáveis nas igrejas têm um encargo sobre eles. As almas de milhares de pessoas estão penduradas sobre eles. Se eles cometerem um erro, milhares de almas serão afetadas. Então, toda vez eles tomarem uma decisão ou um julgamento, eles não deverão ser descuidados. Eles precisam ter o discernimento da fé. Nós não estamos estabelecendo uma nação com uma constituição. Nós estamos pastoreando a igreja por meio das Escrituras. Esta não é uma coisa fácil de fazer. A razão hoje de nós podermos permanecer firmes sobre o fundamento da verdade e não sermos abalados por ninguém é porque nós nos agarramos aos princípios intrínsecos das Escrituras. Isto não é um atalho de nossa criação ou invenção, pois Deus tem nos mostrado a luz básica das revelações nas Escrituras. Independente de quantos se opõem a nós, nós temos estas revelações básicas como nossa base sólida. O Senhor disse que se nosso trabalho não estiver estabelecido sobre Suas palavras, ele será como uma casa construída na areia que caiu quando desceu a chuva, vieram os rios, e os ventos sopraram. Se nosso trabalho estiver estabelecido sobre as palavras do Senhor, então será como a casa construída na rocha que não pôde ser destruída pela água ou vento (Mt. 7:24-27). Então, sempre que nós tomarmos uma decisão na igreja, nós não deveremos ser descuidados. Pelo contrário, nós temos que ter as Escrituras como base. Não Conservando Meramente a Fé, mas o Mistério da Fé. A porção da Bíblia que nós citamos no começo deste capítulo nos diz para conservarmos o mistério da fé. Não diz que nós deveríamos celebrar a fé, mas que nós deveríamos conservar o mistério da fé. Alguns podem considerar o cobrir a cabeça como sendo um item da fé, mas qual é o mistério desta questão? O mistério é que nós os seres humanos devemos nos sujeitar à autoridade de Deus. As irmãs que cobrem as cabeças representam nosso ser em sujeição à autoridade Deus. Deus é nosso Cabeça, e nós estamos debaixo Dele. Vamos considerar a questão do batismo que alguns também podem considerar ser um item da fé. Quando nós entramos na água e ressurgimos novamente, isto não é meramente guardar a fé do batismo, além disso, é conservar o mistério da fé do batismo. O mistério é que no batismo nós morremos com Cristo, e fomos sepultados com Ele, e somos ressuscitados juntamente com Ele, resultando na vida do Senhor entrando em nós. Hoje muitas pessoas nas denominações Cristãs e organizações conservam a fé, mas não conservam o mistério da fé. Ao contrário, alguns podem tomar o mistério de Satanás. Portanto, todo aquele que serve na igreja tem que entender o mistério da fé. Portanto, quando ele servir os filhos de Deus, não haverá o que dizer quando ele conduzir os santos. Com respeito ao cobrir a cabeças das irmãs, nós não deveríamos aconselhar as irmãs somente na seleção do estilo, cor, e tamanho do véu. Pelo contrário, nós deveríamos servi-las de maneira a levá-las sob o encabeçar de Cristo. Deste modo nós não estaremos conservando a fé apenas, mas estaremos conservando o mistério da fé. Isto requer que tenhamos experiências em nossa vida diária e tomemos a Bíblia e os princípios nela contidos como nosso fundamento. Por um lado, nós devemos ter a experiência, e por outro lado, nós temos que ter as verdades bíblicas como a confirmação de nossa experiência. Cada um de nós que servimos o Senhor temos que aprender estes dois aspectos.
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