Como construir a casa dos sonhos! | |
Assim como na
construção de uma casa, à medida que vamos construindo nossa família,
precisamos também verificar se as colunas que temos em nosso casamento
estão firmes o suficiente para mais um ano ou para mais uma etapa. Vamos
considerar algumas colunas importantes para progredirmos na construção
de nosso sonho segundo o projeto de Deus para nossa vida.
Entregar nosso casamento totalmente a Deus. Primeiramente devemos verificar se temos entregado e confiado nosso casamento totalmente a Deus. Nossa entrega significa nossa dependência. O Senhor certamente é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos (Efésios 3:20). Porém Ele espera que Lhe entreguemos nossa vida e a de nosso cônjuge e confiemos a Ele a tarefa de nos ajustar e transformar. É crucial que creiamos que Deus é capaz de nos ajudar a superar as diferenças e frustrações da vida matrimonial. Cedo ou tarde precisamos reconhecer que não somos todo-poderosos e que todos os nossos esforços e tentativas de querer mudar nosso cônjuge são vãos. Por outro lado, quando nos entregamos – a nós e a nosso cônjuge - a Deus, precisamos crer que Ele é Todo-poderoso! Negar-nos a nós mesmos. Segundo, por nascermos egoístas e egocêntricos, sempre pensamos apenas em nós mesmos e queremos que tudo gire em torno de nossas preferências e gostos. Muitas vezes não percebemos que somos ou temos sido o maior inimigo de nosso casamento e, por nossa causa, porque buscamos nossos próprios interesses e queremos que nosso cônjuge seja nosso serviente para realizar nossos sonhos e anelos pessoais, fazemos com que ele ou ela se distancie de nós e daquilo que queremos. Nesse caso precisamos aprender a seguir uma simples lição que o Senhor Jesus nos deixou: pelo Espírito, precisamos negar a nós mesmos. Isto significa que precisamos negar nossas preferências, ações, impulsos, opiniões e palavras, submetendo-as ao controle do Espírito Santo por meio da oração. Para alguém negar a si mesmo é fundamental viver debaixo do iluminar da presença de Deus. É na presença de Deus que alguém pode conhecer a si mesmo e ver quão feios são seus atos e atitudes diante de Deus e das pessoas. Sem a luz da presença de Deus, sempre nos acharemos os melhores, mais capazes, mais inteligentes, os que detêm o melhor ponto de vista... Porém, pelo iluminar do Espírito Santo, toda a podridão de nosso coração é exposta... Por meio do Espírito, somos levados a rejeitar nossos pensamentos, atitudes e palavras contra nosso cônjuge. Também, pelo Espírito, somos capazes de rejeitar nosso orgulho, usado por Satanás para instigar-nos contra nosso cônjuge. Somente a luz da Presença de Deus pode ajudar-nos a abrir-nos para receber ajuda de outros. Quando nossos pensamentos não estão sob o controle do Espírito Santo, eles se tornam como um cavalo selvagem montado por Satanás cujo resultado são muitos coices naqueles que estão a nossa volta. Devemos rejeitar esses pensamentos selvagens e brutos. Uma boa maneira de verificar quem está no controle da mente é perguntar em oração: "Senhor, quem está me fazendo pensar assim? Quem está querendo me colocar contra meu cônjuge?". Depois de orar assim, devemos declarar: "Eu rejeito esse pensamento e condeno essa atitude contra meu cônjuge." Obedecer à Palavra de Deus. Terceiro, devemos gastar tempo conhecendo a Palavra de Deus. Principalmente no que se refere ao casamento, a Bíblia apresenta muitos exemplos, casos, princípios e ensinamentos sobre como um casamento pode estar debaixo do encabeçamento de Deus e debaixo de Sua bênção. Será muito bom perguntarmos: "O que a Bíblia tem a dizer sobre isso?" E depois devemos orar para que o Senhor nos conduza a obedecer e praticar o que a Palavra nos diz sobre determinado assunto. "Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes" (João 13:17). |
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Como construir a casa dos sonhos!
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
A verdade sobre a igreja
Todos os cristãos hoje,
dizem que crêem nas escrituras, e que são elas a base de suas buscas na
compreensão da vontade de Deus. Se de fato isso fosse verdade, não
teríamos tantas divisões, facções, denominações e seitas que afirmam que
estão fazendo todas as coisas de acordo com a Palavra de Deus. No meio
do povo de Deus, isso tem sido divulgado de todas as maneiras. Mas na
verdade, não passa da maior mentira que satanás inventou, e induziu os
filhos de Deus a falarem, proclamarem e afirmarem.(1Co 3:4).
O Apóstolo Paulo falou aos Coríntios que coisas como essa, iriam acontecer. Alertou para o fato de haverem falsos apóstolos, obreiros fraudulentos e que o próprio inimigo, satanás, se transforma em anjo de luz e seus ministros (cooperadores), em ministros de justiça (2Co 11:12-15). Assim, como aconteceu com os Gálatas, que foram enfeitiçados (fascinados) por pessoas que vinham até eles falando um outro evangelho, com o objetivo de desviá-los da verdade sobre a vida prática da igreja (Gl 1:6-9; 3:1-3); isso está ocorrendo hoje de uma maneira intensificada. A bíblia nos diz que o Senhor viveu, morreu, ressuscitou e tornou-se o Espírito e entrou para dentro de todos aqueles que crêem (Jo 1:12-13) (At 2:21) (1Co 12:12-13) (1Co 6:17) e muitos outros versículos, afirmam que o Senhor de fato cumpriu, o que falou aos discípulos, em sua estadia entre os homens como homem. (João 14,15,16). Pelo fato de ocorrer que, a maioria dos filhos de Deus hoje não conhece as escrituras, tem havido muita mentira sendo semeada pelos púlpitos, nos vários templos existentes em todos os lugares, templos esses que os crentes chamam de “igreja”. Que blasfêmia! Que comparação barata! Pois a igreja foi gerada pelo sangue e água, que saiu do lado do Senhor na cruz (João 19:34). A Igreja é algo vivo (1 Tm 3:15); pois Deus é vivo. Como pode um Deus vivo habitar em paredes feitas por homens, com tijolos, pedras, cimento etc? (Atos 7:48-49; 17:24). A Verdade sobre a Igreja é que ela é viva! Pois é composta de todos aqueles, que de coração puro invocam o Senhor (2 Tm 2:22). Caro leitor, se você de fato é um filho de Deus, você precisa estar junto com aqueles, que estão unidos na cidade para darem o testemunho da unidade do Corpo de Cristo; isso é a Igreja. (1 Co 1:2) (Atos 13:1) (Salmos 133) (Ef 4:4-6). De acordo com a bíblia, em cada cidade, só pode haver uma igreja, que não tem nenhum nome especial, pois é identificada pelo nome da cidade onde os irmãos moram. (Atos 8:1) (Rm 1:7) (1 Ts 1:1) (Ap 1:4,11). Se cremos na bíblia, temos que aceitar o que ela diz sobre a Igreja e praticar. Graças ao Senhor, pois nesta cidade o SENHOR tem aqueles que leram, entenderam e estão praticando a verdadeira prática vida da Igreja. |
domingo, 4 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O Ensinamento do Corpo de Cristo Versus Sua Realidade
Nos assuntos
espirituais, o conhecer a doutrina sem ter consciência dela não serve de
nada. Por exemplo, alguém pode dizer que mentir é um pecado que não se
deve cometer porque lhe foi dito por outras pessoas que um cristão não
deve contar mentiras. O tema verdadeiro aqui não é se é certo ou errado
mentir, mas trata-se de saber se ele é ou não alertado interiormente
quando conta uma mentira. Se ele não tiver consciência interior de que
mentir é pecado, então, por mais que ele confesse com a boca que mentir é
um pecado, isso não lhe será de nenhuma utilidade. Ele pode dizer, por
uma lado, que a pessoa não deve mentir, porém, por outro, ele mesmo não
cessa de mentir.
O que é especial daqueles que têm a vida de Deus é que, quando mentem exteriormente, sentem-se mal interiormente, não porque saibam doutrinariamente que mentir é errado, mas porque se sentem desconfortáveis interiormente ao mentir. Isto é o que realmente significa ser chamado cristão. O que caracteriza um cristão é uma percepção interior desta consciência de vida da qual estamos falando. Aquele que não tem vida e consciência interior não é um cristão. As regras externas são meramente normas, não vida. Digamos que seja completamente inadequado que alguém fale: “Eu conheço o ensinamento sobre o Corpo de Cristo; portanto, não devo me mover de maneira independente”. Esta pessoa necessita ter também uma consciência interior além deste ensinamento. Suponhamos que ela diga que não deve ser independente, porém, quando atua de modo independente, ela mesma não se dá conta desta independência. Com isso, ela prova que nunca viu o Corpo de Cristo. Isso não significa que ela nunca tenha ouvido os ensinamentos sobre o Corpo de Cristo, mas simplesmente indica que nunca viu sua realidade. Ouvir o ensinamento sobre e ver a realidade do Corpo de Cristo pertencem a duas esferas totalmente diferentes. Ouvir o ensinamento sobre o Corpo é meramente uma compreensão exterior de um princípio, enquanto ver o Corpo de Cristo produz uma consciência interior. Isto é semelhante à situação em que o mero ouvir a doutrina da salvação somente dá à pessoa o conhecimento de como Deus salva os pecadores, com tudo é a aceitação do Senhor Jesus como Salvador o que cria dentro da pessoa uma percepção de Deus, bem como a consciência do pecado. Que grande diferença existe entre essas duas coisas! Por conseguinte, não devemos menosprezar esse assunto da consciência da vida, no sentido de que se trata não apenas de uma sensação exterior, mas também de um sentimento interior. Uma consciência como essa é a expressão da vida. A presença ou ausência dessa consciência revela a realidade ou a falta de realidade que há no interior. Ela nos ilumina sobre a existência ou não da vida de Cristo interiormente. A consciência da vida é algo distintivo que habilita você a saber espontaneamente sem necessidade de ser informado. É demasiado tarde se você necessita que primeiro lhe informe algo, para só então se dar conta de tal coisa. O que aconteceria se cada cristão necessitasse ser informado sobre o que é pecado e o que não deve fazer? E o que aconteceria, neste caso, se ninguém estivesse ao lado dele? O que aconteceria se você esquecesse do que lhe foi dito? Vemos que o cristão não atua de acordo com o que ouve exteriormente dos demais, mas é motivado pelo que lhe é dito interiormente. Dentro dele há uma vida – uma vida interior, uma consciência interior. Suas atitudes vêm do resplandecer interior da luz de Deus, vêm da vida no interior e não da informação exterior. Quando nascemos de novo, recebemos uma vida muito real e, por isso, temos dentro de nós uma consciência muito real. A realidade de uma consciência assim, mostra a realidade da vida divina. Pedimos a Deus que seja misericordioso conosco afim de que sempre toquemos essa consciência da vida e vivamos nela. Também pedimos a Deus que nos conceda uma consciência rica, de modo que possamos ter uma percepção sensível em todas as coisas: que nos demos conta de Deus, do pecado, do Corpo de Cristo e de todas as realidades espirituais. Que Deus nos guie no caminho e glorifique Seu próprio nome! (Texto extraído do livro “O Corpo de Cristo uma realidade” – Watchman Nee – Publicado pela Editora dos Clássicos) |
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
A Obra de Desintegração de Satanás
Necessitamos saber que
para propagar Seu Evangelho, fazer Sua obra e cumprir Sua vontade na
terra, o Senhor precisa utilizar Seu Corpo. Nem a Sua vontade nem o Seu
caminho podem ser realizados por uma só pessoa, visto que o Senhor não
opera por meio de um homem, mas por meio da Igreja. O vaso que Deus
utiliza é a Igreja, não um indivíduo. A vida e o poder de Cristo
encontram sua manifestação mais rica por intermédio do Corpo de Cristo.
Por essa razão, Satanás esforça-se por conseguir a "desintegração" do Corpo de Cristo. Este é o assunto que mais lhe interessa. Se nos dermos conta disso, reconheceremos quão séria é esta obra satânica da "desintegração"; surgem a suspeita e o receio entre os irmãos e irmãs, criam-se facilmente mal-entendidos. Isso é Satanás realizando sua obra desintegradora. Um culpa a um irmão, e este último murmura contra uma irmã. Entretanto, se o caso é investigado, não há nada que possa ser considerado sério. Isso também é Satanás realizando sua obra de esmigalhar o Corpo. Satanás induz os filhos de Deus a que se dividam; impulsiona-os a se desintegrarem como Corpo. A obra de Deus é fazer de nós um Corpo, porém a obra de Satanás é a de despedaçar-nos. Satanás utiliza nossa carne corrupta, nosso ser obstinado e o mundo que cobiçamos para realizar sua obra de destruição. Assim que, de fato, o problema não está em que nossa carne não tenha sido tratada, nem em não havermos nos prostrado, nem, tampouco,em que vivamos conforme o mundo, mas baseia-se no fato de que Satanás utiliza essas nossas debilidades como instrumentos para a sua obra de esmigalhamento e de divisão. Se deixamos que estes elementos permaneçam em nossa vida, damos lugar para que Satanás obtenha sua obra de desintegração. Que idéia possuímos, de fato, da unidade? De maneira simples, unidade é Deus mesmo. Por que é assim? Porque quando separamos as coisas que ficam fora de Deus e começamos a viver Nele, então, Deus, que está em nós, se torna a unidade. A unidade realiza-se quando Deus adquire Seu lugar absoluto em nós, quando somente Ele é tudo, quando Ele enche tudo. Quando os filhos de Deus estão cheios de Deus, harmonizam-se, então, uns com os outros. De fato, Satanás, em seus intentos de desintegrar-nos como Corpo, não necessita incitar a rebelião por meio das opiniões e dissensões que possuímos; basta-lhe conseguir implantar alguma impureza em nós outra coisa que ocupe o lugar de Deus. Vamos ilustrar isso. Você alguma vez viu como se mistura o cimento? Se existe argila na areia, o cimento não se consolidará totalmente. Do mesmo modo, para que Satanás destrua nossa unidade no Corpo, ele necessita apenas derramar um pouco de lodo – isto é, algo que é incompatível com a vida de Deus em nós –, e nós, como Corpo, desintegrar-nos-emos. As opiniões e as dissensões nem são necessárias, basta o derramamento de um pouco de lodo entre nós. Continuamos tomando o pão e bebendo o sangue, porém, ainda assim, podemos estar divididos. O Corpo de Cristo não é basicamente uma doutrina, tampouco uma espécie de disposição, mas é basicamente a vida. O que é a Igreja? A Igreja não é somente uma doutrina conforme as Escrituras; ela tampouco é somente um método conforme as Escrituras, mas é basicamente uma vida, a saber, a manifestação da vida de Cristo. A unidade não se baseia em nada mais que a vida. Satanás só necessita misturar algumas impurezas em nós e nos outros secretamente, de modo que, ainda que entre nós não exista a mínima discordância de opiniões nem a menor indicação de dissensão, entretanto, sem saber, o Corpo está no processo de desintegração. Que o Senhor tenha misericórdia de nós e filtre de nós toda impureza! "Ó Senhor, pela cruz e pelo Espírito, filtra-nos e purifica-nos!" Quão evidente é que todos nós necessitamos investigar o lugar que nossas próprias inclinações e desejos têm. Que lugar nosso próprio objetivo tem em nós? Que lugar em nós ocupa nossa própria obra? Ou será que deixamos que a vida de Cristo ocupe o lugar absoluto dentro de nós? Oh, quanto necessitamos voltar a Deus! Não necessitamos de um avivamento exterior. Só necessitamos de uma coisa, isto é, voltar-nos interiormente a Deus e deixar que Ele nos limpe e purifique com a cruz e o Espírito Santo. Ao sermos infiltrados pela cruz e pelo Espírito Santo, oramos e esperamos ser limpos de todas as impurezas que Satanás tem misturado em nós. Que o Senhor tenha misericórdia de nós para que não confiemos em nós mesmos, porque até mesmo o sentimento de ter razão pode ser utilizado por Satanás para realizar sua obra de desintegração! Necessitamos aprender a ir a Deus a fim de obter iluminação, necessitamos aprender a ir aos irmãos e irmãs para correção. Precisamos estar dispostos a pagar o preço e aceitar o tratamento da cruz a fim de podermos manifestar verdadeiramente nossas funções como membros da Igreja. Não dizemos continuamente que amamos ao Senhor? Não dizemos que nos entregamos a Ele? Então, não temos de nos conservar tampouco temos de temer pagar o preço, mas temos de permitir ao Senhor que nos limpe de todas as impurezas, que são incompatíveis, para que a vida de Cristo seja expressa por meio de nos, manifestemos em nossa vida nossas funções variadas como membros do Corpo e, também, vivamos o testemunho do Corpo de Cristo. (Adaptado do capítulo 4 de "O Corpo de Cristo: A Realidade", de Watchman Nee, 1a. edição, 1998) |
terça-feira, 30 de outubro de 2012
A Unidade do Espírito | |
A unidade é
o requisito básico para a edificação da igreja. O Senhor Jesus gerou
Sua Igreja, Seu Corpo, para que ela viva em unidade. Sua oração em João
17 mostra claramente que sem unidade entre o povo de Deus não há
testemunho de Deus na terra. Para que a pregação do evangelho seja
prevalecente, os cristãos precisam estar em unidade, e o resultado de as
pessoas receberem o evangelho é serem um (vs. 20-23).
No entanto, o que vemos entre os cristãos hoje? Cada dia, mais e mais divisões. A Bíblia estabelece um padrão claro para a prática da unidade do povo de Deus: uma cidade, uma igreja. Se lermos atentamente o livro de Atos, além das epístolas de Paulo e Apocalipse, veremos que os primeiros cristãos reuniam-se simplesmente como a igreja em uma cidade: a igreja em Jerusalém, a igreja em Éfeso, a igreja em Esmirna, a igreja em Filipos, etc. A igreja em Jerusalém era composta de milhares de cristãos; ainda assim havia somente uma igreja em Jerusalém. Não havia nenhuma igreja maior ou menor do que uma cidade, mas em cada cidade havia apenas uma igreja. Esse é o padrão bíblico, o padrão de Deus. É importante lembrar que, na Bíblia, o nome igreja não é dado a um prédio onde os cristãos se reuniam, mas é sempre a expressão do Corpo de Cristo em uma cidade. Hoje, graças à misericórdia de Deus, há cristãos que assumiram essa base da unidade e dela dão testemunho em muitas cidades do mundo. Como é possível manter a unidade se nós, seres humanos somos tão diferentes, tão cheios de preconceitos e peculiaridades? Sem dúvida, a unidade não é possível pela vida natural do homem, pois sua natureza é facciosa. A unidade só é possível pelo Espírito. Efésios 4:3 diz: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. Devemos empenhar-nos ao máximo para preservar a unidade que o Espírito Santo estabeleceu. Desse modo, nosso testemunho cristão terá impacto e Deus poderá ter uma expressão adequada entre os homens. Satanás, no entanto, odeia a unidade do povo de Deus, pois ela é o mais eficaz instrumento de Deus para destruí-lo. Sempre que alguns cristãos decidirem posicionar-se na base da unidade estabelecida por Deus, Satanás os atacará, quer por meio de pessoas, quer lançando dúvidas sobre essa verdade bíblica. Seu objetivo é sempre danificar a edificação da casa de Deus. Mas ninguém pode destruir a igreja, o Corpo de Cristo. Há um compromisso de Deus com a edificação de Sua casa; por isso, Ele alerta por meio de Paulo: “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá” (1 Co 3:17). É impossível destruir a igreja em seu aspecto universal, que consiste de todos os cristãos genuínos de todas as épocas; mas se alguém trouxer dano à expressão da igreja em uma cidade, certamente estará trazendo sobre si severa disciplina de Deus. Por isso, não podemos aceitar nenhuma pregação ou ensinamento que coloque em dúvida ser possível termos hoje a unidade da igreja, pois palavras assim têm origem em Satanás. Muitos cristãos dizem que os cristãos só estarão em unidade na eternidade, na Nova Jerusalém. Isso é um engano. Se fosse assim, porque o Senhor Jesus oraria para que fossemos um? Por que Ele se preocuparia com isso antes de morrer, se esse assunto só seria resolvido na Nova Jerusalém? Por que Paulo se preocuparia tanto com a unidade da igreja, se isso não fosse importante e se a eternidade resolvesse a questão? Isso demonstra quanto os cristãos têm sido enganados, não dando à unidade a importância que Deus lhe atribui. Se amamos o Senhor, devemos entregar nossa vida pela edificação da igreja, pela unidade de Seu povo. |
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
A Vida que Edifica
"A
graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de
Cristo. (...) E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com
vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço,
para a edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade
da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade,
a medida da estatura da plenitude de Cristo" (Efésios 4-7, 11-43).
"A
manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim
proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da
sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do
conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo
Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro,
profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de
línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. Mas um só e o mesmo
Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente (1 Coríntios 12.7-11).
"O
que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza
edifica a igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas;
muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao
que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja
receba edificação" (1 Coríntios 14:4, 5).
"Não
que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se
partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual
nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra,
mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica" (2
Coríntios 3.5, 6).
"Tendo
este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos (...) Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para
que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos
atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se
manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre
entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se
manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte,
mas, em vós, a vida" (2 Coríntios 4.1, 7-12).
Se
não virmos o propósito eterno de Deus, nunca veremos qual é a obra de
Deus. A obra inteira de Deus deve ser feita na Igreja e através da
Igreja. Tal obra tem como alvo formar e edificar o Corpo de Cristo; esta
obra deve ser feita por todo o Corpo e não apenas por indivíduos ou
missões isoladas ou por atuações independentes da Igreja. Tal obra da
Igreja deve vir inteiramente de Deus e ser para Seu Filho.
Para
sermos co-obreiros com Deus devemos ter revelação, caso contrário não
estaremos trabalhando em Seu propósito eterno e para Seu propósito
eterno. O início de toda a obra para Deus é uma entrega e oferta de nós
mesmos que aconteça como resultado da revelação. A razão pela qual é
necessário que se tenha revelação é porque a luz de Deus mata tudo o que
não vem Dele, tudo o que vem do homem. Quando a revelação chega,
descobrimos que não há alternativa nem outro caminho para seguir. Ou
seguimos este caminho ou morremos.
DUAS FORMAS DE EDIFICAR O CORPO
Como
podemos ser co-obreiros com Deus e edificar o Corpo? Se nossa obra é
apenas salvar pessoas, o obreiro que estiver fazendo isso vai dar a
impressão de estar realizando algo importante. Em certo sentido, vai
parecer que é uma obra para o homem. Mas se nossa obra tem como
propósito edificar o Corpo, então o homem está completamente cortado;
porque o Corpo é Cristo. Tudo é para Cristo e, portanto, nada do homem
pode entrar.
Em
1 Coríntios 12 temos o registro dos muitos dons do Espírito, e Paulo
enfatiza tanto as palavras quanto os atos. Mas em 2 Coríntios 4 só temos
atos. Existem duas formas diferentes de edificar a Igreja. Na verdade,
qual é o valor desses dons do espírito na edificação da Igreja? O que é
esse valor comparado ao valor da vida no Espírito? Paulo, em 2
Coríntios, capítulos 3 a 10, enfatiza o que é o ministério da nova
aliança. Esse ministério não está nos dons, mas na suprema grandeza do
tesouro contido no vaso de barro, isto é, Cristo dentro dele.
Em
2 Coríntios lemos: "Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que
também a Sua vida se manifeste em nosso corpo. (...) De modo que, em
nós, opera a morte, mas, em vós, a vida" (4.10, 12). Isso é totalmente
diferente de Romanos 6, pois a idéia aqui é da contínua operação da
morte. A morte de Cristo opera e continua operando dia a dia em nós,
resultando na vida que flui para os outros. Assim a Igreja é edificada.
Aqui
também temos duas maneiras pelas quais a Igreja é edificada: (a) em 1
Coríntios 12, pelos dons do Espírito; e (b) em 2 Coríntios 4, pela
operação da morte em nós, para que a vida possa operar nos outros.
Qual
das duas mais tem edificado você? Sua vida interior tem sido edificada
mais pelos dons do Espírito ou por aqueles que você sabe que conhecem a
aplicação da cruz na vida interior e levam sempre neles o morrer de
Jesus para que a vida de Jesus seja manifestada? Isso é carregar a cruz.
Que a morte nunca cesse de operar em você e em mim, para que também a
vida nunca cesse de fluir para os outros.
Vemos
pessoas ricas no uso dos dons: dom de cura, dom de expulsar demônios,
dom de eloqüência ou de falar em línguas. E pensamos no quão ricas,
abençoadas e usadas por Deus são tais pessoas. Mas isso é realmente
assim? Estes são os dons da meninice. Eles são para o estágio de bebê,
útil e necessário para aquele período, mas devemos crescer.
O
que realmente edifica e mais ajuda não são os dons ou eloqüência
daqueles que os possuem, mas a vida daqueles que conhecem profundamente a
cruz, que a conhecem no íntimo e diariamente, e com os quais entramos
em contato. Tome, por exemplo, um grupo de cristãos recém-salvos. Nos
primeiros anos o Senhor pode lhes conceder dons, para que fiquem
maravilhados com Seu poder e glória, e para fortalecer sua fraca fé. Mas
uma vez que ela esteja suficientemente forte, Ele removerá os dons e
trará a cruz. Existem graves perigos associados com os dons, e o maior
deles é o orgulho espiritual. Alguém pode se levantar no Espírito (isto
é, o Espírito derramado[1]) e pronunciar umas poucas frases maravilhosas
que ninguém mais pode pronunciar. Então, ele pensa: "Sou mesmo
importante!". Todavia, sua vida interior pode ser infantil comparada com
outro crente que não tem os dons, mas conhece profundamente a cruz.
Deus
concede soberanamente os dons a alguém aqui e ali para que possam
servir como Seus porta-vozes por algum tempo, pois neste período nada
mais será entendido porque são bebês, e Ele não tem como encontrar-nos
em outro nível qualquer. Na verdade, Ele usará qualquer boca, até mesmo a
de um jumento. Mas este é um ministério limitado, do tipo
"jardim-de-infância", e é propenso à vaidade.
O
que Deus realmente quer e está aguardando e trabalhando para obter
somos nós, os vasos nos quais as palavras dadas por Ele para as
expressarmos sejam tomadas por Seu Espírito e entretecidas no mais
íntimo do nosso ser pela cruz, até se tornarem nossa vida; somente então
nosso ministério será de vida, vida que flui sempre da morte que opera
em nós continuamente. Sendo assim, todos os que confiam nos dons são
tolos, porque estes dons não mudam o homem interior. Uma igreja que
procura se edificar por meio dos dons sempre acabará sendo uma igreja
carnal, porque esta não é a forma de Deus para edificar a Igreja, a não
ser no estágio da tenra infância.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Invocar o nome do Senhor é respirá-Lo
A palavra de Jeremias em Lamentações 3 é muito preciosa. Ele disse: "Da mais profunda cova, SENHOR, invoquei o Teu nome" (v. 55). Quando estava numa cova profunda, numa condição humilhante, em dificuldade e opressão, ele invocou o nome do Senhor. Então disse: "Não escondas o Teu ouvido ao meu suspiro" (v. 56 - VRC). O nosso invocar perante o Senhor é um suspiro, uma respiração espiritual, até mesmo uma respiração profunda. Certo médico da força aérea americana descobriu que a prática que mais traz benefícios para saúde humana é a respiração profunda. Se praticarmos a respiração profunda todos os dias, nosso corpo será saudável. O mesmo ocorre espiritualmente. A respiração profunda em nosso espírito faz-nos fortes, inflamados e extasiados.
Invocar o nome do Senhor é respirá-Lo. Entretanto, a nossa respiração inclui beber e o nosso beber inclui comer. Quando você invoca o Senhor, primeiro é como respirar. Depois de um tempo, você sente que há em você água viva a jorrar; assim, você bebe a água viva. Quando você continua a invocar, também come e fica satisfeito.
Aleluia! O Senhor já nos deu esse modo simples e direto de invocar o Seu nome e orar-ler a Sua palavra. Desse modo desfrutamos tudo o que Ele é. Espero que todos realmente pratiquemos isso.
Extraído do livro Tomar Cristo como nosso alimento
HONRANDO SEUS PAIS
A. Ouvir o Ensino de Nosso Pai
Devemos ouvir o ensino de nosso pai e não devemos rejeitar a instrução de nossa mãe; porque eles serão um diadema de graça para nossa cabeça e colares para nosso pescoço (Pv 1:8-9).
B. Receber as Palavras de Nosso Pai e Entesourando
Para cima as Ordens dele dentro de Nós
Para cima as Ordens dele dentro de Nós
Devemos receber as palavras de nosso pai e entesourar seus mandamentos dentro de nós, e fazer atentos os nossos ouvidos a sabedoria e inclinar nosso coração ao entendimento. De fato, se clamarmos por discernimento e alçarmos nossa voz por entendimento e a buscarmos como a prata e a procurarmos como tesouros escondidos, então entenderemos o temor do Senhor e acharemos o conhecimento de Deus. Porque SENHOR dá sabedoria; da Sua boca vem a inteligência e o entendimento (2:1-6).
C. Não Esquecer os Ensinamentos de Nossos Pais
Provérbios 3:1 e 2 nos encarregam de não nos esquecermos dos ensinamentos de nossos pais, mas guardar seus mandamentos em nosso coração; para que se prolonguem os nossos dias, e anos de vida e paz sejam acrescentados a nós. Aqui longevidade e paz estão relacionadas a honrar nossos pais. O versículo 4 continua falando de acharmos favor e boa reputação diante de Deus e dos homens. No versículo 5 nos diz para confiar no SENHOR de todo nosso coração e não confiar em nosso próprio entendimento. Não devemos rejeitar a disciplina do SENHOR, nem nos enfadar de Sua repreensão; pois o SENHOR disciplina a quem ama (vv. 11-12). Os versículos 21 e 22 dizem, “Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e a discrição; porque serão vida para a tua alma, e adorno para teu pescoço.”
D. Ouvir e Receber as Palavras de Nossos Pais
O escritor diz em 4:3 que ele era filho na companhia de seu pai, tenro e o único amado aos olhos da sua mãe. Nos versículos 10 a 13 ele diz, “Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida. No caminho da sabedoria te ensinei, e pelas veredas da retidão te fiz andar. Em andando por elas, não se embaraçarão os teus passos não; se correres, não tropeçará. Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida.” Os versículos 20 a 22 dizem, “Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais íntimo do teu coração. Porque são vida para quem os acha e saúde, para o seu corpo.”
E. Ouvir Nosso Pai
Provérbios 8:32, 34-35 dizem, “Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos. Feliz o homem que me dá ouvidos, velando dia a dia às minhas portas, esperando às ombreiras da minha entrada. 35 Porque o que me acha acha a vida e alcança favor do SENHOR.”
F. Um Filho Sábio Torna um Pai Feliz
O filho sábio alegra a seu pai, mas um filho insensato é a tristeza de sua mãe (10:1).
G. O Olho Zombeteiro É Arrancado Pelos Corvos
Os olhos de quem zomba do pai ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos (30:17, 11). Esta é uma séria advertência com relação à honrar nossos pais.
Extraído do livro: Estudo-vida de Provérbios
terça-feira, 2 de outubro de 2012
A Vida Procede da Cabeça
Para fazer de Cristo Cabeça de todas as coisas, Deus primeiro tem Lhe feito Cabeça da igreja. Depois de ser a Cabeça da igreja, Cristo verá Sua autoridade estendida, mais tarde, a todas as coisas. Sua posição futura no universo está relacionada estreitamente com Sua posição hoje na igreja. Para que Cristo seja Cabeça de todas as coisas, Deus quer que Ele seja primeiro entre Seus filhos - isto é, Cabeça da igreja, a qual é o Seu Corpo. Quão importante é isto!
Sendo Cristo a Cabeça da igreja e a igreja o Corpo de Cristo, todo o Corpo está concentrado na Cabeça. Não há nada do Corpo que possa viver fora da Cabeça. Se o corpo humano é separado da cabeça, isto significa automaticamente a morte do corpo. Todos os movimentos da pessoa são governados pela cabeça. Quando a cabeça fica ferida ou perde em algo suas faculdades, as atividades do corpo ficam paralisadas e o corpo acaba morrendo; porque a cabeça é o controle central da vida do corpo.
Ora, a Palavra de Deus declara que aquele que tem o Filho de Deus tem a vida (1Jo 5:12). Um cristão recebe vida do Senhor Jesus, que é o Filho de Deus; entretanto, esta vida nunca deixa o Senhor. Aquele que tem o Filho tem vida, porém esta vida, diz a Palavra de Deus, é no Filho (1Jo 5:11), e esta vida não tem deixado nem por um momento ao Filho. Assim que, separados do Senhor Jesus, não podemos viver.
Entendamos bem que Deus não tem nos destinado uma quantidade pequena de Cristo, de modo que pudéssemos tomar esta quantidade e apartarmo-nos do Próprio Cristo. Não, Deus tem nos dado Cristo inteiramente, e tem nos ajuntado intimamente com Seu Filho. Todo o poder de nossa existência baseia se em Cristo. No caso de que percamos comunicação com o Senhor por havermos O deixado, morremos instantaneamente. Assim que, ainda que um cristão receba vida de Cristo, esta vida permanece no Senhor. Temos recebido vida, entretanto esta vida e a Cabeça são inseparáveis. Ao aceitá-Lo, temos de viver Nele. Ainda que O tenhamos recebido, todavia dependemos Dele. Por conseguinte, não podemos ser independentes em nada. Somente o Senhor é a Cabeça, e Ele é o único recurso de nossa vida.
Extraído do livro: O Corpo de Cristo: Uma Realidade.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Deus pode tudo ou quase tudo?
“Será que Deus pode fazer qualquer coisa? Se pode, por que Ele permite determinadas situações? Será que Ele gosta de ver-nos sofrer? Por que Deus não me atende?’ Essas perguntas inquietam-nos e manifestam a constante dúvida do homem acerca da soberania de Deus. É espantoso assistir aos assaltos em plena luz do dia, pessoas humildes sendo atingidas por trocas de tiros, acidentes automobilísticos que matam parentes e amigos, além de outros casos sem respostas. Às vezes as circunstâncias são tão inexplicáveis que um vazio angustiante percorre nosso ser. Será que Deus não vai fazer nada?
Algumas aberrações como: consumo de drogas, prostituição infantil, violência policial e desintregação familiar levam-nos a perguntar para onde estamos indo? Mas o o pior é o silêncio dos céus. Afinal, Deus pode tudo ou não? Parece até que a confusão reinante na terra é uma provocação para que Ele apareça ou reaja. Além disso, se formos sinceros, veremos que, no nosso íntimo, uma batalha está sendo travada. De nossa parte, reclamamos a intervenção divina, ainda que reconheçamos que Deus pode, a qualquer momento, mudar toda a situação. Mas e da parte de Deus? O que poderá estar passando?
Sabemos, pela Bíblia, que o desejo de Deus é ser o conteúdo do homem e tudo que Ele fez e faz relaciona-se com esta meta: entrar no homem. Para isso, Ele criou-nos com um espírito e Ele mesmo é o Espírito que dá vida. Se analisarmos essas questões à luz desse princípio, perceberemos que Deus está constantemente querendo entrar no homem. Na realidade. Deus pode mudar a história da Terra, pode decidir sobre quem vai governar, quem será o próximo gerente do seu banco ou quem vencerá a próxima copa do mundo. No entanto, o que Deus não faz sem a sua permissão é entrar em você. Podemos decidir que não permitiremos que Deus entre em nós e pronto! Ele pode até tirar nosso emprego ou, por outro lado, oferecer-nos um excelente salário e um ótimo casamento… Porém, quer motivados pelo aspecto negativo ou pelo positivo, se não invocarmos o nome do Senhor, Deus não pode entrar e, nós. Esse é o ponto crucial de tudo que acontece.
Sem dúvida, Deus deseja o melhor para nós. Para Ele, tudo o que necessitamos é recebê-Lo: ‘Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome’ (João 1:12).”
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
O Dano da Segunda Morte -Watchman Nee
Na Bíblia existem outras passagens similares que também falam destas questões. Apocalipse 2:11 nos diz que os que vencerem não sofrerão o dano da segunda morte, e Apocalipse 20:6 diz que um grupo de pessoas não morrerá novamente e a segunda morte não terá autoridade sobre elas. A segunda morte é o lago de fogo citado no final de Apocalipse 20. Isso significa que os derrotados sofrerão o dano da segunda morte. Ainda que não sofram a segunda morte, irão sofrer o dano da segunda morte. Uma vez que uma pessoa seja salva, ela não sofrerá a segunda morte. Contudo isso não garante que ela não sofrerá o dano da segunda morte.
Sabemos que o tempo do lago do fogo e enxofre será o tempo no qual terá início o novo céu e nova terra. Naquela época, Satanás, o mundo e a morte serão todos lançados no lago do fogo (Ap 20:10, 14). Também naquele tempo quem não tiver seu nome registrado no livro da vida será lançado no lago do fogo. Aquele será o tempo em que os incrédulos serão oficialmente postos no lago do fogo. Entretanto, durante o milênio, os cristãos derrotados sofrerão o dano da segunda morte. Obviamente tal tratamento não será igual ao que os incrédulos terão, pois não será para a eternidade. Se um cristão estiver unido ao mundo e se ele amar o mundo e as coisas do mundo, o Senhor permitirá que ele participe da corrupção, para sofrer um pouco daquilo que os incrédulos sofrerão. Este é o significado de sofrer o dano da segunda morte em Apocalipse 2, e esta palavra é dita aos cristãos. A palavra “dano” na língua original significa machucar alguém e prejudicá-lo. A segunda morte causará sofrimento em alguns. A partir do grande trono branco, haverá a própria segunda morte, que é o sofrimento eterno no lago do fogo e enxofre. No milênio, porém, haverá somente o dano da segunda morte. Se alguns cristãos não tiverem lidado com seus pecados, eles ainda sofrerão o dano e a dor da segunda morte.
O FIM É SER QUEIMADO
Leiamos agora duas passagens do livro de Hebreus. Hebreus 6:4-6 diz: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento”. Esses versículos descrevem uma pessoa que possui muitas qualificações. É impossível que ela seja uma pessoa não-salva. Ela viu a luz, e viu o Deus revelado, o Unigênito do Pai; conheceu o amor de Deus e provou o dom celestial, o único dom, Jesus Cristo. Na Bíblia, dons, como um substantivo plural, refere-se aos dons do Espírito Santo, e dom, como um substantivo singular refere-se ao único dom, o unigênito Filho de Deus, como está em João 3:16. Esse dom é diferente dos dons do Espírito Santo. Essa pessoa não apenas tem Deus e o Senhor Jesus, mas também tornou-se participante do Espírito Santo. Ela conhece a Deus, provou do Senhor Jesus e tem o Espírito Santo vivendo dentro de si. Além disso, ela provou a boa palavra de Deus e os poderes da era vindoura. Os poderes da era vindoura são os poderes do reino milenar. Os dons e os poderes do Espírito Santo são particularmente abundantes no reino milenar. O reino milenar será repleto de obras de poder, milagres, maravilhas e outras coisas semelhantes. Dizer que alguém provou os poderes da era vindoura significa dizer que ele provou as coisas do reino milenar. Portanto, esta pessoa é definitivamente uma pessoa salva.
Se tal pessoa deixa hoje a palavra de Cristo, que ela recebeu quando creu, e escorrega e cai, não há arrependimento para ela. Ela não pode começar tudo de novo para crer no Senhor Jesus, pois já tem uma longa história com o Senhor. Ela recebeu muita chuva, porém caiu, não produz mais coisas boas para Deus, mas tem produzido cardos e abrolhos. Tal pessoa é como “a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela, e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada, recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (vs. 7-8).
Perceba três coisas acerca desta pessoa e seu fim. Primeira coisa, ela é “rejeitada”. A palavra “rejeitada” aqui é a mesma usada em 1 Coríntios 9:27, onde Paulo disse que temia que embora tivesse pregado o evangelho a outros, ele mesmo fosse desqualificado e não fosse mais usado por Deus nesta era e no reino. Ser rejeitado, ser desqualificado, significa que Deus rejeitará tal pessoa e não a usará mais no reino. Segunda coisa, esta pessoa “perto está da maldição”. O versículo não diz que ela receberá maldição, mas a punição que receberá é semelhante a uma maldição. Ela não perecerá eternamente, mas sofrerá o dano da segunda morte e padecerá a Geena de fogo no reino. Terceira coisa, “seu fim é ser queimada”. Que é isso? Por exemplo, há algumas semanas eu quis fazer uma queimada em algumas terras em Jen-ru. Poderia eu queimar a terra eternamente? Poderia queimar a terra pelo menos por cinco anos? O queimar aqui se refere a algo temporário.
Aqui se fala sobre queimar, enquanto Mateus 5 diz que alguns estarão sujeitos à Geena de fogo. Se você puser essas duas passagens juntas, elas se combinarão. Se um cristão recebe todas essas coisas maravilhosas, mas não produz bom fruto para Deus, e sim, cardos e abrolhos, ele será queimado. Entretanto, esse queimar será apenas por breve tempo. Até mesmo um aluno do primário sabe que se você atear fogo em um terreno, o fogo irá parar após todo o mato ser queimado. A queimada no reino durará no máximo mil anos. Quanto tempo vai durar a queimada, na verdade, dependerá de você. Se você tiver produzido muitos cardos e abrolhos, então haverá mais queima. Se tiver produzido poucos cardos e abrolhos, então haverá menos queima.
Quantas coisas há em nós que ainda não foram tratadas? Quantas coisas não foram limpas pelo sangue do Senhor, e quantas coisas ainda não foram confessadas, tratadas e resolvidas com os irmãos e as irmãs? São esses os cardos e abrolhos a que o Senhor se refere. Mateus 5 diz que ninguém poderá sair dali enquanto não pagar o último centavo. Toda dívida terá de ser paga. Quando tudo houver sido queimado, toda dívida terá sido paga.
Um cristão é semelhante a um campo, e seu comportamento indevido é comparado a cardos e abrolhos. Suponha que eu possua um terreno de cinco alqueires. Seria possível, depois da queimada, que somente dois alqueires tenham sido deixados intactos e três tenham sido queimados? Isso é impossível. O que é queimado são os cardos e abrolhos. O terreno em si não pode ser queimado. Em outras palavras, somente aquelas coisas que foram amaldiçoadas em Adão e deveriam ser removidas, mas não foram, é que serão queimadas. Elas serão o material que será queimado na Geena de fogo. A vida que Deus nos concedeu não pode ser tocada pelo fogo. Portanto, depois que os cardos e abrolhos forem queimados, o terreno ainda permanecerá. Nenhuma parte dele será tirada. Não há absolutamente nenhum problema com a nossa salvação, mas sim com o que vier a crescer sobre ela, com o que for proveniente da carne. Se tais coisas não forem tratadas com o sangue de Jesus, deveremos sofrer algum tratamento.
Agora vejamos Hebreus 10:26-29: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança”. Esses versículos referem-se a alguém que rejeitou a Cristo e voltou ao judaísmo. Ele acha que gastando alguns dólares pode comprar um touro ou um bode como oferta pelo pecado. Se, porém, alguém conheceu a Cristo e voltou ao judaísmo, ele calcou aos pés o Filho de Deus e considerou Seu sangue como algo comum. Ele está tratando o Senhor como um touro ou um bode. Para ele não existe diferença entre o Senhor e um touro ou um bode. O versículo conclui: “E ultrajou o Espírito da graça”. Enquanto o Espírito Santo está lhe dando graça, ele O está insultando por voltar ao judaísmo. Esses versículos nos mostram o caminho de um apóstata. Eu não diria que tal pessoa seja salva; somente diria que pode ser que ela seja salva; talvez nem seja salva. O apóstolo não nos diz se tal pessoa é salva ou não. Ele diz apenas que, se uma pessoa veio a Cristo e depois voltou ao judaísmo, ela sofrerá pior punição. Seu fim é uma expectação de juízo e fogo vingador. Aqui vemos uma espécie de fogo.
Juntamente com todas essas passagens, temos também as próprias palavras do Senhor em João 15. O versículo 2 diz: “Todo ramo em Mim que não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto Ele o limpa”. Esses não são ramos que nada têm que ver com Ele; são ramos que estão Nele. O que é mostrado aqui, pode não referir-se à punição temporária, mas à disciplina nesta era. Mas atente para o versículo 6: “Se alguém não permanece em Mim, é lançado fora, como o ramo, e seca; e os apanham, lançam no fogo, e são queimados”. Alguns ramos serão lançados no fogo e queimados. Alguns ramos cresceram e produziram folhas verdes, mas não têm fruto. Embora tenham vida interiormente, eles não têm fruto exteriormente. O Senhor Jesus disse que eles serão lançados fora, secarão, e queimarão no fogo. Aqui vemos claramente que os cristãos podem ter de passar pelo fogo.
Tendo lido todas essas passagens, podemos concluir que se um cristão não lidar adequadamente com seus pecados, haverá punição à sua espera. A Bíblia nos mostra nitidamente que tipo de punição será. Não
será uma punição comum, mas a punição da “Geena de fogo”. Contudo será o fogo no reino, não o fogo na eternidade.
A questão agora é esta: Que tipo de pecado levará a essa condição? Desde que uma pessoa seja salva, é importante que ela lide com seus pecados. Nenhum dos pecados que ela tenha confessado, se arrependido, tratado e feito remissão pelo sangue do Senhor Jesus, voltará a ela no trono de julgamento. Tais pecados terão passado. Até mesmo o maior dos pecados terá passado. Mas existem muitos pecados que não serão omitidos; são os pecados que alguém contempla em seu coração. O Salmo 66:18 diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”. Quais são os pecados que o coração contempla? O coração é o lugar onde residem nosso amor e nossos desejos. O coração representa nossa emoção. Ele representa o homem psicológico. Se o coração contemplar a vaidade, o Senhor não nos ouvirá. Muitas confissões são feitas só porque a pessoa sabe que pecou, não há aversão pelo pecado, tampouco condenação do pecado. Tal pessoa o Senhor não ouvirá. Além disso, se temos com alguém um problema que não foi resolvido, ou se há coisas que precisam ser perdoadas e não foram, ou se procedemos mal com as pessoas ou com o Senhor, temos de tratar com estas coisas de modo específico. Ao mesmo tempo, temos de colocá-las debaixo do sangue do Senhor. Só então tais coisas estarão tratadas, e estaremos livres do julgamento vindouro.
RESUMO
Vamos agora resumir o que vimos. O futuro dos cristãos é muito simples. Para uma pessoa salva o assunto do novo céu e nova terra, incluindo toda a eternidade, está resolvido. No entanto, a era do reino é duvidosa. Ninguém ousa dizer algo sobre o que ocorrerá. O que temos de resolver hoje é o problema do reino. No reino há muitas posições de cristãos. Muitos reinarão com Cristo por ter trabalhado fielmente e por ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento. Alguns podem não ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento, contudo eles também não têm pecados. Eles viveram uma vida limpa. Apesar de não terem feito nada que mereça um mérito especial, eles pelo menos deram um copo de água para um pequenino por causa do nome do Senhor (Mt 10:42). Eles também receberão uma recompensa; entretanto, sua recompensa será bem pequena.
Na era do reino, alguns cristãos receberão recompensa no reino. Alguns receberão uma grande recompensa; outros receberão uma recompensa pequena.
Os que não receberão recompensa também estão divididos em algumas categorias. Um grupo não entrará no reino de modo algum. A Bíblia não nos diz para onde eles irão; diz apenas que serão mantidos fora do reino, nas trevas exteriores (Mt 8:12; 22:13; 25:30; Lc 13:28). Eles serão deixados fora da glória de Deus. Haverá também muitos que, além de não terem trabalhado bem, têm pecados específicos que ainda não foram tratados. Eles são salvos, mas ao morrer, ainda têm pecados com os quais não trataram e dos quais não se arrependeram; eles ainda têm o problema do pecado. Esses tais serão temporariamente submetidos ao fogo, e sairão somente depois de terem pago todo seu débito. Eu não sei, na verdade, de quanto tempo esse período será, mas durará no máximo até o final do reino.
Ainda há muitas coisas das quais não estamos esclarecidos acerca do futuro, mas a Bíblia mostrou-nos o suficiente. Embora haja detalhes que ainda não vimos, nós de fato sabemos o que os filhos de Deus enfrentarão. Alguns receberão uma recompensa; alguns experimentarão corrupção. Alguns serão aprisionados, e outros serão lançados no fogo e serão queimados.
A questão da nossa salvação está muito clara. Quando um homem crê no Senhor Jesus, tanto a salvação como a vida eterna estão determinadas para ele. Mas, da salvação até sua morte, as obras de uma pessoa, isto é, seus fracassos ou suas vitórias, determinarão seu destino no reino. Nosso Deus é um Deus justo. Por um lado, nossa salvação é livre, e os que crêem terão vida eterna. Ninguém pode contrariar esse fato. Por outro lado, não podemos pecar à vontade, simplesmente porque recebemos a vida eterna. Se produzirmos cardos e abrolhos, seremos queimados. Se o Senhor Jesus não pode desligar-nos de nossos pecados e se não resolvermos todas as coisas em nossa vida, Deus não terá escolha a não ser castigar-nos no futuro; Ele não terá escolha, senão purificar-nos com punições específicas, de maneira que possamos estar juntos com Ele no novo céu e nova terra. Deus é um Deus justo. O que Ele preparou também é justo. Desde que tenhamos visto estas coisas, devemos aprender a lição e acatar as advertências de Deus.
Fonte – O Dano da Segunda Morte, editora Árvore da Vida
Sabemos que o tempo do lago do fogo e enxofre será o tempo no qual terá início o novo céu e nova terra. Naquela época, Satanás, o mundo e a morte serão todos lançados no lago do fogo (Ap 20:10, 14). Também naquele tempo quem não tiver seu nome registrado no livro da vida será lançado no lago do fogo. Aquele será o tempo em que os incrédulos serão oficialmente postos no lago do fogo. Entretanto, durante o milênio, os cristãos derrotados sofrerão o dano da segunda morte. Obviamente tal tratamento não será igual ao que os incrédulos terão, pois não será para a eternidade. Se um cristão estiver unido ao mundo e se ele amar o mundo e as coisas do mundo, o Senhor permitirá que ele participe da corrupção, para sofrer um pouco daquilo que os incrédulos sofrerão. Este é o significado de sofrer o dano da segunda morte em Apocalipse 2, e esta palavra é dita aos cristãos. A palavra “dano” na língua original significa machucar alguém e prejudicá-lo. A segunda morte causará sofrimento em alguns. A partir do grande trono branco, haverá a própria segunda morte, que é o sofrimento eterno no lago do fogo e enxofre. No milênio, porém, haverá somente o dano da segunda morte. Se alguns cristãos não tiverem lidado com seus pecados, eles ainda sofrerão o dano e a dor da segunda morte.
O FIM É SER QUEIMADO
Leiamos agora duas passagens do livro de Hebreus. Hebreus 6:4-6 diz: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento”. Esses versículos descrevem uma pessoa que possui muitas qualificações. É impossível que ela seja uma pessoa não-salva. Ela viu a luz, e viu o Deus revelado, o Unigênito do Pai; conheceu o amor de Deus e provou o dom celestial, o único dom, Jesus Cristo. Na Bíblia, dons, como um substantivo plural, refere-se aos dons do Espírito Santo, e dom, como um substantivo singular refere-se ao único dom, o unigênito Filho de Deus, como está em João 3:16. Esse dom é diferente dos dons do Espírito Santo. Essa pessoa não apenas tem Deus e o Senhor Jesus, mas também tornou-se participante do Espírito Santo. Ela conhece a Deus, provou do Senhor Jesus e tem o Espírito Santo vivendo dentro de si. Além disso, ela provou a boa palavra de Deus e os poderes da era vindoura. Os poderes da era vindoura são os poderes do reino milenar. Os dons e os poderes do Espírito Santo são particularmente abundantes no reino milenar. O reino milenar será repleto de obras de poder, milagres, maravilhas e outras coisas semelhantes. Dizer que alguém provou os poderes da era vindoura significa dizer que ele provou as coisas do reino milenar. Portanto, esta pessoa é definitivamente uma pessoa salva.
Se tal pessoa deixa hoje a palavra de Cristo, que ela recebeu quando creu, e escorrega e cai, não há arrependimento para ela. Ela não pode começar tudo de novo para crer no Senhor Jesus, pois já tem uma longa história com o Senhor. Ela recebeu muita chuva, porém caiu, não produz mais coisas boas para Deus, mas tem produzido cardos e abrolhos. Tal pessoa é como “a terra que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ela, e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada, recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada” (vs. 7-8).
Perceba três coisas acerca desta pessoa e seu fim. Primeira coisa, ela é “rejeitada”. A palavra “rejeitada” aqui é a mesma usada em 1 Coríntios 9:27, onde Paulo disse que temia que embora tivesse pregado o evangelho a outros, ele mesmo fosse desqualificado e não fosse mais usado por Deus nesta era e no reino. Ser rejeitado, ser desqualificado, significa que Deus rejeitará tal pessoa e não a usará mais no reino. Segunda coisa, esta pessoa “perto está da maldição”. O versículo não diz que ela receberá maldição, mas a punição que receberá é semelhante a uma maldição. Ela não perecerá eternamente, mas sofrerá o dano da segunda morte e padecerá a Geena de fogo no reino. Terceira coisa, “seu fim é ser queimada”. Que é isso? Por exemplo, há algumas semanas eu quis fazer uma queimada em algumas terras em Jen-ru. Poderia eu queimar a terra eternamente? Poderia queimar a terra pelo menos por cinco anos? O queimar aqui se refere a algo temporário.
Aqui se fala sobre queimar, enquanto Mateus 5 diz que alguns estarão sujeitos à Geena de fogo. Se você puser essas duas passagens juntas, elas se combinarão. Se um cristão recebe todas essas coisas maravilhosas, mas não produz bom fruto para Deus, e sim, cardos e abrolhos, ele será queimado. Entretanto, esse queimar será apenas por breve tempo. Até mesmo um aluno do primário sabe que se você atear fogo em um terreno, o fogo irá parar após todo o mato ser queimado. A queimada no reino durará no máximo mil anos. Quanto tempo vai durar a queimada, na verdade, dependerá de você. Se você tiver produzido muitos cardos e abrolhos, então haverá mais queima. Se tiver produzido poucos cardos e abrolhos, então haverá menos queima.
Quantas coisas há em nós que ainda não foram tratadas? Quantas coisas não foram limpas pelo sangue do Senhor, e quantas coisas ainda não foram confessadas, tratadas e resolvidas com os irmãos e as irmãs? São esses os cardos e abrolhos a que o Senhor se refere. Mateus 5 diz que ninguém poderá sair dali enquanto não pagar o último centavo. Toda dívida terá de ser paga. Quando tudo houver sido queimado, toda dívida terá sido paga.
Um cristão é semelhante a um campo, e seu comportamento indevido é comparado a cardos e abrolhos. Suponha que eu possua um terreno de cinco alqueires. Seria possível, depois da queimada, que somente dois alqueires tenham sido deixados intactos e três tenham sido queimados? Isso é impossível. O que é queimado são os cardos e abrolhos. O terreno em si não pode ser queimado. Em outras palavras, somente aquelas coisas que foram amaldiçoadas em Adão e deveriam ser removidas, mas não foram, é que serão queimadas. Elas serão o material que será queimado na Geena de fogo. A vida que Deus nos concedeu não pode ser tocada pelo fogo. Portanto, depois que os cardos e abrolhos forem queimados, o terreno ainda permanecerá. Nenhuma parte dele será tirada. Não há absolutamente nenhum problema com a nossa salvação, mas sim com o que vier a crescer sobre ela, com o que for proveniente da carne. Se tais coisas não forem tratadas com o sangue de Jesus, deveremos sofrer algum tratamento.
Agora vejamos Hebreus 10:26-29: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança”. Esses versículos referem-se a alguém que rejeitou a Cristo e voltou ao judaísmo. Ele acha que gastando alguns dólares pode comprar um touro ou um bode como oferta pelo pecado. Se, porém, alguém conheceu a Cristo e voltou ao judaísmo, ele calcou aos pés o Filho de Deus e considerou Seu sangue como algo comum. Ele está tratando o Senhor como um touro ou um bode. Para ele não existe diferença entre o Senhor e um touro ou um bode. O versículo conclui: “E ultrajou o Espírito da graça”. Enquanto o Espírito Santo está lhe dando graça, ele O está insultando por voltar ao judaísmo. Esses versículos nos mostram o caminho de um apóstata. Eu não diria que tal pessoa seja salva; somente diria que pode ser que ela seja salva; talvez nem seja salva. O apóstolo não nos diz se tal pessoa é salva ou não. Ele diz apenas que, se uma pessoa veio a Cristo e depois voltou ao judaísmo, ela sofrerá pior punição. Seu fim é uma expectação de juízo e fogo vingador. Aqui vemos uma espécie de fogo.
Juntamente com todas essas passagens, temos também as próprias palavras do Senhor em João 15. O versículo 2 diz: “Todo ramo em Mim que não der fruto, Ele o corta; e todo o que dá fruto Ele o limpa”. Esses não são ramos que nada têm que ver com Ele; são ramos que estão Nele. O que é mostrado aqui, pode não referir-se à punição temporária, mas à disciplina nesta era. Mas atente para o versículo 6: “Se alguém não permanece em Mim, é lançado fora, como o ramo, e seca; e os apanham, lançam no fogo, e são queimados”. Alguns ramos serão lançados no fogo e queimados. Alguns ramos cresceram e produziram folhas verdes, mas não têm fruto. Embora tenham vida interiormente, eles não têm fruto exteriormente. O Senhor Jesus disse que eles serão lançados fora, secarão, e queimarão no fogo. Aqui vemos claramente que os cristãos podem ter de passar pelo fogo.
Tendo lido todas essas passagens, podemos concluir que se um cristão não lidar adequadamente com seus pecados, haverá punição à sua espera. A Bíblia nos mostra nitidamente que tipo de punição será. Não
será uma punição comum, mas a punição da “Geena de fogo”. Contudo será o fogo no reino, não o fogo na eternidade.
A questão agora é esta: Que tipo de pecado levará a essa condição? Desde que uma pessoa seja salva, é importante que ela lide com seus pecados. Nenhum dos pecados que ela tenha confessado, se arrependido, tratado e feito remissão pelo sangue do Senhor Jesus, voltará a ela no trono de julgamento. Tais pecados terão passado. Até mesmo o maior dos pecados terá passado. Mas existem muitos pecados que não serão omitidos; são os pecados que alguém contempla em seu coração. O Salmo 66:18 diz: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”. Quais são os pecados que o coração contempla? O coração é o lugar onde residem nosso amor e nossos desejos. O coração representa nossa emoção. Ele representa o homem psicológico. Se o coração contemplar a vaidade, o Senhor não nos ouvirá. Muitas confissões são feitas só porque a pessoa sabe que pecou, não há aversão pelo pecado, tampouco condenação do pecado. Tal pessoa o Senhor não ouvirá. Além disso, se temos com alguém um problema que não foi resolvido, ou se há coisas que precisam ser perdoadas e não foram, ou se procedemos mal com as pessoas ou com o Senhor, temos de tratar com estas coisas de modo específico. Ao mesmo tempo, temos de colocá-las debaixo do sangue do Senhor. Só então tais coisas estarão tratadas, e estaremos livres do julgamento vindouro.
RESUMO
Vamos agora resumir o que vimos. O futuro dos cristãos é muito simples. Para uma pessoa salva o assunto do novo céu e nova terra, incluindo toda a eternidade, está resolvido. No entanto, a era do reino é duvidosa. Ninguém ousa dizer algo sobre o que ocorrerá. O que temos de resolver hoje é o problema do reino. No reino há muitas posições de cristãos. Muitos reinarão com Cristo por ter trabalhado fielmente e por ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento. Alguns podem não ter sofrido perseguição, vergonha e sofrimento, contudo eles também não têm pecados. Eles viveram uma vida limpa. Apesar de não terem feito nada que mereça um mérito especial, eles pelo menos deram um copo de água para um pequenino por causa do nome do Senhor (Mt 10:42). Eles também receberão uma recompensa; entretanto, sua recompensa será bem pequena.
Na era do reino, alguns cristãos receberão recompensa no reino. Alguns receberão uma grande recompensa; outros receberão uma recompensa pequena.
Os que não receberão recompensa também estão divididos em algumas categorias. Um grupo não entrará no reino de modo algum. A Bíblia não nos diz para onde eles irão; diz apenas que serão mantidos fora do reino, nas trevas exteriores (Mt 8:12; 22:13; 25:30; Lc 13:28). Eles serão deixados fora da glória de Deus. Haverá também muitos que, além de não terem trabalhado bem, têm pecados específicos que ainda não foram tratados. Eles são salvos, mas ao morrer, ainda têm pecados com os quais não trataram e dos quais não se arrependeram; eles ainda têm o problema do pecado. Esses tais serão temporariamente submetidos ao fogo, e sairão somente depois de terem pago todo seu débito. Eu não sei, na verdade, de quanto tempo esse período será, mas durará no máximo até o final do reino.
Ainda há muitas coisas das quais não estamos esclarecidos acerca do futuro, mas a Bíblia mostrou-nos o suficiente. Embora haja detalhes que ainda não vimos, nós de fato sabemos o que os filhos de Deus enfrentarão. Alguns receberão uma recompensa; alguns experimentarão corrupção. Alguns serão aprisionados, e outros serão lançados no fogo e serão queimados.
A questão da nossa salvação está muito clara. Quando um homem crê no Senhor Jesus, tanto a salvação como a vida eterna estão determinadas para ele. Mas, da salvação até sua morte, as obras de uma pessoa, isto é, seus fracassos ou suas vitórias, determinarão seu destino no reino. Nosso Deus é um Deus justo. Por um lado, nossa salvação é livre, e os que crêem terão vida eterna. Ninguém pode contrariar esse fato. Por outro lado, não podemos pecar à vontade, simplesmente porque recebemos a vida eterna. Se produzirmos cardos e abrolhos, seremos queimados. Se o Senhor Jesus não pode desligar-nos de nossos pecados e se não resolvermos todas as coisas em nossa vida, Deus não terá escolha a não ser castigar-nos no futuro; Ele não terá escolha, senão purificar-nos com punições específicas, de maneira que possamos estar juntos com Ele no novo céu e nova terra. Deus é um Deus justo. O que Ele preparou também é justo. Desde que tenhamos visto estas coisas, devemos aprender a lição e acatar as advertências de Deus.
Fonte – O Dano da Segunda Morte, editora Árvore da Vida
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
QUE SOMOS NÓS?
(O texto a seguir é uma mensagem liberada pelo irmão Watchman Nee, em Xangai, em janeiro de 1934, durante a terceira Conferência da Vitória)
Leitura da Bíblia: Jo 1:22; 2 Pe 1:12
Hoje veremos a seguinte questão: que somos nós? Que estamos fazendo aqui? No passado não falamos muito sobre este assunto por ser um tanto embaraçoso fazê-lo. Por essa razão temos relutado em falar sobre nós mesmos. Entretanto, embora não tenhamos mencionado o assunto, os outros frequentemente têm nos perguntado: "Que são vocês?" Alguns, inclusive, têm dito que somos a Igreja Reavivada, ou a Igreja do Pequeno Rebanho, ou a igreja "O Cristão" (nota do tradutor: nome de uma revista publicada por Watchman Nee). Consequentemente, gostaríamos de dizer algumas palavras sobre este
assunto.
Primeiramente devemos esclarecer algo que não somos. Não somos uma denominação. Tampouco somos uma nova seita, um novo movimento ou uma nova organização. Não estamos aqui para unir-nos a uma determinada facção ou para formar nossa própria facção. Não tivéssemos um chamamento especial e uma comissão especial da parte de Deus não haveria necessidade de existirmos independentemente. A razão de estarmos aqui é que Deus nos fez um chamamento especial.
CONFIRMADOS NA PRESENTE VERDADE
A Segunda Epístola de Pedro 1:12 menciona as palavras "Confirmados na presente verdade" (VRC). A "presente verdade" pode ser traduzida também por "verdade atual". Que é a verdade atual?. De fato todas as verdades estão na Bíblia, não há sequer uma verdade que não esteja nas Escrituras. Embora estejam todas na Bíblia, por causa da tolice, infidelidade, negligência e desobediência do homem, muitas delas foram perdidas e ficaram escondidas dele. As verdades estavam ali,
mas o homem não as via nem as tocava. Somente na plenitude do tempo é que Deus liberou certas verdades, durante determinados períodos, e fez com que fossem reveladas mais uma vez.
Essas verdades recentemente reveladas não são novas invenções de Deus. Mais propriamente, elas são novas descobertas do homem. embora não haja necessidade de invenção, há necessidade de descoberta. Nas gerações passadas Deus revelou diversas verdades. Durante um certo período, Ele levou os homens a descobrirem essas verdades específicas. Podemos ver isso claramente na história da igreja.
Considere, por exemplo, o surgimento de Martinho Lutero no século dezesseis. Deus abriu-lhe os olhos para ver a questão
da "justificação pela fé". ele foi um vaso levantado por Deus para revelar a verdade da "justificação pela fé". Isso não quer dizer que antes de Lutero não houvesse justificação pela fé. O fato já existia antes da época de Lutero. Ele apenas foi alguém que percebeu essa verdade de uma maneira mais forte, foi alguém particularmente importante no que se refere a essa verdade. Por essa razão, essa verdade tornou-se a "presente verdade" naquela época
Todo obreiro do Senhor deveria perguntar diante de Deus qual é a presente verdade. Precisamos perguntar a Deus: "Deus, qual é a presente verdade?" Embora haja muitas verdades principais e cruciais de Deus. Precisamos conhecer é a presente verdade de Deus. Precisamos conhecer não apenas as verdades gerais, devemos estar claros também sobre as presente verdade de Deus.
A VERDADE RESTAURADA DURANTE O SÉCULO DEZESSEIS
A partir do século dezesseis, Deus tem restaurado diversas verdades. O século dezesseis foi a era da Reforma. Foi uma época de mudanças monumentais na religião. Isso não significa que antes do século dezesseis não houve restauração. Houve restaurações antes daquela época. Todavia, foi a partir do século dezesseis que ocorreram restaurações significativas. Devemos considerar a história, a partir da época da reforma, como tendo quatro períodos. O primeiro período é o da Reforma. O segundo período é aquele que vem imediatamente após a Reforma, ou seja, do século dezesseis ao dezoito. O terceiro período é o século dezenove, e o último período é o século vinte.
Primeiramente, consideremos a Reforma de Lutero. Quando Lutero foi levantado por Deus, ele viu a luz e propôs que o homem voltasse à verdade no livro de romanos. Hoje, muitas pessoas avaliam a obra de Lutero do ponto de vista político. Entretanto, tendo lido diários, artigos e livros de Lutero, posso ver que seus motivos e objetivos eram corretos. A melhor coisa a seu respeito foi sua restauração da verdade da "justificação pela fé". Essa é a restauração específica de Lutero. Sem dúvida Deus não restaurou toda a verdade por meio de Lutero. O que Lutero restaurou foi apenas a verdade a respeito da
justificação pela fé. Ele não realizou mudanças completas quanto à igreja. Por exemplo. ele ainda reconheceu a igreja estatal e aprovou a igreja como parte do Estado. Ele não recebeu luz a esse respeito. Por essa razão, não muito tempo depois de Lutero, a denominação luterana sob sua liderança tornou-se a religião estatal da Alemanha. O próprio Lutero disse uma vez que a igreja não deveria ser controlada pelo Estado. todavia, ele considerava as questões administrativas como algo transitório, temporal e pertencente ao átrio exterior, e não algo pertencente ao Lugar Santo. Portanto, ele
não foi completo nessa questão. Deus permitiu que a questão da administração da igreja ficasse sem solução na época de Lutero. Embora esse assunto não tivesse sido satisfatoriamente restaurado, a verdade da justificação pela fé foi definitivamente restaurada. Deus escavou essa verdade enterrada nas tradições e opiniões humanas e nos credos, e fez com que ela se tornasse conhecida e fosse novamente pregada. Alguém que tivesse nascido naquela época, deveria pregar
essa verdade e exortar os outros a esse respeito. Se não o fizesse, não seria considerado naquela era um obreiro fiel de Deus.
A RESTAURAÇÃO DA VERDADE DO SÉCULO DEZESSEIS ATÉ O SÉCULO DEZOITO.
A seguir, chegamos ao período compreendido entre o séculos dezesseis e dezoito. Em 1524, foram levantados na Alemanha os anabatistas, um grupo de crentes que propôs o rebatismo, após o batismo de bebês por aspersão. Ele eram seguidores dos antigos irmãos de Lhota, que pregavam o batismo dos que crêem. Antes disso, a Igreja Católica Romana e a Igreja Luterana batizavam os bebês por aspersão. Esses anabatistas não apenas pregavam a verdade da justificação pela fé, como deram o passo adicional de batizar os crentes que eram justificados pela fé. Após o surgimento da Igreja Anglicana na Inglaterra, esses anabatistas diziam que a igreja não deveria envolver-se com política. Por essa razão, eles foram perseguidos e exilados.
Doze anos depois, em 1536, João Calvino foi levantado por Deus. Ele foi um dos mais importantes vasos de Deus naquela era. Após ser levantado, ele enfrentou perseguição por toda parte, primeiro na Suíça e depois na Alemanha. Aonde quer que fosse encontrava perseguição e exílio. Finalmente, ele teve um novo começo na Escócia, onde estabeleceu a Igreja Presbiteriana Escocesa.
O período entre o fim do século dezesseis e o começo do século dezessete foi a época em que a Igreja Anglicana foi formada na Inglaterra. Este foi o início da igreja estatal da Inglaterra. Embora tivesse se libertado da influência da Igreja Católica Romana, encontrava-se vinculado à política inglesa. Por essa razão, vários dissidentes levantaram-se na Inglaterra. Eles se opuseram à religião estatal e mantinham opinões diferentes das dela. Eles diziam que a igreja não deveria haver uma clara separação entre a igreja e estado. Embora esses dissidentes fossem ousados em apontar os erros da igreja
estatal, eles próprios não voltaram plenamente aos ensinamentos do Novo Testamento. Tais coisas ocorreram na Inglaterra.
Nessa época, na Alemanha, Deus levantou Philipp Jakob Spener. Ele tornou-se um pastor luterano em Frankfurt, em 1670. Naquela época a denominação luterana havia caído numa espécie de religião formal. Lendo a Bíblia, ele descobriu que em sua época a igreja estava cheia de opiniões humanas. Ele viu que os crentes deveriam voltar aos ensinamentos do Novo Testamento. Por isso, começou a levar outros à prática de 1 Coríntios 14. Em suas reuniões ele passou a ensinar os outros a rejeitarem os formalismos tradicionais e a seguir o guiar do Espírito Santo. Infelizmente sua prática não durou muito tempo.
Durante 1732, foi concebido o primeiro corpo missionário do mundo: os chamados Irmãos da Morávia. A palavra "Morávia" refere-se a um lugar. Eles foram o primeiro grupo de irmãos que saíram por todo o mundo para evangelizar. De cada cem irmãos, oitenta e cinco delas tornaram-se missionários no exterior. Seu começo pode ser remontado a um irmão
chamado Christian David. Ele foi regenerado aos vinte e dois anos. Antes de ser salvo, viajara por toda parte em busca da verdade mas sem nenhum resultado. Um dia ele encontrou o caminho da salvação. Após ter sido salvo, voltou para sua cidade natal na Morávia e começou a proclamar ousadamente esta verdade. Deus fez uma grande obra por seu intermédio. Por causa desse reavivamento, veio a peseguição e ele foi enxotado de sua terra natal para a Saxônia. Ali, encontrou-se com o conde Zinzendorf. Este tinha apenas vinte e dois anos naquela época e era um membro da aristocracia num pequeno reino. Devido à perseguição na Morávia, os irmãos fugiram de seu país e foram acolhidos pelo irmão Zinzendorf em seu território. Ali eles começaram a Igreja da Morávia. Habitando entre as colinas da Saxônia, começaram a edificar uma pátria. Pouco a pouco, diversos tipos de cristãos mudaram-se para lá, proveniente de seus respectivos lugares de perseguição.
Entre esses imigrantes, havia um homem negro, proveniente das Índias Ocidentais, chamado Anthony. Após encontrar-se com os irmãos, examinou com eles a condição das Índias Ocidentais. Alguns sentiram que precisavam ir e pregar o evangelho ali. Por um sorteio, separaram alguns irmãos obreiros para, com Anthony, saírem numa missão. Este foi o primeiro empreendimento missionário estrangeiro, por volta de 1732. Desde então, foram gerados missionários entre eles, e a Igreja da Morávia tornou-se o corpo missionário mais forte daquela época. Seus membros espalharam-se para todos os cantos do mundo.
Ao mesmo tempo houve uma nova descoberta dentro da Igreja Católica. Um grupo de pessoas espirituais foi levantado pelo Senhor. O mais espiritual dentre eles foi Miguel de Molinos, que nasceu em 1640 e morreu em 1697. Ele escreveu um livro chamado Guia Espiritual que ensinava aos homens o caminho de negarem-se a si mesmo e de morrerem com o Senhor. Este livro afetou muitas pessoas daquela época. Um de seus contemporâneos foi Madame Guyon. Ela nasceu em 1648 e morreu em 1717. Ela, inclusive, tinha ainda mais conhecimentos da questão da união com a vontade de Deus e de negar o ego. Sua autobiografia é um livro muito bom e espiritual.
Além disso, havia o Padre Fenelon, que era um bispo naquela época. Ele tinha muita disposição de sofrer pelo Senhor e trabalhou junto com Madame Guyon. Por meio desses homens e mulheres, Deus liberou muitas mensagens espirituais. Naquela época, encontravam-se na Igreja Católica homens e mulheres com a experiência espiritual mais profunda. O protestantismo estava meramente dando atenção à doutrina da justificação pela fé.
Junto dessas três pessoas, havia Gottfrield Arnold. Ele escreveu muitos livros sobre a questão da igreja. ele considerava que a igreja naquela época havia se desviado da verdade e que, antes que pudesse ser edificada, ela deveria voltar para a base adequada conforme revelada no Novo Testamento. Podemos ver aqui duas correntes. Uma proveniente de crentes como Molinos, Madame Guyon. Pelos seus escritos pode-se ver que ela, sem dúvida foi uma pessoa muito espiritual. Quando a Arnold, ele restaurou principalmente os assuntos exteriores. Ele propôs que os cristãos voltassem à base bíblica do Novo Testamento.
Essas duas correntes, por fim, acabaram convergindo em uma única. Em
Quando tais grupos foram levantados, diferentemente das outras organizações, eles não chamaram as pessoas para que saíssem de suas organizações de origem. Eles não insistiam para que os outros deixassem suas denominações. Ao contrário, simplesmente reuniram-se por toda parte. De 1670 em diante, o testemunho deles foi encontrado na Inglaterra. Em Leeds, Bradford e outros lugares, suas reuniões eram levantadas uma após outra. Eles foram as testemunhas mais fortes no século dezoito. Enquanto Zinzenford ainda vivia, ele tentou absorver esse movimento para a sua Igreja da Morávia. Porém, não
obteve sucesso.
No início do século dezoito, surgiu um grande reavivamento na Inglaterra. Em 1729, os dois irmãos Wesley foram levantados por Deus. Eles foram chamados de Metodistas. Por meio deles Deus trouxe uma grande onda de reavivamento. Esse foi o início da Igreja Metodista. Os irmãos Wesley foram as figuras de destaque do século dezoito. Antes de John Wesley ser salvo, ele se esforçava para ser bom. Mais tarde foi para os Estados Unidos como missionário. Naquela época ele ainda não era salvo. Ele testificou que embora tivesse ouvido a verdade da justificação pela fé, não podia compreendê-la. Mais tarde, um irmão morávio ajudou-o e lhe disse: "Apenas pregue a justificação pela fé para os outros, até que você próprio esteja certo de que está justificado pela fé". Pouco depois disso ele foi salvo. Após a salvação, os dois irmãos começaram imediatamente a pregar essa mensagem por toda parte. Naquela época, não se podia pregar ao ar livre, mas somente se podia falar num templo de igreja, porque a igreja de então considerava que a Palavra Sagrada somente poderia ser proclamada, dentro de um templo santo. Entretanto, esses dois irmãos, juntos com George Whitefield, começaram a fazer reuniões ao ar livre e a levar dessa maneira pessoas ao Senhor. O tema principal das mensagens de John Wesley era a doutrina da santificação. O ensinamento da erradicação do pecado começou com ele, embora ele também dissesse aos outros que a santificação vinha pela fé.
Depois que Wesley morreu, começaram os movimentos missionários ultramarinos. A primeira organização a ser estabelecida foi a Sociedade Missionária de Londres (London Missionary Society). Essa organização começou como uma instituição não denominacional. Mais tarde, entretanto, veio a ser dirigida pelos congregacionalistas. Em
também expandiram a esfera de sua organização missionária e tornaram-se a Sociedade Missionária Metodista de hoje.
Concluindo, as reformas do século dezesseis foram amplas, enquanto as do século dezoito não o foram. As reformas do século dezesseis afetaram o mundo não apenas espiritualmente como também política e socialmente. As reformas do século dezoito exerceram sua influência principalmente no aspecto espiritual. De todos os movimentos no século dezoito, o mais notável foi o testemunho da "igreja em Filadélfia". Eles assimilaram todas as principais restaurações anteriores. Entre eles se pode encontrar todas as verdades principais.
A DESCOBERTA DA VERDADE DE DEUS NO SÉCULO DEZENOVE
Consideremos agora o século dezenove. Esse século foi cheio de reavivamento. Primeiramente consideremos John Nelson Darby e o reavivamento que ele representou. Em 1827, um grupo de pessoas foi levantado em Dublin, Irlanda. Entre eles havia homens como Edward Cronin e Anthony Norris Groves. Eles viram que muitas coisas na igreja eram mortas, sem vida e formais. Passaram, então, a pedir ao Senhor que lhes mostrasse a igreja de acordo com a revelação bíblica. Através de oração e comunhão, sentiram que deveriam levantar-se e reunir-se de acordo com o princípio de 1 Coríntios 14. Assim, eles começaram a partir o pão na casa de um irmão. Pouco mais tarde, um ex-ministro anglicano, John Nelson Darby, passou a tomar parte na reunião deles e a expor a
Bíblia entre eles. Gradualmente, mais expositores foram levantados entre eles, tais como William Kelly, C. H. Mackintosh, B.W Newton e J.G Bellet. Lendo seus livros, recebi luz para ver o erro das organizações denominacionais e para perceber que há um único Corpo de Cristo. A igreja não deve ser formada por opiniões humanas, mas deve estar sob o guiar do Espírito Santo. Quando consideramos as organizações religiosas "igrejas" de hoje, vemos muitas tradições e opiniões humanas e muito pouco guiar direto do Espírito Santo. Isso não é de acordo com o desejo de Deus. Na vontade de Deus, a igreja não deveria estar sob o controle do homem; ela deveria ser dirigida apenas pelo Espírito Santo. Todos que pertencem ao Senhor deveriam aprender a ser guiados pelo Espírito Santo e não seguir a orientação do homem. Todas essas são verdades descobertas pelos Irmãos Unidos.
Além disso, os Irmãos Unidos fizeram muitas descobertas a respeito do milênio, da questão do arrebatamento, e das profecias em Daniel e Apocalipse. Eles foram os mais proeminentes expositores dos diversos tipos no Velho Testamento. O comentário do Pentateuco, de autoria de C. H. Mackintosh é autoridade em sua categoria. O evangelista D. L. Moody o recomendou muito. Os irmãos Unidos também fizeram uma separação clara entre as profecias sobre os judeus e as sobre a
igreja. Cem anos atrás, muitas pessoas confundiam as profecias sobre os judeus com as sobre a igreja. Elas consideravam que as profecias sobre os judeus já tinham sido cumpridas na igreja. Além dessas questões, os Irmãos Unidos também produziram muitos outros escritos.
Durante esse período, muitos irmãos espirituais estavam sendo levantados na Inglaterra. Além daqueles acima mencionados, houve irmãos como: Charles Stanley, e George Cutting. Este último escreveu um pequeno livro chamado Segurança, Certeza e Desfrute. Ele mostra às pessoas que a salvação é algo de que se pode ter certeza. Esse livro já foi traduzido para a língua chinesa. A verdade sobre o evangelho foi totalmente restaurada por esses irmãos.
Ao lado desses irmãos houve Robert Govett que viu a questão do galardão cristão. Ele descobriu que enquanto é verdade que o homem é salvo pela fé, ele é recompensado segundo a sua obra diante de Deus. Salvação é uma questão de vida, enquanto o galardão é uma questão do viver. C.H. Spurgeon disse uma vez que Govett estava cem anos avançado no seu tempo porque seus ensinamentos eram muitos profundos. Govett disse às pessoas que há a possibilidade de cristãos serem
excluídos do milênio. Portanto, um crente de vê ser fiel e diligente. Segundo, ele ensinou que nem todos os crentes serão arrebatados antes da grande tribulação. Apenas os que forem vencedores e fiéis participarão de tal arrebatamento.
Expositores foram levantados um após o outro, durante este período. Outro irmão muito espiritual de grande renome foi G.H. Pember. Ele escreveu muitos comentários. Também houve outros como D.M. Panton e Hudson Taylor. Este último escreveu o livro União e comunhão, que fala de experiências profundas com Cristo. Todas as verdades acima mencionadas foram grandes descobertas. Embora essas diversas verdades de Deus tenham sido restauradas, elas não podem ser consideradas como a verdade mais central de Deus.
Depois disso Deus levantou George Muller na Inglaterra. Ele aprendeu muitas lições excelentes sobre oração e fé na Palavra de Deus. Ele ensinou que o homem deve reivindicar as promessas de Deus por meio da oração, e testificou de sua maneira de viver pela fé no que se refere às necessidades financeiras.
Nos Estados Unidos havia a Aliança Cristã e Missionária (A.C.M.). Os notáveis entre eles foram A.B. Simpson, A. J. Gordon, etc. Eles foram muito influentes. Até mesmo Hudson Taylor, na Inglaterra, foi influenciado por eles. Eles viram que os crentes deveriam voltar à experiência da era apostólica quando os homens viviam pela fé. Esse assunto foi uma tremenda revelação naquela época. Sem dúvida, essa verdade tornou-se amplamente conhecida entre nós hoje.
Gordon e Simpson também descobriram a verdade sobre a cura divina e passaram a experimentá-la. Esse assunto espalhou-se rapidamente, foi muito divulgado e muitos foram atraídos. Entretanto, o que Simpson enfatizou não foi a cura, mas a vida de ressurreição vencendo a fraqueza da carne. Ele ensinou que se pode triunfar sobre a doença por conhecer Cristo como o poder e o libertador.
Ao mesmo tempo, foi levantado outro grupo de pessoas que atentava à vida interior. Há aproximadamente sessenta anos Deus ganhou um comerciante de porcelanas chamado Robert Pearsall Smith. Ele viu que a santificação é bem diferente da santificação de Smith veio pela consagração e fé. A santificação que Wesley pregava era uma vida que a pessoa alcançava gradualmente após a consagração. De fato ambos os ensinamentos são verdade. Seguindo a linha de Smith estava a senhora
Hannah Whitall Smith que escreveu o livro o Segredo de uma Vida Feliz do Cristão. Havia outros também como Stocknell (?), Evan Hopkins e Andrew Murray. eles deram continuidade à linha da verdade sobre a autonegação pregada por pessoas como Madame Guyon, duzentos anos antes na Igreja Católica. Esses crentes começaram a dar conferências na Alemanha, Inglaterra e outros lugares. Tais conferências foram o início do que conhecemos hoje como a Convenção de Keswick. O
principal orador nessas convenções era Evan Hopkins. Ele ganhou ajuda de Smith e de outros como Madame e exerceu uma influência espiritual sobre muitas pessoas. Até mesmo Wesley recebeu ajuda dela. John Wesley disse certa vez que ele desejava que todos os crentes pudessem ler as mensagens de Madame Guyon por meio das quais ele recebera muita graça. Deus ganhou tal mulher no século dezessete e, por meio dela, introduziu a principal corrente do século dezenove.
Além de Hopkins, havia H:C Trumbull que libertou a verdade sobre a vida vitoriosa, na Convenção de Keswick. Essas mensagens introduziram uma grande restauração sobre o conhecimento da vida vitoriosa e a maneira de os crentes experimentarem essa vida vitoriosa em seu viver.
Depois de Hopkins, Deus ganhou outra irmã: Sra. Jessie Penn-Lewis. Essa irmã era muito fraca fisicamente durante os primeiros períodos de sua vida. Ela estava sempre acamada. Enquanto enferma, na cama. ela leu os escritos de Madame Guyon e adotou-os como seus livros de cabeceira. Ela, entretanto, não podia crer que tal tipo de total amor, fé e autonegação descrito nesses livros pudesse ser praticado. Um dia, enquanto discutia e argumentava com Deus, ela buscou
desesperadamente ao Senhor para que a introduzisse nessas verdades. O Senhor ouviu sua oração. A partir de então, ela foi levantada pelo Senhor para pregar a verdade da cruz.
O irmão Holden, um ex-missionário da Missão para o Interior da China , veio a conhecer o significado da cruz lendo os livros da Sra. Penn-Lewis. A Sra. Penn-Lewis foi alguém que verdadeiramente tomou a cruz. Por meio das suas experiências, muitos crentes foram atraídos a buscar a verdade a respeito da cruz. Por meio desses homens e mulheres, Deus levou muitos a perceberem que a centralidade da obra de Deus é a cruz. A cruz é o fundamento para todos os assuntos
espirituais. Sem a obra da cruz, uma pessoa não saberá o que é morte e o que é pecado. Muitas pessoas espirituais receberam grande ajuda por intermédio dela. Pelas mensagens que ela pregou, Deus concedeu libertação a muitos. Podemos ver que a descoberta da verdade de Deus é progressiva; quanto mais ela avança mais completa se torna. Ao
final do século dezenove, quase todas as verdades tinham sido restauradas.
O AVANÇO DA VERDADE DO SÉCULO VINTE
Agora chegamos ao século vinte. dois grandes eventos ocorreram no século vinte. O primeiro foi a Rebelião Chinesa dos Boxers em 1900. Durante esta rebelião muitos cristãos foram martirizados. O segundo acontecimento foi o grande reavivamento de Gales, em 1904. Durante este reavivamento muitas cidades viram toda sua população ser salva, a tal ponto que não restaram mais almas para ser salvas. Muitos fenômenos do Pentecostes foram manifestados entre eles.
O líder desse reavivamento foi Evan Roverts, um trabalhador de mina de carvão, de vinte e dois anos. Ele não recebera muita educação. Deus chamou tal pessoa dentre os humildes e deu-lhe um parceiro: Hastwell. Depois que foi salvo, Roberts orava frequentemente e fervorosamente nas minas de carvão. Sua única oração era: "Senhor, subjuga a Igreja para salvar o mundo". Os que estavam ao seu redor ficaram espantados e impressionados. Gradualmente, mais pessoas uniram-se a ele em oração e logo toda a mina foi contagiada. Muitos mineiros levantaram-se para orar. O reavivamento começou a expandir-se por toda a região sul da Inglaterra.
Dessas pessoas aprendemos duas verdades: primeiro, a obra de reavivamento do Espírito Santo é introduzida por intermédio de um grupo de pessoas curvadas e subjugadas. Não precisamos pedir a Deus que nos envie um reavivamento exterior. Precisamos apenas pedir-Lhe que nos subjugue de maneira mais nova e profunda. Então a vida fluirá espontaneamente de nós.
Segundo, a partir de então, muitos começaram a entender a obra dos espíritos malignos. antes desse tempo, embora os homens falassem sobre esse assunto, o seu conhecimento a esse respeito não era completo. O irmão Roberts entendeu o que significava a luta espiritual. A experiência de Efésios 6 não fora totalmente compreendida até esse tempo. Em 1908, enquanto estava doente, acamado, ele relatou verbalmente sua experiência de luta com os espíritos malignos para ao Sr. e Sra. Penn-Lewis. Baseada nesse entendimento e sua experiência pessoal, a Sra. Penn-Lewis escreveu o livro A Guerra Contra
os Santos que ajudou muitos crentes enganados a tornarem-se livres. Durante os últimos anos, quase todas as mensagens comentadas entre os crentes espirituais têm sido os ensinamentos da Sra. Penn-Lewis. Elas são verdades concernentes à luta espiritual e à cruz.
Ao mesmo tempo em que este reavivamento continuava, outra nova obra surgia
ensinamento de Paulo era que, por um lado, nem todos falam em línguas (1 Co 12:30). Por outro lado, ele nos disse: "Não proibais o falar em outras línguas" (14:39). O primeiro versículo é para aqueles que enfatizam exageradamente essa questão. O segundo versículo é para aqueles que a negligenciam. Devemos atentar para os dois aspectos.
Essas pessoas viram que a profecia de Joel 2 fora cumprida apenas parcialmente na época dos apóstolo, e que o dia da chuva serôdia deve chegar antes que o cumprimento total aconteça. Espiritualmente falando, "o dia da chuva serôdia" refere-se a hoje.
A OBRA DE DEUS HOJE E AS REVELAÇÕES COMULATIVAS DE DEUS
Das dissertações acima, podemos ver as diversas descobertas da verdade de Deus que ocorreram antes e durante este século. Agora precisamos perguntar: que é o mover de Deus na China hoje? Que tipo de obra Deus está fazendo hoje?
Imediatamente após ser salvo, eu ouvi muitos ensinamentos de missionários estrangeiros. Na China antes de 1920, era difícil até mesmo ouvir-se uma mensagem sobre a salvação. Depois de 1920, foram pregadas muitas mensagens sobre salvação, justificação e regeneração. Antes disso, muitas pessoas não conheciam nem mesmo a salvação. Atualmente, há mais de cento e cinquenta denominações diferentes. Deus nos mostrou o erro do denominacionalismo e o engano do
sectarismo. Por essa razão, começamos a pregar estas mensagens. Mais tarde, Deus passou a mostrar-nos cada uma das diversas verdades, isto é, as verdades que mencionamos anteriormente. Gradualmente começamos a ver a vitória de Cristo, a vida de ressurreição, o ensinamento da cruz, a obra do Espírito Santo, etc. Por toda parte na China, os homens começaram a entender essas coisas. Em nossas conversas com os missionários ocidentais, descobrimos que muitas dessas verdades
também foram restauradas no Ocidente do mesmo modo.
Sabemos que as verdades de Deus são comulativas; ou seja, as verdades posteriores ou recentes não invadiam as anteriores, todas as verdades passadas de Deus formam o fundamento das verdades hoje. O que vemos hoje são as revelações cumulativas de Deus. Quando Deus nos abre os olhos para ver este fato, começamos a perceber que estamos vivendo no
fluir da Sua vontade. Esse fluir é uma continuação de todas as obras passadas de Deus nas eras anteriores.
A partir de 1926, começamos a liberar muitas mensagens a respeito da salvação, da Igreja, da cruz, e demos muitos testemunhos a respeito desses assuntos. Em 1927, concentramos nossa atenção na obra subjetiva da cruz. Vimos que, no que se refere à cruz, não há somente a verdade sobre a Sua morte, há também o fato da ressurreição. No passado, a ressurreição que pregávamos era simplesmente uma questão de fé, não estava relacionada à nossa experiência. O que falamos hoje é ressurreição como princípio de vida. Não é meramente doutrina, mas trata-se de um fato espiritual. É como um grão; é o princípio da ressurreição. Depois disso, Deus nos mostrou o que é o Corpo de Cristo e onde esta a realidade desse Corpo. Começamos a perceber que, assim como há somente uma vida de Cristo, há somente uma igreja.
Pessoalmente, recebi muita ajuda da Sra. Penn-Lewis. Na Inglaterra, havia o Sr. Austin-Sparks que também foi muito ajudado por ela. O irmão Sparks era pastor numa capela batista na área sudeste de Londres. Mais tarde, o Senhor mostrou-lhe diversas verdades quanto ao significado da ressurreição e o significado da vida da igreja.
Não podemos dizer que as verdades anteriormente mencionadas não existiam antes de hoje. Entretanto, elas não haviam sido reveladas tão claramente como hoje.
Apesar disso, antes de 1928, nada mencionáramos a respeito dos assuntos centrais de Deus. Em Fevereiro de 1928, passamos a mencionar algo sobre o propósito eterno de Deus. Daí em diante, começamos a dizer às pessoas o que é o propósito eterno de Deus. Naquele ano, tivemos nossa primeira "Conferência da Vitória". Depois, tivemos uma segunda Conferência da Vitória. Todas as coisas mencionadas nessas conferências foram assuntos relacionados ao tema central de Deus.
Apesar das revelações acima, foi somente em 1934 que percebemos que a centralidade de tudo o que está relacionado a Deus é Cristo. Cristo é a centralidade e a universalidade de Deus. Todo o plano de Deus está relacionado a Cristo. Essa é a verdade que Deus se compraz em revelar-nos nestes dias. Essa é também a mensagem que pregamos durante esta conferência. Isso é o que Deus também mostrou para o irmão Sparks. Ele viu muito da verdade a respeito dos vencedores de Deus.
Os vencedores de Deus são um grupo de pessoas que tomam a liderança em posicionar-se no lugar de morte em favor de toda a congregação. O relacionamento deles com a igreja é o relacionamento de Sião com Jerusalém. Todas as exigências de Deus recaem sobre Sião. Quando Sião é ganha, Jerusalém é ganha. Quando Sião e Jerusalém estão asseguradas, o propósito de Deus é cumprido.
Nosso coração está cheio de ações de graça para com Deus. Temos recebido muita ajuda de todos esses irmãos. Como Paulo disse: "Nem o aprendi de homem algum" (Gl. 1:12). Da mesma maneira, podemos dizer que, embora tenhamos recebido ajuda dos nossos irmãos, estas revelações não foram recebidas de homem. Recebemos ajuda das mensagens de Lutero, Zinzendorf, dos Irmãos da Morávia e de Keswick. Hoje cremos que o objetivo final e máximo de Deus é ter Cristo como tudo. Um pastor idoso, Dr. F.B. Meyer, também viu essa questão. Entretanto, ele já tinha mais de noventa anos e não pôde fazer quase nada. Creio que Deus tem uma única obra hoje. Essa é a mensagem de Colossenses 1:18 que diz que Deus deseja ver Cristo ganhar a primazia em todas as coisas. A base de tudo é a morte, a ressurreição e a ascensão de Cristo. Além de Cristo não há nenhuma outra realidade espiritual. Esta é a "presente verdade" de Deus.
ANUNCIANDO UM CHAMAMENTO
Portanto, que estamos fazendo hoje? Devemos responder, assim como João Batista, que somos uma voz que clama no deserto (Jo 1:23). Nossa obra e anunciar o chamamento aos filhos de Deus para que retornem ao propósito central de Deus, para tomar Cristo como o centro de todas as coisas, e para tomar Sua morte, ressurreição e ascensão como a base de todas as coisas. Essa é a mensagem de Colossenses 1 e 3. Conhecemos a posição da igreja no Novo Testamento. Percebemos que
essa posição é sublime e espiritual. Agradecemos a Deus pela ajuda dada a nós pelos missionários ocidentais. Todavia, Deus está mostrando-nos hoje que devemos trazer todas as coisas de volta ao propósito central de Deus. Nossa obra hoje é voltar à base bíblica da igreja.
Toda verdade de Deus tem a igreja como ponto de partida. Paulo foi colocado, primeiramente, na igreja
Deveríamos mencionar menos as variadas verdades. Devemos fazer tudo o que pudermos para mostrar às pessoas que o Senhor é o Cabeça sobre todas as coisas. Não estamos aqui quebrando igrejas. Antes, estamos retornando à obra inicial dos apóstolos. Temos de ser cuidadosos em tudo o que fazemos. Tudo o que é do homem devemos aprender a rejeitar e tudo o que é de Deus devemos empenhar-nos para alcançar.
Agradecemos a Deus por podermos tocar seu grandioso propósito. Precisamos ser humildes, prostrar-nos e negar a nós mesmos. Precisamos estar claros de que a nossa obra hoje não é simplesmente salvar algumas almas ou ajudar os outros a se tornarem espirituais. Nosso alvo é, sem dúvida, o maior e mais glorioso. Graças a Deus que podemos conhecer a "presente verdade" de Deus. Que Deus seja gracioso conosco para que não nos tornemos desviados da "presente verdade".
Que sejamos vigilantes e não permitamos que a carne penetre ou que o ego ganhe qualquer terreno. Que a vontade de Deus seja cumprida em nós.
QUATRO RESPONSABILIDADES HOJE
Finalmente gostaria de acrescentar algumas palavras. Hoje, nós temos quatro responsabilidades: 1) Quanto aos pecadores, temos de pregar o evangelho. 2) Quanto a Satanás, temos de perceber a luta espiritual. 3) Quanto à igreja, temos de nos apegar ao que vemos hoje. 4) Quanto a Cristo, temos de testificar o fato da Sua primazia sobre todas as coisas. Hoje, este testemunho pode ser encontrado na América, Inglaterra, França, Espanha, África e por toda a parte. Todavia, o número não é grande. Exteriormente falando, a condição deles também é muito fraca. Devemos orar por esses lugares.
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